terça-feira, 2 de novembro de 2021

Bolsonaro vira piada também na Itália antes da cúpula do G20 sobre clima

 Bolsonaro recusou café e tomou Coca-cola numa loja de embutidos em Roma

Manifestantes protestam contra Bolsonaro na Itália

Manifestantes protestam contra Bolsonaro na ItáliaFoto: Reprodução

Após ser criticado por jornais e redes de TV italianas por caminhar no centro de Roma em meio a um grupo de cerca de 30 pessoas aglomeradas, boa parte das quais sem máscaras, o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, usava a proteção facial quando chegou neste sábado (30) para a cúpula do G20.

Bolsonaro foi recebido pelo premiê italiano, Mario Draghi, que é o presidente do G20 neste ano, e tirou a máscara para fazer a foto oficial. No interior do local do evento, os líderes não usavam a proteção.

O passeio na sexta (29) foi organizado pelo deputado ítalo-brasileiro Luis Roberto Lorenzato, que divulgou imagens de Bolsonaro caminhando por pontos turísticos. Eleito para o Parlamento italiano em 2018, pela Liga, partido de direita radical liderado por Matteo Salvini, ele tem sido o articulador entre o presidente brasileiro e figuras da direita italiana.

Nos vídeos que foram reproduzidos por telejornais italianos, Bolsonaro não segue as recomendações sanitárias vigentes na Itália: o uso de máscara é indicado para ambientes abertos onde não seja possível manter o distanciamento físico - como no caso da aglomeração provocada pelo presidente.

Os jornalistas também ironizaram o fato de que, na loja de embutidos que visitou, Bolsonaro tenha recusado um café e preferido uma Coca-Cola. "Ele vai entrar para a história como o único presidente brasileiro que veio a Roma e recusou um café, logo este produto que representa uma conexão entre os dois países", disse o apresentador do telejornal da emissora Rai, na manhã deste sábado.

Desde que chegou, Bolsonaro tem evitado a imprensa. Após desembarcar, ele não respondeu a uma pergunta sobre suas expectativas em relação ao G20 e, na noite de sexta, a Secretaria de Comunicação da Presidência afirmou não ser possível atender ao pedido de que o presidente falasse sobre seu encontro com o presidente italiano, Sergio Mattarella.

Após a reunião cerimonial, o presidente voltou à embaixada, onde está hospedado, e convidou para uma conversa apenas os repórteres das emissoras CNN e Record. De acordo com assessores da Presidência, os dois jantaram com a comitiva.

Neste sábado, segundo a Secretaria de Comunicação da Presidência, não havia, até as 13h (horário local), nenhuma previsão de que o presidente falasse sobre os encontros previstos: às 16h, ele se reúne com o secretário-geral da OCDE, grupo de países nos quais o Brasil pleiteia ingressar.

Veja o vídeo postado pelo portal Poder360!

Fezes e pichações

Ao chegar em Anguillara Veneta, cidade no norte da Itália, na sexta-feira (29), Bolsonaro (sem partido) foi recebido por manifestações do grupo Rise Up 4 Climate Justice (“Levante-se pela Justiça Climática”). Os ativistas arremessaram esterco na sede da prefeitura e picharam os muros em protesto pela concessão do título de cidadão honorário do município a Bolsonaro. Mesmo com a tinta e as fezes, o evento acontece na próxima semana.

Fonte: Folhapress

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https://www.parlamentopiaui.com.br/noticias/poderes/bolsonaro-vira-piada-tambem-na-italia-antes-da-cupula-do-g20-sobre-clima-193191.html

 


Diego Espino PSL vira alvo da milícia de  extrema-direita relacionado a fake news sobre ideologia de gênero

Vereador conservador que desmaiou durante discurso faz exame toxicológico

Vereador do PSL se exaltou e desmaiou após ter seu nome relacionado a uma fake news sobre ideologia de gênero. Diego Espino acabou virando alvo de milícias da própria extrema-direita e se viu obrigado a fazer exame toxicológico para prestar contas aos radicais bolsonaristas

vereador psl desmaia

 Gil Alessi, El País

 

Um político conservador que se diz contra a “ideologia de gênero” e cita o grupo de rap Racionais MC’s em discursos se tornou o novo alvo de ataques que seguem o modus operandi das milícias digitais bolsonaristas. O vereador Diego Espino (PSL), de Divinópolis, interior de Minas Gerais, se tornou vítima de uma campanha de desinformação e fake news após protocolar, na segunda-feira, um projeto de lei que garante às pessoas transexuais da cidade o direito de usar seu nome social. A reação não demorou: “Um militante de direita radical me mostrou um meme e perguntou se era verdade”, disse o vereador em entrevista ao El País.

 

Na imagem estava uma foto de Espino com a bandeira do arco-íris, símbolo da comunidade LGBTQIA+, com os dizeres “Vereador Diego Espino apresenta projeto para implantar ideologia de gênero em Divinópolis. Você quer isso para Divinópolis?”. A resposta de Espino foi dada na tribuna da Câmara em um vídeo que viralizou nas redes sociais —e no qual ele confunde identidade de gênero com “opção sexual”.










  

O vereador se explica aos berros. Diz que apresentou “um projeto nesta casa, para quando a pessoa, quando é transgênero, quando escolhe sua opção sexual, a gente tem que respeitar isso, ao invés de ser chamada pelo nome de batismo, de registro, ser chamada pelo nome social. Só isso”. Mais à frente, ele se diz contrário à “ideologia de gênero” associada a ele no meme difundido nas redes sociais: “Nunca fui a favor de ideologia de gênero”. Por fim, Espino passa mal e desmaia, indo ao chão da tribuna em meio às bandeiras de Minas, Divinópolis e do Brasil.

  

O termo “ideologia de gênero” usado por ele e pelo meme foi criado por setores conservadores da Igreja Católica em meados dos anos de 1990 e adotado nos últimos anos por políticos e militantes de extrema direita no Brasil e no mundo. É utilizado pelo presidente Jair Bolsonaro, por ministros do Governo, militantes e parlamentares de forma genérica para se referir às iniciativas de promoção da diversidade sexual, de gênero e sexualidade em qualquer ambiente —especialmente o escolar. No entanto, especialistas apontam que este tipo de campanha reacionária tem como efeito dificultar a identificação e o diálogo sobre abusos sexuais cometidos contra crianças e jovens, ao amedrontar e deixar inseguros professores para abordar estes temas.

 

No mesmo dia em que Espino ganhou a Internet como o “vereador que desmaia na tribuna”, mais desinformação circulou nas redes sociais, com acusações de que ele estaria sob efeito de álcool ou drogas quando fez seu discurso inflamado na Câmara. Nesta sexta-feira, o parlamentar divulgou um vídeo no qual se dirige a um laboratório para realizar a coleta de sangue para testagem de entorpecentes, com o objetivo de desmentir a informação. O resultado ainda não foi divulgado.

 

“A intenção era se utilizarem disso para me descredibilizar”, diz. Ele faz questão de reafirmar seu ponto de vista com relação ao meme que o deixou ultrajado: “Já passou esse projeto de gênero aqui [na Câmara] e eu votei contra. Sou contra. Só que no sentido de identidade [de gênero] sou a favor, a pessoa trans tem direito de usar o nome que quiser”. Em um vídeo publicado em suas redes sociais, o vereador afirma que “na época de Jesus Cristo já existia o respeito, já existia o certo. Já existia o homossexualismo. Ninguém tá inventando nada aqui não. As pessoas têm que respeitar.”

  

Espino não é o primeiro parlamentar conservador a cair em desgraça com a base bolsonarista radical e entrar na mira das milícias digitais. Em 2019, a deputada federal Joyce Hasselmann rompeu com o mandatário e instantaneamente se tornou alvo de ataques machistas e misóginos por parte dos filhos de Bolsonaro e seus seguidores. Ela chegou a acusar o gabinete do ódio comandado por Carlos Bolsonaro, que é investigado em inquérito do Supremo Tribunal Federal por disseminação de fake news, de estar por trás da campanha difamatória. Em junho, Hasselmann deixou o PSL, e em outubro se filiou ao PSDB. Em menor escala, também sentiram o poder do rolo compressor das milícias digitais os deputados federais Alexandre Frota (PSDB-SP) e Kim Kataguiri (DEM-SP), ambos bolsonaristas arrependidos.

 

Mas ao contrário de Hasselmann, Frota e Kataguiri, Espino não quer se indispor com apoiadores radicais do presidente. Indagado sobre quem estaria por trás da campanha de difamação contra ele, o vereador se nega a mencionar nomes. “Eu não sei exatamente de onde vieram esses ataques. Eu não gosto de nada que é radical, nem para A nem para B”. Ele também prefere não dizer se apoia o presidente.

 

 TagsDireitaódioPSL

https://www.pragmatismopolitico.com.br/2021/11/vereador-conservador-que-desmaiou-durante-discurso-faz-exame-toxicologico.html

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