A criminalista Maira Pinheiro conta que chegou a receber 20 ligações anônimas em uma madrugada. Ela atua na defesa da mulher que denunciou ex-BBB e disse que os colegas homens não sofreram as mesmas ofensas ao longo dos três anos e meio de caso.
Por Gustavo Honório e Giuliana Girardi, g1 SP — São Paulo
18/07/2023
Advogada relata ataques durante processo — Foto: Arquivo pessoal
Homem: "Eu quero conversar com você, Maira."
Maira: "Você é parente dele [Felipe Prior]? Quem é
você?."
Homem: "Eu sou uma pessoa muito informada, eu sei onde
a Themis mora, onde todas as outras meninas moram"
Maira: "Você é da polícia? Alguém te passou?"
Homem: "Eu tenho as minhas fontes. Investigando,
normalmente..."
Maira: "Você sabe que está praticando o crime de coação
no curso do processo?"
Homem: "Você tá perdendo tempo, eu tenho muitas fontes.
[...] Você que sabe..."
O diálogo acima aconteceu na madrugada de julho de 2021
entre a advogada criminalista Maira Pinheiro e um homem de identidade
desconhecida. Na ocasião, a jurista recebeu mais de 20 ligações telefônicas de
um número anônimo. Decidiu atender porque não aguentava mais a perturbação.
Essa foi apenas uma das vezes em que Maira foi atacada por
representar Themis* no caso em que a mulher denunciou o ex-BBB Felipe Prior por
estupro. Ele foi condenado a seis anos de prisão em regime semiaberto no início
do mês.
(*nome fictício adotado pela defesa a fim de preservar a
identidade da vítima)
Globo.com: leia as principais notícias do dia
Ao longo de três anos e meio de processo, a advogada contou
que, em diversos momentos, teve a caixa de entrada das redes sociais lotada com
mensagens de ódio e xingamentos feitos por fãs de Prior.
“Os fãs dele são muito virulentos. Minhas redes sociais
chegavam a ter mais de 100 mensagens, todas de ataque, de ódio, me xingando com
palavras machistas, me atacando no exercício da profissão. A minha imagem foi
muito explorada. Mas isso faz parte do jogo né? A gente não tem medo de
fanático.”
"Vagabunda, vadia. Esse tipo de palavra. Porque é isso
que nós mulheres somos quando desagradamos o patriarcado. E como a gente estava
indo para cima de um criminoso em série, que tem um padrão de predação de
mulheres, a gente desagrada o patriarcado. Mas não é algo que nos
intimide", garantiu.
Maira compartilhou com o g1 algumas das mensagens recebidas.
Entre as ofensas, estão os termos: "vagabunda, bandida, pilantra, rata,
nojenta, desgraçada, imunda, arrombada, merece o pior tipo de morte e
safada". Confira:
Advogada recebeu ataques nas redes sociais
5 fotos
Maira Pinheiro atua da defesa de mulheres que denunciaram
Felipe Prior por estupro
A advogada relatou que os colegas homens que atuaram no caso
não receberam o mesmo tratamento: "Para as mulheres, ser atacada e
ameaçada no exercício da profissão é mais comum do que para os homens".
Themis também sofreu com ataques
Após denunciar o ex-BBB em 2020, Themis também sofreu
ataques nas redes sociais.
"Muitas mensagens de ódio, perseguições, pessoas
ameaçando não só a mim, mas as outras meninas também, falando que a gente
estava atrás de fama. Eu estou em anonimato porque eu não quero ser marcada por
essa história", pontuou.
"Foi muito doloroso ver as pessoas comentando sobre o
processo e tudo o que aconteceu de uma forma muito agressiva. Em cima de nós.
Ser desconsiderada dessa forma e sem ao menos saber a minha história e
considerar a nossa dor. Foi muito doloroso", lamentou.
Após a condenação, Prior publicou uma nota nas redes sociais
dizendo ser inocente e que vai recorrer da decisão. Os comentários da postagem
foram limitados e apenas os de apoio foram mantidos.
"Fico triste por essas pessoas, de não conseguirem
enxergar a verdade. Sabe... Tantas mulheres falando o que aconteceu, tantas
evidências, a nossa questão social, cultural, tudo o que vem acontecendo. Isso
ultrapassa o meu processo. Será que a gente não chegou ao momento da nossa
história de rever a situação de como a mulher é culpabilizada,
responsabilizada, apenas por ser mulher?", questionou Themis.
Themis deu detalhes da noite do crime
Em entrevista exclusiva ao g1 e ao Fantástico, a mulher que
denunciou Prior deu detalhes sobre o que aconteceu na noite do crime e contou
sobre a relação que tinha com o arquiteto.
Em nota, os advogados de Prior disseram: "a defesa de
Felipe Antoniazzi Prior reitera a inocência de Felipe e que a sentença
prolatada pela 7ª Vara Criminal de São Paulo será objeto de recurso de apelação
ao Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo " (confira a íntegra
abaixo).
Antes do crime
Themis conheceu Prior ainda na idade escolar, durante um ano
letivo em que estudaram no mesmo colégio. Depois, voltaram a conviver quando
ela ingressou no curso de arquitetura da Universidade Presbiteriana Mackenzie,
no Centro da capital paulista. Apesar disso, ela afirmou que nunca teve um
vínculo de amizade com ele, já que cursavam períodos diferentes.
"A gente começou a ter contato por conta de uma colega
minha, de sala, que também estudava na Zona Norte, né? Todos nós morávamos na
Zona Norte. Ela conversou com ele e sugeriu de a gente fazer um esquema de
caronas pagas, já que a gente morava perto", explicou.
Segundo ela, o esquema de caronas durou cerca de seis meses
e se encerrou em razão da incompatibilidade dos horários de trabalho de ambos.
"O Prior não é o tipo de homem que eu me sinto atraída.
Eu nunca tive nenhum interesse nele. Ele é uma pessoa que nem como homem nem
como amigo me interessa. Ele sempre teve um perfil na faculdade e escola de
ofender as pessoas, [fazer] piadas de mau gosto, sabe?".
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fala sobre a agressão: ‘Foi bem doloroso. Começou a sair muito sangue’
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A madrugada do crime
No dia 8 de agosto de 2014, Themis foi com uma amiga a uma
festa universitária que antecedia o InterFAU, competição esportiva em que
participam diversas turmas de faculdades de Arquitetura e Urbanismo do estado
de São Paulo. O evento aconteceu na Cidade Universitária da Universidade de São
Paulo (USP).
"A gente bebeu, eu tinha terminado o namoro fazia uns
dois, três meses. Ela também tinha terminado o namoro recentemente. A gente
estava meio curtindo uma fossa, mas estávamos juntas."
"Na hora de ir embora, cruzei com o Prior e falei: 'Ah,
oi, tudo bem? Mas já estou indo embora'. E ele: 'Ah, também tô indo, você quer
uma carona?'. Aí falei: 'Tá bom'. Minha amiga também morava na Zona
Norte", conta.
Themis disse que, a princípio, não suspeitou de nada porque
já conhecia Prior há bastante tempo: "Eu já tinha pegado carona com ele
diversas vezes, não me parecia um risco, que algo pudesse acontecer".
O crime
"A gente estava voltando da festa, ele deixou primeiro
a minha amiga na casa dela. Quando a gente estava indo sentido à minha casa,
ele parou o carro no meio da rua, desafivelou meu cinto, começou a me beijar. A
rua estava muito escura, já era de madrugada. Ele foi para o banco de trás e me
puxou. E eu fui", relembrou Themis.
"Começou a tirar minha roupa e, à medida que as coisas
iam acontecendo, ele se tornava cada vez mais agressivo comigo. Eu falei
'Felipe, eu não quero, não quero', e ele continuou insistindo, continuou
tirando a minha roupa e começou a penetração. Cada vez que eu falava que eu não
queria, ele se tornava mais agressivo. Eu comecei a tentar resistir
fisicamente, e ele começou a puxar meu cabelo. Começava a me segurar pelos
braços, me segurar pela cintura. Proferiu umas frases muito... Passaram 9 anos
e, tipo... Ele começou a falar para eu parar de me fazer de difícil, que é
claro que eu queria, que agora não era hora de falar que não e começou a forçar
a penetração."
"Quantas vezes eu preciso falar não para a pessoa
entender que ela está me machucando, que ela está me violentando?",
questionou.
"E aconteceu a laceração, que foi bem doloroso. Eu
gritei. Começou a sair muito sangue. E eu comecei a gritar de dor, e aí ele
parou imediatamente, falou: 'O quê que é isso? E eu, tipo, não sabia o que
estava acontecendo, estava muito assustada. Só fui pegando minhas roupas e
tentando estancar o sangue. Aí ele perguntou se eu queria ir para o hospital.
Falei que não, que eu só queria ir para minha casa."
"Ele é muito mais forte que eu. Não tinha como sair
dessa situação... De madrugada, bêbada, com pressão baixa, e ele controlando o
meu corpo, os meus movimentos, fazendo o que ele queria fazer, sabe? Você só
quer que aquela situação acabe", contou Themis.
"[Ver o sangue] foi o susto que ele teve que levar
para parar a situação. Fez uma poça de sangue no carro dele, nele.
Sinceramente, acho que ele ficou mais preocupado com o carro dele do que
comigo. Depois, ele foi para o porta-malas, ficou pegando pano e tentando
limpar o carro. Eu tampei minha ferida com as minhas roupas. Eu senti uma dor
que eu nunca senti antes."
Depois do crime
Ao chegar em casa, Themis disse que foi direto para o
banheiro e tentou estancar sozinha o sangue, mas não conseguiu, porque estava
com a pressão baixa. "Fui acordar minha mãe e pedi para ela me ajudar. Ela
deu uma olhada no machucado, levantou e falou: 'A gente vai para o
hospital'."
Na unidade de saúde, a jovem foi atendida por uma médica que
atestou o ferimento: uma laceração de grau 1 -- compatível com fricção de pênis
ou introdução de outro instrumento na vagina, segundo o prontuário médico ao
qual o g1 e o Fantástico tiveram acesso.
"A médica me perguntou diversas vezes. Perguntou para
minha mãe o que de fato tinha acontecido. Que lá era um lugar seguro, que eu
podia confiar nela, que era necessário falar a verdade, mas eu não quis falar.
Falei que tinha sido um namorado. Eu estava com vergonha, medo", disse.
No dia seguinte, por uma rede social, Prior mandou uma
mensagem para Themis perguntando como ela estava. Ela pediu para ele que não
contasse a ninguém o que havia acontecido naquela noite.
"E a gente nunca mais se falou. Essa foi a última vez
que a gente se falou. Na vida", afirmou.
Três anos depois, caiu a ficha: 'Ele tinha me estuprado'
"Em 2017, se não me engano, começou um movimento do Me
Too, que bombou na internet. Eu comecei a entrar em contato com todos esses
relatos, essas denúncias de mulheres, e consegui conversar com as minhas amigas
sobre isso. Foi quando caiu a ficha que eu tinha sido estuprada", disse
Themis.
"Foi quando realmente caiu a ficha de que não era minha
culpa. Que não era minha responsabilidade. Que eu não tinha feito nada de
errado e que ele tinha me estuprado."
BBB 20 e a denúncia
Felipe Prior foi o 10º eliminado do Big Brother Brasil 20,
no paredão mais votado da história do programa -- mais de 1,5 bilhão de votos.
Quando o arquiteto apareceu na televisão, Themis voltou imediatamente para a
madrugada do dia 8 de agosto de 2014.
"Eu tive uma crise de ansiedade esse dia. Eu estava com
meu companheiro, que hoje é meu marido. Vi o rosto dele [Prior] pela primeira
vez em muitos anos. Tudo o que remetia a ele, eu apaguei da minha vida. E eu vi
o rosto dele, aquilo me causou um choque muito grande, um medo de novo."
Segundo ela, a decisão de denunciar Prior depois de seis
anos do crime se deu depois que começou a receber das amigas prints de tuítes
de outras mulheres relatando que já haviam passado por situações muito
semelhantes.
"Parece um absurdo hoje, quando eu olho para trás,
pensar que eu achava que eu tinha sido a única pessoa que tivesse passado por
isso. Quando vi todos os relatos, as denúncias, aquilo me chocou de tal forma
que eu falei: 'Esse cara tem que ser denunciado. Esse cara tem que pagar pelos
crimes que ele cometeu", destacou.
Alívio pela condenação
Themis disse que sentiu um alívio muito grande quando soube
da condenação de Prior. "Confio muito na capacidade das minhas advogadas,
todo o trabalho que elas fizeram nesses três anos e meio, mas eu tinha medo de
perder esse processo pelo contexto que a gente está vivendo no mundo",
revelou.
"Foi uma vitória. Não só para mim, foi uma vitória para
todas as mulheres que também passam e passaram por essas situações. A justiça
foi feita", pontuou.
As responsáveis pela defesa da vítima foram as criminalistas
Maira Pinheiro e Juliana Valente. Além do processo em que Felipe foi condenado,
elas atuam em outros três casos de estupro em que o arquiteto é investigado,
ocorridos em 2015, 2016 e 2018, sendo que ele é réu em um deles.
Maira Pinheiro e Juliana Valente, advogadas de quatro mulheres que denunciam Prior por estupro — Foto: TV Globo
"Elas todas descrevem casos que seguem modus operandi
similar: ele aborda meninas alcoolizadas, em geral com 20 e poucos anos e
franzinas. Insiste para investidas sexuais, é recusado. Aí a dinâmica assume
contornos fisicamente violentos, de contenção física. Uma coisa que a gente
notou também foram as falas: 'Eu sei que você quer' e 'Para de se fazer de
difícil'. Elas aparecem nos diferentes casos", informou Maira.
"O homem ouve o não, percebe a vítima ali, chorando,
gritando para parar, se esquivando, e continua utilizando de sua força física
para cometer esse ato tão brutal. Trata como se fosse uma relação sexual o
que, na verdade, é um estupro", disse Juliana.
'Ele pegará no mínimo 24 anos de condenação', diz advogada
Juliana Valente informou que, em relação às outras três
denúncias, Prior já se tornou réu em uma e que as outras duas estão em fase de
investigação por parte da Polícia Civil.
A advogada espera que ele também será condenado em todos os
casos e que suas penas, somadas, alcancem 24 anos de prisão:
"Acreditamos que ele pegue uma pena maior nesses outros
casos. Se for na pena mínima, no mínimo, 24 anos de prisão, o que a gente tem
plena convicção que vai acontecer. Essas vítimas, depois de tanto sofrimento,
vão conseguir o mínimo da Justiça, porque essa dor nunca vai ser reparada.”
Themis e a coragem feminina
Maira contou que as quatro mulheres que denunciaram o
arquiteto por estupro receberam pseudônimos de divindades femininas a fim de
preservar suas identidades ao longo do processo: Themis, Freya, Ísis e Diana.
"Foi uma escolha deliberada para celebrar a coragem e a
força das mulheres que decidiram enfrentar esse agressor. Nenhuma delas queria
ter a imagem atrelada ao pior momento de sua vida. Escolhemos pseudônimos que
honrassem a luta delas", explicou.
Themis contou que decidiu dar a entrevista e relembrar toda
a angústia porque sabe a dificuldade de passar pela situação que passou, de
lidar com a dor e de conseguir ter coragem para denunciar homens que violentam
as mulheres.
"Eu quero que seja feita justiça. É a única coisa que
me interessa. Que as pessoas saibam o que ele fez. Para mulheres se
preservarem de homens que são criminosos como ele. Espero que minha história
seja mais uma história de incentivo à mudança e à transformação. Sempre vai ser
uma ferida aberta. Nunca vai passar. O que eu posso fazer com ela hoje é
mostrar para o mundo que nenhuma mulher merece ter uma ferida dessas. É o que
eu aprendi a fazer", disse ela.
O que diz a defesa de Prior
Procurados pelo g1 e pelo Fantástico, os advogados de Felipe
Prior enviaram a seguinte nota:
"A defesa e o próprio Felipe seguem plenamente
confiantes no Poder Judiciário brasileiro e, assim, na reforma de sua injusta
condenação, visto que restou patentemente demonstrada a inocência de Felipe pelas
provas apresentadas no bojo processual, que, lamentavelmente, vêm sendo
ventiladas de forma deturpada e em desrespeito ao segredo de justiça decretado
em relação à tramitação processual – fato este que, também, será objeto das
providências legais pertinentes.
Reafirmando-se a plena inocência de Felipe Antoniazzi Prior,
sua defesa informa que, no momento oportuno e através de alguns veículos,
Felipe se manifestará esclarecendo os fatos distorcidos e inverídicos
apresentados como resposta para os demais veículos de comunicação."
Condenação
A sentença da 7ª Vara Criminal da capital destaca que o
processo foi complexo — tendo a necessidade de ouvir 19 pessoas. Além disso, a
magistrada que assinou a decisão afirmou que tanto os depoimentos das vítimas
quanto os das testemunhas foram coerentes e, ao lado das provas apresentadas,
formaram um conjunto robusto para que Prior fosse condenado ao crime.
A defesa das vítimas recebeu a notícia da condenação
"com muito alívio, por vermos nela o reconhecimento da relevância da
palavra da vítima e do robusto acervo probatório que apresentamos. Foram três
anos e meio de trabalho, muita investigação até localizarmos as vítimas e
testemunhas que contribuíram para que o agressor fosse condenado".
"Esperamos que essa condenação encoraje outras mulheres
sobreviventes a romperem o silêncio e buscarem justiça", enfatizou o
grupo.
"Em que pese a qualidade técnica da sentença,
entendemos que a pena imposta não reflete a brutalidade e as consequências do
crime, por isso iremos recorrer em relação a esse a aspecto", afirmou a
criminalista Maira Pinheiro, uma das advogadas da vítima.
Em nota, a defesa de Prior disse que recebeu as informações
da sentença pelos meios de comunicação e que a decisão "será objeto de
apelação, face a irresignação de Felipe Antoniazzi Prior e de sua Defesa, que
nele acredita integralmente, depositando-se crédito irrestrito em sua inocência
e de que, em sede recursal, lograr-se-á sua reforma, em prestígio à Justiça,
reconhecendo-se sua legítima e verdadeira inocência, que restou patentemente
demonstrada durante a instrução processual".
"Reafirmando-se a plena inocência de Felipe Antoniazzi
Prior, repisa-se ser esse seu status cívico e processual, a luz da presunção de
inocência, impondo-se a ele, como aos demais cidadãos em um Estado Democrático
de Direito, como o pátrio, respeito, em primazia ao inciso LVII, do artigo 5°,
da Constituição Federal brasileira que preconiza que 'Ninguém será considerado
culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória', para que não
se incorra em injustiças, como muitas já assistidas, infelizmente, em nosso
país", diz o texto.
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