sábado, 23 de julho de 2022

OMS declara varíola dos macacos 'emergência de saúde pública internacional'

 Com quase 17 mil casos em 74 países, Organização Mundial da Saúde manifesta preocupação com avanço da doença pelo planeta

23/07/2022 12:46 - atualizado 23/07/2022 15:14


Tedros explicou que o comitê de especialistas não conseguiu chegar a um consenso e permaneceu dividido sobre a necessidade do nível mais alto de alerta. Em última instância, a decisão cabe ao diretor-geral.


Crédito: AFP

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A Organização Mundial da Saúde ativou seu nível mais alto de alerta neste sábado (23/7) para tentar conter o surto de varíola do macaco, que afetou quase 17.000 pessoas em 74 países, anunciou seu diretor-geral Tedros Adhanom Ghebreyesus.
"Decidi declarar uma emergência de saúde pública de alcance internacional", disse Tedros em entrevista coletiva, afirmando que o risco no mundo é relativamente moderado, exceto na Europa, onde é alto.

Tedros explicou que o comitê de especialistas não conseguiu chegar a um consenso e permaneceu dividido sobre a necessidade do nível mais alto de alerta. Em última instância, a decisão cabe ao diretor-geral.

"É um apelo à ação, mas não é o primeiro", disse Mike Ryan, chefe de emergências da OMS, que esperava que o alerta leve a uma ação coletiva contra a doença.

Desde o início de maio, foi detectado um aumento incomum de casos fora dos países da África Central e Ocidental onde o vírus é endêmico, espalhando-se por todo o mundo, com um alto número de infecções na Europa.

A varíola do macaco - detectada pela primeira vez em humanos em 1970 - é menos perigosa e contagiosa do que a varíola, erradicada em 1980. Na maioria dos casos, os pacientes são homens relativamente jovens, que têm relações homossexuais e geralmente vivem em cidades, disse a OMS.

De acordo com um estudo do New England Journal of Medicine com 528 pessoas em 16 países - o maior até o momento - 95% dos casos foram transmitidos sexualmente.

"Esta forma de transmissão representa uma oportunidade para intervenções de saúde pública direcionadas e um desafio, pois as comunidades afetadas em alguns países enfrentam formas de discriminação com risco de vida", disse Tedros.

O chefe da OMS também enfatizou que "há uma preocupação real de que homens que fazem sexo com homens possam ser estigmatizados ou culpados pelo surto, tornando mais difícil rastrear e conter" os casos.

Na sexta-feira, a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) recomendou estender o uso de uma vacina contra a varíola para combater a propagação da varíola do macaco, que já é usada em vários países.

Em 2013, a UE aprovou a vacina Imvanex, da empresa dinamarquesa Bavarian Nordic, para prevenir a varíola. Seu uso agora é estendido devido à sua semelhança com o vírus da varíola do macaco.

A OMS recomenda vacinar as pessoas de maior risco, bem como os profissionais de saúde que possam estar expostos à doença.
 
Até a última atualização da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), Minas tem 33 casos confirmados da doença, 28 deles em Belo Horizonte. Outros 43 casos seguem em observação. O Ministério da Saúde confirma mais de 600 diagnósticos de varíola dos macacos no Brasil.

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