Por Kleber Tomaz, G1 SP, São Paulo
Julgamento de Victor Cristilder ocorre no Fórum de Osasco. Réu está preso. Em setembro, outros 3 agentes foram condenados por chacina com 17 mortos em Osasco e Barueri.
Começou por volta das 12h desta terça-feira (27) o júri popular do quarto e último agente acusado de participar da maior chacina da história de São Paulo. O policial militar Victor Cristilder Silva dos Santos, de 32 anos, está preso preventivamente sob a acusação de ter assassinado 17 pessoas e ter tentado matar outras 7 no dia 13 de agosto de 2015 em Osasco e Barueri, cidades da Grande São Paulo.
O julgamento ocorre no fórum de Osasco. Em setembro de 2017, a Justiça condenou três outros agentes pelos crimes. O PM da Rota Fabrício Eleutério foi condenado a 255 anos, 7 meses e 10 dias de prisão; o policial militar Thiago Henklain a 247 anos, 7 meses e 10 dias; e o guarda-civil Sérgio Manhanhã a 100 anos e 10 meses.
De acordo com a acusação feita pelo Ministério Público (MP), os agentes decidiram sair armados e encapuzados cometendo execuções em comunidades para vingar as mortes de um policial e de um guarda, dias antes. Todos os citados negam ter participado da chacina.
Apesar de Cristilder pertencer ao mesmo processo dos outros três agentes, sua defesa recorreu à Justiça da decisão que o levou a júri popular para ele ser julgado em separado dos demais. A juíza que irá dar a sentença a partir da decisão dos jurados é Élia Kinosita Bullman. A magistrada reservou o plenário para ao menos quatro dias, segundo a assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça (TJ)
Chacina
O caso da chacina na Grande São Paulo ganhou repercussão internacional à época. Além do número de mortos, câmeras de segurança gravaram homens mascarados executando as vítimas num bar em Barueri, cidade que registrou três mortes. Antes, outras 14 pessoas foram mortas a tiros em diversos locais de Osasco. A matança ocorreu no período de cerca de duas horas. Moradores relataram os crimes pelo WhatsApp
A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) da Organização dos Estados Americanos (OEA) chegou a cobrar das autoridades brasileiras o esclarecimento das mortes e punição dos assassinos. O governo paulista criticou as declarações do órgão.
Uma força-tarefa composta pela Polícia Civil, Corregedoria da Polícia Militar (PM) e Ministério Público (MP) foi criada e concluiu que quatro policiais militares e um guarda-civil participaram das execuções. Segundo a apuração, apesar das mortes terem ocorrido em oito lugares diferentes, elas foram cometidas pelo mesmo grupo. Membros da investigação consideram essa chacina a maior do estado de São Paulo.
Cada um dos agentes é acusado por um número diferente de mortos e feridos (veja a arte nesta reportagem). Na esfera administrativa eles respondem a apurações internas na PM e na GCM. Dependendo do resultado do julgamento criminal, podem ser expulsos ou mantidos nas suas corporações.
O promotor Marcelo Oliveira é o representante do Ministério Público (MP), responsável pela acusação.
Cristilder, que é conhecido como Boy, sempre negou o crime, segundo seu advogado, João Carlos Campanini. “Meu cliente é inocente das acusações”, disse.
Cristilder também deverá ser submetido a outro julgamento por um crime cometido em Carapicuíba, na Grande São Paulo. O policial havia sido absolvido da acusação de envolvimento no homicídio e na ocultação do cadáver de Michael Amaral Ribeiro, em agosto 2015 em Carapicuíba.
No entanto, ele teve a sentença reformada pelo Tribunal de Justiça (TJ) de São Paulo e agora será levado a outro júri popular em Carapicuíba, em data a ser definida.
Chacina em Osasco e Barueri Chacina em Osasco e Barueri, SP, mata, pelo menos, 19 pessoas.Chacina em Osasco e Barueri (SP) mata pelo menos 19 pessoas.Assassinatos aconteceram em um intervalo curto, de 1 hora e meia.Sequência de crimes faz a polícia acreditar em ação organizada.A polícia também registrou três mortes em Barueri. Em uma hora e meia,
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