01/04/2017 - 09:58 - Fonte: revista Veja
Delator aponta propina a Aécio
Delatores da Odebrecht também relataram a participação do tucano em um esquema que teria garantido propina de 2,5% a 3% do valor da obra da Cidade Administrativa, que custou R$ 2 bilhões aos cofres mineiros.
Foto: arquivo
Defesa de Aécio nega propinas e afirma que advogado de delator desmente história
Delação premiada do ex-presidente da Odebrecht Infraestrutura Benedicto
Junior, o BJ, aponta que o senador Aécio Neves (PSDB) recebeu recursos
da Odebrecht, por meio de uma conta em Nova York operada por sua irmã
Andrea Neves. Seriam contrapartidas por benefícios à empreiteira em
obras na Cidade Administrativa e na Usina de Santo Antônio, em Rondônia,
que tinha a Cemig no consórcio. As informações são da revista “Veja”.
Aécio e Andrea negam qualquer irregularidade.
Benedicto Junior é um dos 78 executivos da empreiteira a firmar acordo de delação com a Justiça. De acordo com “Veja”, a denúncia de BJ foi confirmada por três fontes ligadas ao processo de delação da Odebrecht, sob a condição de anonimato.
Segundo a revista, os três depoimentos colhidos pela reportagem confirmam que o relato de Benedicto Junior é de que houve depósitos de “contrapartida” feitos em conta bancária em Nova York operada por Andrea, jornalista e mentora do senador desde o início de sua carreira política.
Enquanto Aécio comandava o governo, Andrea não apenas cuidou da imagem
do irmão como chegou a assumir informalmente a área de comunicação do
Estado, a interlocução com empresas e comandou o Serviço de Assistência
Social (Servas).
Só o relato de BJ não é suficiente para incriminar Aécio. Ele ainda precisa apresentar comprovações do que disse. Embora sua delação já tenha sido homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), os fatos ainda dependem de investigação. É por isso que o procurador geral da República, Rodrigo Janot, pediu seis inquéritos contra o senador tucano na nova leva de solicitações feitas ao STF.
O ministro Edson Fachin, relator do caso na Corte, ainda irá decidir se aceita ou não os pedidos. Aécio, de acordo com informações da revista “Época”, é o político com mais pedidos de inquérito na lista de Janot.
Além disso, segundo a “Veja”, o senador seria também um dos políticos que mais receberam recursos da empreiteira: R$ 70 milhões, considerando-se os pagamentos de 2003 até agora. Esse dinheiro não aparece nas prestações de contas de Aécio ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Pelo registro oficial, o senador recebeu R$ 15,9 milhões em 2014. Nos anos anteriores, não é possível levantar o montante, já que a lei permitia que as doações fossem feitas aos diretórios ligados ao candidato.
Dos R$ 70 milhões repassados a Aécio, segundo delações, R$ 50 milhões chegaram ao tucano após a Odebrecht vencer o leilão para a construção da hidrelétrica de Santo Antônio, em 2007. A informação foi passada pelo ex-presidente da construtora Marcelo Odebrecht, de acordo com o jornal “Folha de S.Paulo”. Além da Cemig, controlada na época pelo governo mineiro comandado por Aécio, Furnas, empresa controlada por aliados do senador, também tinha participação na usina.
Delatores da Odebrecht também relataram a participação do tucano em um esquema que teria garantido propina de 2,5% a 3% do valor da obra da Cidade Administrativa, que custou R$ 2 bilhões aos cofres mineiros.
Fachin.
O ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no STF, confirmou nessa
sexta-feira (31) que vai liberar os pedidos feitos pela Procuradoria
Geral da República (PGR) em relação à delação da Odebrecht agora em
abril. Ele não definiu se será na primeira ou na segunda quinzena.
Para tucano, acusação é absurda
A assessoria do senador Aécio Neves divulgou nota nessa sexta-feira
(31) à noite afirmando que o advogado do tucano, Alberto Toron, entrou
em contato com o advogado Alexandre Wunderlich, que representa o delator
Benedicto Junior, e este lhe informou “que não existe na delação de seu
cliente qualquer referência à irmã do senador ou a qualquer conta
vinculada a ela em Nova York”.
A assessoria do ex-governador afirmou, no texto, que “as acusações publicadas na revista ‘Veja’ são falsas e absurdas”. O senador criticou a revista, afirmando, via assessoria, que “é lamentável que afirmações graves como as apresentadas venham a público sem a devida apuração de sua veracidade”.
O senador defendeu a quebra do sigilo das delações homologadas como “condição fundamental para que a população tenha acesso à integra dos depoimentos e para que as pessoas injustamente citadas possam exercer seu direito de defesa”.
http://www.gazetadearacuai.com.br/noticia/5868/delator_aponthttp://www.gazetadearacuai.com.br/noticia/5868/delator_aponta_propina_a_aecio/a_propina_a_aecio/
Nenhum comentário:
Postar um comentário