Mizael Bispo
,Adolescente é apreendido no Paraná suspeito de planejar e
orientar ataques a escolas, diz polícia
Polícia Civil diz que chegou até o garoto em Palmas, no sul
do estado, após receber um relatório da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil.
Por G1 PR
Embaixada dos Estados Unidos, em Brasília — Foto: Google/ Reprodução
A polícia diz ter chegado até o adolescente após receber um
relatório da Homeland Security Investigations, da Embaixada dos Estados Unidos no
Brasil, no início da semana.
O relatório, segundo a polícia, apontou que o garoto estava
planejando ataques e dando orientações por meio da internet. Um documento do
mesmo órgão também levou à apreensão de três adolescentes de 17 anos em Goiás.
Na caso do adolescente do Paraná, os policiais apreenderam
computador, celular e equipamentos de armazenamento.
A investigação aponta que o adolescente, em uma das
conversas, estava dando instruções a outro garoto sobre como matar a própria
mãe.
Durante o depoimento à polícia, o adolescente informou que é
um líder e que as pessoas o procuravam para que ele desse as instruções.
O menino ainda tinha fotos impressas do autor do massacre de
Suzano (SP), ocorrido em uma escola em 13 de março de 2019. Na ocasião, nove
pessoas foram mortas.
MA afasta policiais após matarem jovem
que desejou 'boa sorte' a Lázaro
Ana Maria faz selfie com o filho, Hamilton César Lima Bandeira, e o pai dela,
Plácido Ribeiro, de 99 anosImagem: Arquivo pessoal
Três policiais civis foram
afastados das funções após um jovem com transtornos mentais ter sido morto em
uma operação numa casa em Presidente Dutra (MA), a cerca de 350 km de São Luís.
Suas identidades foram mantidas em sigilo.A polícia fala que os agentes
reagiram a um ataque a faca. Familiares contestam a versão. A arma não foi
apresentadaNa última sexta-feira (18), a polícia recebeu denúncias de que
Hamilton César Lima Bandeira, 23, estaria fazendo postagens nas redes sociais a
favor de Lázaro Barbosa Sousa, assassino
procurado há 13 dias após matar
uma família no Distrito Federal.
No mesmo dia, segundo a polícia,
três agentes da delegacia de Presidente Dutra foram até a casa de Lima Bandeira,
que era suspeito de apologia ao crime.
No local, estavam ele e o avô, de
99 anos. Os policiais entraram na residência e efetuaram dois disparos contra o
jovem, que foi socorrido, mas morreu no Hospital Socorrão, em Presidente Dutra.
Segundo Plácido Ribeiro, seu avô,
que foi testemunha da ação, o rapaz não reagiu nem estava armado.
"Eles
perguntaram quem estava na casa, e eu disse que era eu e o Hamilton. Foi quando
eles [policiais] entraram. O Hamilton levantou da cama, segurou na cortina e
foi olhar. Aí eles atiraram", contou o avô ao UOL.
De acordo com o delegado César
Ferro, o jovem teria reagido e ameaçado os policiais com uma faca. Ainda
segundo ele, os disparos foram no abdômen e na perna direita, feitos por
agentes diferentes.
"A gente recebeu vários
relatos de que um rapaz residente no Povoado Calumbi teria feito várias
postagens ameaçadoras, enaltecendo o criminoso Lázaro. Quando os policiais
chegaram, foram atacados e tiveram que reagir. Não queríamos isso. A polícia
não vai a um lugar para matar um jovem. Isso não existe. Eles queriam levá-lo
para a delegacia e que sobrevivesse", afirmou o delegado.
Moradores na região chegaram a
queimar pneus na cidade, em protesto.
Família: Rapaz tinha histórico de distúrbios mentais
Hamilton era estudante no ensino
médio e tinha transtornos mentais desde criança, segundo a família. Na postagem
feita em uma rede social, ele dá "boa sorte" a Lázaro e se diz fã do
criminoso.
Para a mãe do jovem, Ana Maria, o
jovem não fez a postagem com intenção de realizar algum crime, mas por conta de
sua deficiência mental.
"Ele
ficava falando essas coisas, mas não era agressivo. Ele tomava remédio
controlado e antidepressivos e sofria com transtorno de ansiedade.
Tinha 23 anos, mas era como se fosse um menino de 12. Não tinha maldade.
Gostava de brincar jogando bola com as crianças menores", conta a mãe.
A mãe também acusa os policiais de
entrarem na residência sem uma ordem da Justiça e de tentarem prender o filho
sem um mandado.
A Polícia Civil, por outro lado,
informou que não houve a necessidade de um mandado judicial porque Hamilton
estaria em situação de flagrante pelo crime de apologia ao crime.
A polícia também afirmou que os
investigadores tiveram a autorização do idoso para adentrar no imóvel, portanto
não teria havido "invasão".
O caso está sendo acompanhando
pelo Ministério Público e pela Secretaria do Estado de Direitos Humanos.
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