Max Guilherme é um dos seis presos na Operação Venire, contra dados falsos de vacina.
Por Rafael Nascimento, g1 Rio
03/05/2023 07h31 Atualizado há 11 horas
O policial militar Max Guilherme
O policial militar Max Guilherme Machado de Moura, segurança do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), é um dos seis presos pela Polícia Federal (PF) na Operação Venire, nesta quarta-feira (3), é ex-sargento do Bope, a tropa de elite da PM fluminense. Também foram presos o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid Barbosa, e o secretário municipal de Governo de Duque de Caxias (RJ), João Carlos de Sousa Brecha.
Max Guilherme e Jair Bolsonaro — Foto: Reprodução
Jair Bolsonaro não foi alvo de mandado de prisão, mas deve
prestar depoimento ainda nesta quarta, e agentes apreenderam o celular dele e o
da ex-primeira-dama Michelle. A operação foi autorizada pelo ministro Alexandre
de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), dentro do inquérito das “milícias
digitais”.
Max Guilherme trabalha com Bolsonaro há quase 10 anos e
estava sempre ao lado do presidente, tanto nas conversas no cercadinho em
frente ao Planalto, quanto em viagens oficiais. O assessor acompanhou o
presidente na última vez em que ele ficou internado e estava na segurança de
Bolsonaro no episódio da facada em Juiz de Fora.
A corporação investiga um grupo suspeito de inserir dados
falsos de vacinação contra a Covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde.
"Com isso, tais pessoas puderam emitir os respectivos
certificados de vacinação e utilizá-los para burlarem as restrições sanitárias
vigentes imposta pelos poderes públicos (Brasil e Estados Unidos) destinadas a
impedir a propagação de doença contagiosa, no caso, a pandemia de Covid",
diz a Polícia Federal.
A TV Globo e a GloboNews apuraram que teriam sido forjados
os certificados de vacinação:
do hoje ex-presidente Jair Bolsonaro;
da filha de Bolsonaro, Laura Bolsonaro, hoje com 12 anos;
do ex-ajudante de ordens Mauro Cid Barbosa, da mulher e da
filha dele.
Essa suposta falsificação teria o objetivo de garantir a
entrada de Bolsonaro, familiares e auxiliares próximos nos Estados Unidos,
burlando a regra de vacinação obrigatória. A PF ainda investiga a situação de
outros membros da comitiva, como a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.
Os agentes cumpriram 16 mandados de busca e apreensão e seis
mandados de prisão preventiva, em Brasília e no Rio de Janeiro. Além de Max, de
Cid e de Brecha, também foi preso o militar do Exército Sérgio Cordeiro, que
também atuava na proteção pessoal de Bolsonaro.
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Max Guilherme Machado de Moura e Bolsonaro — Foto: Divulgação
Segundo a PF, as condutas investigadas podem configurar, em
tese, crimes como:
infração de medida sanitária preventiva;
associação criminosa;
inserção de dados falsos em sistemas de informação;
corrupção de menores.
Investigação
A inclusão dos dados falsos aconteceu entre novembro de 2021
e dezembro do ano passado. As pessoas beneficiadas conseguiram emitir
certificados de vacinação e usar para burlar restrições sanitárias impostas
pelos governos do Brasil e dos Estados Unidos, segundo os investigadores.
A Polícia Federal afirma que o objetivo do grupo seria
"manter coeso o elemento identitário em relação a suas pautas
ideológicas" e "sustentar o discurso voltado aos ataques à vacinação
contra a Covid-19".
Max Guilherme Machado de Moura e Jair Bolsonaro — Foto: Reprodução
https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2023/05/03/operacao-venire-tem-alvos-do-rj.ghtml
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