Após criticar a Lei Rouanet durante apresentação em Sorriso, no Mato Grosso, o show do cantor Zé Neto, da dupla com Cristiano, entrou na mira do Ministério Público. O artista recebeu R$ 400 mil da prefeitura para integrar a grade de programação cultural da festa de 36 anos do município. Logo, foi no palco desse evento que o sertanejo deu o tom ácido contra a legislação federal de incentivo à cultura. Agora, além de Sorriso, outras 23 prefeituras do estado serão investigadas. São elas: Gaúcha do Norte, Porto Alegre do Norte, Figueirópolis D’Oeste, Nortelândia, Salto do Céu, Alto Taquari, Novo São Joaquim, Nova Mutum, Sapezal, Canarana, Acorizal, Brasnorte, Água Boa, São José do Xingu, Vera, Barra do Garças, Juína, Querência, Bom Jesus do Araguaia, Santa Carmem, Matupá, Nova Canaã do Norte e Novo Horizonte do Norte.
“Nós somos artistas que não dependemos de Lei Rouanet. Nosso cachê quem paga é o povo. [...] A gente não precisa fazer tatuagem no 'toba' para mostrar se a gente está bem ou não. A gente simplesmente vem aqui e canta, e o Brasil inteiro canta com a gente”, declarou Zé Neto, em 13 de maio, no palco do evento bancado com dinheiro público.
A declaração do artista, porém, gerou uma onda de exposições dos cachês astronômicos pagos a cantores sertanejos com verbas de prefeituras de cidades de pequeno ou médio portes. Nesse sentido, Gusttavo Lima – considerado "Embaixador" do gênero musical e que "ostenta" o título do cachê mais caro do Brasil – teve seus pagamentos expostos nas redes sociais e na mídia, e que resultaram em investigações do Ministério Público.
Conforme o procurador-geral José Antônio Borges Pereira, o objetivo da apuração é ter "acesso à remessa da cópia integral do procedimento gerado a todos os promotores de Justiça que detenham atribuição na defesa do patrimônio público e da probidade administrativa nas comarcas citadas (...), para conhecimento e providências (...)".
CANCELAMENTO
Com cachês na mira das diligências do Ministério Público, o cantor Gusttavo Lima fez uma transmissão ao vivo no Instagram no fim da noite de segunda-feira. Em pronunciamento que durou pouco mais de 20 minutos, o astro do sertanejo disse que nunca se beneficiou com dinheiro público. No final, ele chorou e qualificou os episódios recentes como uma "perseguição". "Não é porque é uma prefeitura que vou deixar de cobrar o meu valor, pois tenho contas e funcionários para pagar. Quando o boleto chega no fim do mês, não tem choro e não tem vela", enfatizou o sertanejo.
O cantor Zé Neto entrou na live de Gusttavo Lima e assumiu a responsabilidade pela polêmica. "Cara, quem tem que dar satisfação sou eu, irmão. Tô (sic) atravessando uma fase ruim, sou seu irmão, não precisa se explicar, joga para mim, irmão. Não tem nada a ver com você", comentou.
No último sábado, a Prefeitura de Conceição do Mato Dentro, na Região Central de Minas, anunciou o cancelamento dos shows de Gusttavo Lima e da dupla Bruno e Marrone na 30ª Cavalgada do Jubileu do Senhor Bom Jesus do Matozinhos, que ocorrerá entre 17 e 23 de junho. A decisão do Executivo ocorreu após vir a público que a gestão municipal faria uso indevido dos valores da Compensação Financeira pela Exploração Mineral (Cfem) para pagar os cachês dos artistas, que, somados, correspondem a R$ 1,72 milhão.
O recurso é um tributo pago pelas mineradoras para municípios onde há atividades minerárias e, segundo o portal da Agência Nacional de Mineração, só pode ser aplicado em "projetos que, direta ou indiretamente, revertam em prol da comunidade local na forma de melhoria da infraestrutura, da qualidade ambiental, da saúde e educação". Em comunicado, o Executivo afirmou que recebeu “com perplexidade” as "notícias que dizem que os shows ocorriam com verbas da saúde e educação" e reafirmou que o uso dos recursos do Cfem ocorre de forma legal.
Além dos pagamentos fixados para Gusttavo Lima e a dupla, que acabaram tendo suas apresentações canceladas, Simone e Simaria (R$ 520 mil), Israel e Rodolffo (R$ 310 mil), Padre Alessandro Campos (R$ 162 mil), Di Paullo e Paulino (R$ 120 mil), João Carreiro (R$ 100 mil) e Thiago Jhonathan (R$ 90 mil) estão entre as principais atrações que seguem mantidas no evento. Todos os cachês, conforme a prefeitura, serão pagos com recursos do Cfem.
Ajor se juntou à Unesco e outras organizações da sociedade
civil em movimento para marcar este 3 de maio
Por #Colabora | ODS 16 • Publicada em 3 de maio de 2022 -
10:47 • Atualizada em 5 de maio de 2022 - 10:40
Todos os anos a Unesco escolhe um tema para marcar o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, comemorado em 3 de maio. Neste ano, o foco é “Jornalismo sob cerco digital: a era digital e o impacto na liberdade de expressão, na segurança dos jornalistas, no acesso à informação e na privacidade”. Com o apoio de diversas entidades, entre elas a Ajor (Associação de Jornalismo Digital, da qual o #Colabora faz parte), a Unesco no Brasil convida a sociedade civil e todos aqueles que acreditam no valor da democracia a se juntarem em um movimento nessa data.
O objetivo é chamar atenção para o valor e papel essenciais
de uma imprensa livre e independente. Com o tema deste ano em destaque,
veículos, sites de jornalismo digital, universidades profissionais podem
contribuir com ideias e iniciativas para que, em benefício de toda a sociedade,
buscando garantir um ambiente de trabalho seguro em todas as suas etapas para
toda a imprensa.
Além da mobilização brasileira, a Conferência anual do Dia
Mundial da Liberdade de Imprensa, promovida pela Unesco, acontece neste ano no
Uruguai, de 2 a 5 de maio em Punta del Este, com uma programação paralela
também em Montevidéu. A secretaria executiva da Ajor estará presente no evento.
“O Dia Mundial da Liberdade de Imprensa nos lembra da
importância de respeitarmos o direito fundamental à liberdade de expressão,
pilar essencial da democracia. Precisamos apoiar e defender os profissionais da
mídia, para não serem alvos de restrição ou cerceamento de suas atividades, e
de garantirmos que tanto os meios de comunicação, como os cidadãos, possam se
expressar livremente, sem sofrerem ameaças, ataques ou qualquer tipo de
violência ao apurar os fatos e relatar histórias”, afirma Marlova Noleto,
Diretora e Representante da Unesco no Brasil.
O Dia Mundial da Liberdade de Imprensa é comemorado no dia 3
de maio. A data foi instituída pela Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU) em
1993. No mesmo dia é também celebrada a assinatura da Declaração de Windhoek,
capital da Namíbia, que foi sede de um seminário realizado por jornalistas
africanos em 1991. A data celebra a luta pelo direito à liberdade aos profissionais
de imprensa de divulgar, investigar e trazer ao conhecimento público
informações de forma imparcial e independente. Também é comemorado neste dia o
aniversário de um ano de fundação da Ajor (Associação de Jornalismo Digital).
O tema Jornalismo Sob Cerco Digital foi escolhido porque a
Unesco considera que a informação é um bem público, e a imprensa livre e
independente é o seu guardião. No entanto, o jornalismo profissional nunca
esteve tão ameaçado. Cada vez mais profissionais e organizações de notícias
sofrem com todo o tipo de violações. Agora, entretanto, o cerco é digital.
Aos ataques, ameaças, prisões e atentados, juntam-se a
violência virtual (principalmente contra as mulheres), a vigilância e o
hackeamento de dados de jornalistas por parte de atores estatais e não
estatais. O cenário se completa com a falta de transparência e de
responsabilização das empresas de tecnologia, o que contribui para a
proliferação de desinformação e discurso de ódio
Em mensagem sobre o ‘Dia Mundial da Liberdade de Imprensa’, secretário geral da ONU destaca desafios 3 de mai. de 2022
Neste Dia Mundial da Liberdade de Imprensa (03/05/2022), o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, destaca o trabalho essencial de jornalistas e outros profissionais da comunicação que “procuram transparência e responsabilidade daqueles que estão no poder”.
Segundo o chefe da ONU, embora muitas vezes corram grande
risco, eles seguem na linha de frente para levar informações precisas e para
salvar vidas. Guterres destacou o trabalho durante a pandemia e em zonas de
guerra, onde são fundamentais para garantir reportagens de qualidade.




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