quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018

Bombeiros capturam quatro preguiças para realização de exames em Teófilo Otoni

Animais foram levados para coleta de sangue (Foto: Ronnie Vagner Caldas Araújo/Arquivo pessoal)


Animais tiveram sangue colhido para ser analisado por pesquisadores da FioCruz e UFMG, mas já foram devolvidos para a Praça Tiradentes, onde moram


Na manhã desta quinta-feira (18) foi diferente na Praça Tiradentes, no Centro de Teófilo Otoni (MG). Moradores pararam para observar o Corpo de Bombeiros realizar a captura de quatro dos nove bichos-preguiça que habitam no local.

Segundo a veterinária Lídia Roedel Hinkelmann, a captura teve como objetivo colher o sangue dos animais para a realização de exames de sangue, que serão analisados por pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz e da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). “Como eu já estou acostumada às preguiças, eu me voluntariei para colher o sangue delas. Mas o procedimento já foi feito e elas já foram devolvidas à praça”, explica.


O soldado Wesley Oliveira conta que foi utilizado um caminhão especial durante a ação, que elevou o militar até próximo dos animais, que estavam no alto das árvores da praça. “Fomos solicitados para recolher esses animais para passarem por exames. Alguns estavam em pontos muito altos e não foi possível chegar até eles. Mas capturamos três preguiças adultas e um filhote, que ficaram sob os cuidados da veterinária”.

Moradores da praça


Já acostumada a lidar com os bichos-preguiça, Lídia Hinkelmann conta que cuida eventualmente deles desde 1986, quando se mudou para Teófilo Otoni. “Toda vez que surgia uma emergência eu era acionada. No início, não sabia nada sobre preguiças, mas entrei em contato com pesquisadores do Amazonas e da Bahia e fui ganhando conhecimento para tratar deles”, conta.


Segundo a veterinária quando chegou à cidade eram cerca de 40 bichos-preguiça que viviam na praça Tiradentes. A população caiu para nove devido aos cruzamentos entre animais consanguíneos. “Uma vez colaborei também com pesquisadores da USP que estiveram aqui. Eles descobriram que houve mutação genética nos machos, muitos ficaram estéreis”, revela


Ao longo dos anos, com a morte natural dos animais, a quantidade foi diminuindo, especialmente devido à presença de poucas fêmeas no grupo. Dos nove bichos-preguiça atuais, duas são fêmeas e há ainda um filhote de sexo não identificado


O grupo mora nas árvores da praça e se alimenta de brotos de oiti, a espécie arbórea mais comum no local. Ainda segundo Lídia, os bichos-preguiça já são símbolo da Praça Tiradentes e contam com o apoio da comunidade local.


“Algumas pessoas jogam pipoca, mas eles nem comem, porque se alimentam de plantas mesmo. Só não aconselhamos a pegar nas preguiças quando elas descem das árvores, porque o cheiro do ser humano fica na preguiça e pode causar estranhamento e isolamento desse animal no restante do grupo”, orienta a veterinária.

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