Pesquisa foi divulgada no fim da tarde desta quinta-feira (28/7), pelo jornal Folha de S.Paulo
Pesquisa estimulada de intenção de voto no 1º turno
- Lula (PT): 47% (47% na pesquisa anterior, em junho)
- Jair Bolsonaro (PL): 29% (28% na pesquisa anterior)
- Ciro Gomes (PDT): 8% (8% na pesquisa anterior)
- Simone Tebet (MDB): 2% (1% na pesquisa anterior)
- André Janones (Avante): 1% (2% na pesquisa anterior)
- Pablo Marçal (Pros): 1% (1% na pesquisa anterior)
- Vera Lúcia (PSTU): 1% (1% na pesquisa anterior)
- Em branco/nulo/nenhum: 6% (7% na pesquisa anterior)
- Não sabe: 3% (4% na pesquisa anteriorior)
Rodada anterior
O petista liderava a disputa com 47% das intenções de voto e venceria em primeiro turno, ante 28% do atual presidente. Ciro Gomes (PDT) marcou 8%.
Pesquisa
Em posse do PCC, arsenal legalizado desmonta falácia
armamentista de Bolsonaro
28 de junho de 2022
Handgun store shelves. A handgun for sale in the store.
Getty Images
De ontem para hoje, 449 pessoas conseguiram registro de colecionador, atirador esportivo ou caçador no Brasil.
Tem sido assim desde junho de 2019, quando o número de
licenças para armamentos do tipo saltou de 167.390 para 605.313.
Os números foram levantados no início do mês pelo Instituto
Sou da Paz e pela Globo News por meio da Lei de Acesso a Informações.
Cada proprietário pode adquirir até 180 mil balas por ano
–ou seja, tem bala, literalmente, para realizar cerca de 493 disparos diários
para desestressar.
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Quem observa os dados de longe imagina que o ofício de caçador, autorizado a ostentar até 30 armas, é uma profissão em alta no Brasil e se tornou o motor de uma economia cambaleante. Os alvos nem sempre são animais silvestres.
Armas de caça alvejaram, no começo de junho, o jornalista Dom Phillips e o indigenista Bruno Pereira durante a apuração de uma reportagem no Vale do Javari, no Amazonas.
A possibilidade de ostentar seu próprio arsenal faz de qualquer caçador ou colecionador um exército particular para enfrentar quem bater à sua porta –inclusive o próprio Exército brasileiro.
Na segunda-feira (27), a Polícia Civil apreendeu uma coleção
de fuzis, pistolas e até metralhadoras compradas legalmente no mercado e que
estavam na mão de pessoas ligadas ao PCC, o Primeiro Comando da Capital.
A apreensão, mostrada pelo Brasil Urgente, da TV Bandeirantes, ocorreu durante o cumprimento de mandados de busca e apreensão em endereços de pessoas ligadas a um traficante chamado João Cabeludo. Ele é suspeito de comandar o tráfico de drogas na região de São José dos Campos (SP) e está foragido.
As armas serviriam para esquentar o dinheiro da facção. Na
ação foram apreendidos R$ 60 milhões em joias e automóveis de luxo.
A apreensão é só uma amostra de como grupos criminosos podem
se beneficiar do liberou-geral armamentista promovido pelo atual governo. E
prova que não tem pé na realidade o mundo imaginário de Bolsonaro e seus
apoiadores segundo o qual o acesso facilitado a armas serviria apenas para
proteger os cidadãos de bem.
A realidade mostra o exato oposto: essas armas estão
apontadas contra os próprios cidadãos e as forças de segurança que deveriam
protegê-los.
Aos poucos, essa relação de causa e efeito, cantada e
alertada por especialistas, começa a ficar evidente –mais ou menos como a ponta
de um iceberg movido a pólvora.
Só no Espírito Santo, 30% das armas utilizadas por criminosos
eram legalizadas, segundo um outro levantamento recente da ONG Sou da Paz em
parceria com o Instituto Jones dos Santos Neves e a Secretaria da Segurança
Pública do estado.
Isso significa que a cada 100 armas periciadas no estado, 30
foram adquiridas por pessoas com documentações em dia e que puderam escolher
pagar no crédito, no débito ou em dinheiro vivo o arsenal que logo seria
transferido para o crime.
No último fim de semana, dois shoppings de grandes cidades, no Rio de Janeiro e em Campinas (SP), registraram tiroteio entre seguranças e criminosos que não se incomodaram com o fluxo de clientes em um momento de alta movimentação. Eles visavam as joalheiras dos centros comerciais.
Em ambas as ocasiões os criminosos estavam fortemente armados.
No shopping do interior paulista, dois seguranças ficaram feridos. No Rio, um vigilante de 49 anos que fazia bico na noite de sábado em troca de R$ 180 foi alvejado e morreu.
Não se sabe, claro, a origem do armamento utilizado pelos bandos nessas duas ações.
Mas o pânico das famílias devido ao tiroteio na área próxima às praças de alimentação mostra que nenhum brasileiro está mais seguro hoje do que quando era preciso responder a uma série de condicionantes para poder andar armado por aí.
A experiência norte-americana, onde qualquer jovem perturbado pode comprar sua arma e promover massacres nas escolas onde criou inimizades, deveria servir como alerta. Na verdade, serve como inspiração.
Por aqui, não vai demorar para vermos novos assaltos em
shoppings, como os do último fim de semana, promovidos com armas adquiridas
legalmente na loja vizinha.
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