segunda-feira, 31 de julho de 2023

Segundo semestre no STF terá julgamento sobre drogas, novo ministro e Barroso na presidência

Corte retoma atividades nesta terça. Ação que pode descriminalizar porte de drogas será analisada na quarta. Na quinta, Cristiano Zanin, indicado de Lula, toma posse no cargo de ministro. Em setembro, Rosa Weber deixa comando do Supremo, e atual vice, Luís Roberto Barroso, assume função.

Por Fernanda Vivas e Márcio Falcão, TV Globo — Brasília 

30/07/2023  

Plenário do Supremo Tribunal Federal em sessão — Foto: Carlos Moura/SCO/STF

  

Após um mês de recesso, o Supremo Tribunal Federal (STF) retoma as atividades a partir da próxima terça-feira (1º), com a previsão de julgamentos de temas de grande repercussão social, a posse de um novo ministro e a sucessão na presidência da Corte, marcada para o fim de setembro.

 

Entre os temas que devem ser analisados ainda em agosto no plenário da Corte, estão:

 

a validade da figura do juiz de garantias nos processos penais

aplicação da tese da "legítima defesa da honra" em tribunais do júri, nos casos de feminicídio

se o porte de drogas para consumo próprio pode ser considerado crime

 

Além disso, a Corte vai realizar a cerimônia de posse do ministro Cristiano Zanin, o primeiro indicado pelo presidente Lula neste terceiro mandato presidencial. O evento está marcado para o dia 3 de agosto.

 

Zanin foi indicado por Lula no dia 1º de junho. O advogado passou por sabatina e foi aprovado no Senado no dia 21 de junho. Ele vai ocupar a cadeira deixada pelo ministro Ricardo Lewandowski, que se aposentou em abril.

 

O Supremo terá ainda neste segundo semestre a eleição para a presidência do tribunal, já que a ministra Rosa Weber deverá deixar o cargo e a Corte no fim de setembro.

 

Em outubro, ela completa 75 anos, a idade limite para que os ministros exerçam suas funções – uma vez alcançada, a Constituição prevê a aposentadoria compulsória para os magistrados. Com isso, Lula fará a segunda indicação para o STF neste ano.

Julgamento sobre o porte pessoal de maconha no STF foi novamente adiado



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Ações em julgamento

Na primeira semana da volta do recesso, o Supremo terá três sessões de plenário – na terça, quarta e quinta-feira. Geralmente, a Corte realiza sessões de plenário às quartas e quintas.

 

Na sessão de terça, estão previstos os julgamentos dos seguintes processos:

 

Legítima defesa da honra: conclusão do julgamento da ação que questiona a possibilidade de se aplicar a tese da "legítima defesa da honra" em julgamentos de feminicídio em tribunais do júri. Já há maioria para tornar o uso da tese inconstitucional. A tese era utilizada em casos de agressões ou feminicídios para justificar o comportamento do acusado em casos, por exemplo, de adultério, na qual se sustentava que a honra do agressor havia sido supostamente ferida. Faltam os votos das ministras Cármen Lúcia e Rosa Weber.

Anulação de decisão do júri: os ministros também devem analisar se é possível anular um veredicto do tribunal do Júri, sob alegação de ser a decisão contraria às provas dos autos.

Na quarta-feira (2), o STF tem os seguintes destaques:

 

Porte de drogas para consumo próprio: os ministros podem retomar o julgamento do recurso que discute se é crime o porte de drogas para o consumo pessoal

Lei de Tocantins que cria cadastro de usuários de drogas: a ação contesta uma lei de Tocantins que prevê a criação de um cadastro de usuários e dependentes de drogas. A legislação foi questionada pela Procuradoria-Geral da República, que afirmou que o banco de dados funciona, na prática, como um cadastro de antecedentes e pode violar princípios como o da dignidade da pessoa humana, os direitos à intimidade e à vida privada, bem como o devido processo legal e a presunção de inocência

 



Presidente do STF, ministra Rosa Weber, recebe Cristiano Zanin, futuro ministro da Corte, nesta quinta-feira (22). — Foto: Fellipe Sampaio/STF

 

Novo ministro

No dia 3 de agosto, a sessão será dedicada à posse do ministro Cristiano Zanin. A cerimônia será presidida pela ministra Rosa Weber e deverá ter a presença de autoridades de outros Poderes, como o presidente Lula e os presidentes da Câmara e do Senado, Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

 

O roteiro da posse conta com:

 

abertura da sessão pela presidente Rosa Weber, com a execução do Hino Nacional;

conforme a tradição, o ministro mais antigo da Corte presente na sessão e o mais novo conduzem Zanin ao plenário.

o ministro Cristiano Zanin faz o juramento de cumprir a Constituição. Após a leitura pelo diretor-geral do STF, o termo de posse é assinado e o novo ministro é declarado empossado pela presidente do tribunal. 

Após assumir o cargo, o novo ministro herdará 530 processos do gabinete de Lewandowski, assumindo a relatoria de casos como: 

validade de regras da Lei das Estatais sobre nomeação de conselheiros e diretores;

validade de decreto do presidente Lula que restabelece as alíquotas de PIS/Pasep e Cofins, que haviam sido reduzidas à metade;

investigações sobre supostos desvios do chamado "orçamento secreto";

omissões do governo Jair Bolsonaro (PL) durante a pandemia de Covid-19;

a validade de decreto de Bolsonaro que flexibilizava a exploração de cavidades subterrâneas, como grutas e cavernas.

Se mantidas as regras atuais, Zanin poderá ocupar o cargo de ministro do STF até completar 75 anos. Ou seja, se resolver se aposentar com a idade máxima prevista por lei, Zanin ficará na Corte por 28 anos. 

Aposentadoria

A ministra Rosa Weber, presidente da Corte, deverá deixar o tribunal até o fim de setembro, já que em outubro ela completa 75 anos – a idade limite para que um magistrado atue. 

O vice-presidente do tribunal, ministro Luís Roberto Barroso, assumirá o cargo. A posse está prevista para o fim de setembro. 

https://g1.globo.com/politica/noticia/2023/07/30/segundo-semestre-no-stf-tera-julgamento-sobre-drogas-novo-ministro-e-barroso-na-presidencia.ghtml

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