domingo, 2 de abril de 2017

Governador de Minas anuncia fundo para vender Cidade Administrativa

De acordo com o projeto que será encaminhado à Assembléia Legislativa, após a venda, o Estado passaria, então, a pagar aluguel pelo uso dos prédios públicos.

Foto: arquivo Governador de Minas anuncia fundo para vender Cidade Administrativa
Cidade Administrativa é a atual sede do governo de Minas.
O governador Fernando Pimentel envia nesta quinta-feira (30) à Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) um projeto de lei que cria seis fundos de investimentos para tentar tirar do vermelho as finanças do Estado. Com a crise nas contas, salários dos servidores estaduais continuam a ser parcelados.
 
 
Do Palácio da Liberdade, o petista anunciará a criação do fundo imobiliário, de quase R$ 4 bilhões, para levar adiante a decisão de negociar um conjunto de imóveis de posse do Estado, incluindo o complexo de prédios públicos que formam a Cidade Administrativa Tancredo Neves, localizado na região Norte da capital.
 
 
 
Governador está sendo criticado pelos deputados da oposiçãoGovernador está sendo criticado pelos deputados da oposição
 
 
A intenção do governo é criar um fundo imobiliário, cotizando as ações da sede do Executivo, em cerca de R$ 2 bilhões para investidores interessados. O Estado passaria, então, a pagar aluguel pelo uso dos prédios públicos. Com valor de quase R$ 4 bilhões em mãos – R$ 2 bilhões da Cidade Administrativa e quase R$ 2 bilhões da negociação de outros imóveis –, Pimentel levantaria recursos que poderiam ser usados para normalizar o fluxo de caixa, garantindo o pagamento em dia da folha de pagamento do funcionalismo, que consome cerca de R$ 3,2 bilhões por mês. Sanar o problema é ponto considerado fundamental no projeto de reeleição ao governo em 2018.
 
 
 

Sede do governo hoje é do Estado


Em dezembro passado, já com vistas a se desfazer da Cidade Administrativa, obra-símbolo da gestão tucana, o governador Fernando Pimentel criou a Lei 22.431, em que autoriza o governo de Minas a receber os imóveis da Cidade Administrativa, até então em poder da Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemig). Foi a estatal a responsável pelos recursos de R$ 1,2 bilhão utilizados na construção da nova sede do Executivo.
 
 
O valor da Cidade Administrativa foi avaliado, no texto da lei, em R$ 1,1 bilhão. “O recebimento (pelo governo) será compensado por abatimento de capital a ser efetuado nas ações da Codemig, de propriedade do Estado”, diz a lei que determinou a transferência.
 
 
A negociação da Cidade Administrativa não foi bem recebida pelos deputados da oposição na Assembleia. “Essa proposta é um descalabro. O governo deixa de ter um ativo, ainda que imobilizado, e assume uma despesa de aluguel que se caracteriza como fixa, obrigatória e com prazo indeterminado. Essa manobra não apenas não soluciona a questão do déficit de R$ 9 bilhões, como ainda agrava esta situação”, disse o líder da Minoria, Gustavo Valadares (PSDB). Ele sustenta que a reunião dos órgãos na Cidade Administrativa gerou economia de 730 milhões entre 2011 a 2015.
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