Pouco depois da quarta saudação, sentado na cadeira de presidente - da Câmara Municipal de Pouso Alegre -, o deputado foi questionado se aumentaria a participação feminina em um eventual governo. disse o deputado. "Não é questão de gênero. Tem que botar quem dê conta do recado. Se botar as mulheres vou ter que indicar quantos afrodescendentes?", completou. A pequena plateia que acompanhava a entrevista reagiu: "mito, mito".
O próprio Bolsonaro falou sobre o "estigma" de machista que, segundo ele, a imprensa e os adversários tentam lhe imputar. "Não é isso, meu Deus do céu? Me perguntam quem vai ser meu vice. Vai ser uma mulher para tirar aquele estigma de que vocês me acusam? Me apontem um áudio disso aí. Um discurso em que eu discrimino as mulheres", desafiou.
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Antes, ao ser recebido no Aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP), Bolsonaro fez a primeira saudação às mulheres, mas, logo em seguida, derrapou. "Não me faça pergunta idiota", disse o deputado à repórter de uma rádio que o questionou sobre o imbróglio com a deputada petista Maria do Rosário (RS), que lhe rendeu um processo por apologia ao estupro no Supremo Tribunal Federal. "Chora, Rosário", gritavam os apoiadores.
Segundo a segurança do aeroporto, cerca de 200 pessoas, entre passageiros, trabalhadores e militantes, foram especialmente para prestar apoio a Bolsonaro. Número muito inferior à previsão de mil bolsonaristas repassada na véspera pelos organizadores da recepção à administração de Viracopos.
Na rodoviária de Pouso Alegre, onde Bolsonaro fez a terceira saudação do dia às mulheres (a segunda foi em cima de um carro de som), o público também foi inferior à expectativa dos organizadores. A Polícia Militar não fez estimativas, mas, segundo policiais que estavam no local, menos de 400 pessoas acompanharam atentamente o discurso do pré-candidato e vibraram com as frases mais agudas aos gritos de "mito, mito".
Mobilização
Embora a passagem do deputado fluminense por Pouso Alegre, Borda da Mata, Ouro Fino e Monte Sião tenha sido organizada por pastores evangélicos, havia empresários, estudantes, profissionais liberais, militares, maçons e curiosos, alguns deles mulheres.
"Não gosto desse negócio de feminismo. Bolsonaro é a favor da família como era antigamente", afirmou a microempresária Monica Carvalho, de 32 anos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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