sábado, 25 de julho de 2020

Kalil sobre protestos na porta da PBH: ''Quem tem medo de buzina é cachorro''

Prefeito afirmou que é difícil interpretar o que manifestantes querem e disse que a maneira de retirá-lo da prefeitura é a partir das eleições municipais



Prefeito afirmou que quem está descontente com a gestão dele deve se manifestar a partir do voto
(foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)
O prefeito Alexandre Kalil (PSD) criticou os manifestantes que pediram, nessa segunda-feira (29), a reabertura do comércio de Belo Horizonte. Para ele, a maneira de responder à atual gestão da PBH é a partir do voto nas próximas eleições municipais, ainda sem data.


“Nós temos eleição. Não interessa se vai ser agora ou daqui a um mês ou dois. Chega lá e vota em outro. Eu já disse e repito: quem tem medo de buzina é cachorro distraído”, disse Kalil, em entrevista exclusiva ao Estado de Minas.

O chefe do Executivo municipal também minimizou a mobilização de segunda, marcada pela presença de bolsonaristas com bandeiras do Brasil e camisas amarelas. Para ele, a pressão dessas pessoas não se compara ao encarado quando ainda presidia o Atlético.

“(Sentir-se pressionado por) duzentas pessoas gritando aqui é para quem nunca foi presidente do Atlético. Quando você saía do Mineirão, tinha era 50 mil te esperando lá fora, quando o resultado era ruim. O jeito de mudar o meu jeito é no voto”, afirmou.

O prefeito de Belo Horizonte, que será candidato à reeleição, também condenou a falta de critério das manifestações convocadas por apoiadores do governo Bolsonaro na Avenida Afonso Pena, Centro da capital.

“Primeiro, é o samba do crioulo doido: é 'fora STF', é 'viva o Bolsonaro', 'queremos trabalhar', é 'fora Kalil'. Você tem que interpretar o que eles estão falando”, ironizou.

A manifestação

O grupo se reuniu em frente à sede do governo municipal na manhã de segunda-feira. Em plena pandemia do novo coronavírus, eles pediam a flexibilização do comércio, justamente no dia em que a capital voltava à estaca zero diante da alta taxa de ocupação dos leitos para COVID-19, sobretudo de UTI.

Com bandeiras do Brasil, cerca de 250 manifestantes pediam a retomada da atividade comercial. Faixas com os dizeres "BH não pode parar", cartazes diversos e gritos "queremos trabalhar" também foram entoados.

Manifestantes chegaram a ameaçar fechar totalmente a Avenida Afonso Pena, mas acabaram ocupando só duas pistas.

Alguns dos manifestantes portavam adereços como caixões, simbolizando o sepultamento do comércio de BH. Para chamar mais atenção, eles fizeram um apitaço e tiveram o apoio de carros, que buzinaram.

Houve também a distribuição de máscaras escritas com "fora Kalil".

O ato, que teve início por volta das 10h, terminou às 11h, após a execução do hino nacional.

A entrevista

O prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil, concedeu entrevista exclusiva ao Estado de Minas. Na conversa, ele falou sobre a pandemia da COVID-19 e as providências da PBH para reduzir casos, mortes e o impacto da doença no sistema de saúde da capital mineira. Kalil ainda foi questionado sobre ações para a retomada da economia da cidade, eleições municipais, política estadual e nacional. As reportagens serão publicadas ao longo dos próximos dias no portal e nas páginas impressas do Estado de Minas

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