Fato estranho será que alguém ainda se lembra....
Agencia Estado
27 Junho 2007 | 16h27
O município de Teófilo Otoni, no interior de Minas Gerais,
foi condenado pelo Tribunal de Justiça do Estado a pagar indenização de
R$ 35 mil a uma moradora, por danos morais, em decorrência da "invasão"
de um cadáver em decomposição e de restos mortais à sua residência.
O fato inusitado e macabro ocorreu na madrugada chuvosa de 27 de outubro
de 2004. O temporal que atingiu a cidade provocou a queda de parte do
muro que separa a casa da professora de educação física Sônia dos Santos
Ferreira, 42 anos, do cemitério municipal.
O terreno cedeu e a enxurrada arrastou para a residência o defunto
enterrado há cerca de duas semanas, junto com lama e ossadas de outras
sepulturas. Conforme os autos, a tampa do caixão que fora aberto atingiu
a perna de Sônia, que sofreu ferimento e infecção bacteriana.
De acordo com o TJ-MG, a vítima alegou que o corpo só foi removido no
período da tarde e o ambiente da residência ficou "impregnado pelo
cheiro de matéria orgânica em decomposição". Em razão da grande
quantidade de lama, ossos, pedras e restos de construção, a porta da
sala ficou impedida de ser aberta. A professora e suas duas filhas
precisaram ser "resgatadas" com a ajuda de vizinhos.
Lembrança
A madrugada de terror ainda está na memória de Sônia. "Foi terrível.
Acordei com um barulho muito grande. A impressão é que as paredes
estavam tremendo", disse a professora ao Estado. "Quando desci da cama,
já pisei na lama. Um (cadáver) estava inteiro, pois tinha sido enterrado
15 dias antes. Mas havia pedaços de outros. A perícia recolheu 18 sacos
com ossadas. Uma coisa horrorosa, não dá para esquecer de jeito
nenhum".
Além dos danos morais, Sônia sofreu prejuízos materiais. A enxurrada
provocou a destruição de móveis e aparelhos elétricos. O muro foi
reparado pela prefeitura local, mas a casa continua fechada e a
professora já decidiu que não voltará a viver no imóvel. "Vou continuar
morando de aluguel. Não tenho condições emocionais de morar lá".
Maria Edina Batista dos Santos, uma das advogadas de Sônia, contou que
as duas filhas presenciaram a cena e ficaram traumatizadas. "Uma das
meninas até pensou em suicídio", disse.
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