José Carlos Bernardi relacionou suposto êxito econômico da Alemanha à morte de judeus
JULIA POSSA
16.nov.2021 (terça-feira) - 19h31
As organizações judaicas Conib (Confederação Israelita do Brasil), Fisesp (Federação Israelita de São Paulo) e JPD (Judeus pela Democracia) repudiaram a declaração do jornalista da Jovem Pan News, José Carlos Bernardi, nesta 3ª feira (16.nov.2021), a respeito do Holocausto.
No Jornal da Manhã, Bernardi afirmou que um dos fatores que fizeram a economia da Alemanha “enriquecer” foi a apropriação das riquezas dos milhões de judeus mortos no Holocausto durante a 2ª Guerra Mundial.
“É só assaltar todos os judeus que a gente consegue chegar lá. Se a gente matar um monte de judeu e se apropriar do poder econômico dos judeus, o Brasil enriquece. Foi o que aconteceu com a Alemanha pós-guerra”, disse. Assista ao vídeo da fala de Bernardi mais abaixo.
No Twitter, a JPD escreveu que a afirmação de Bernardi é “mentirosa e revisionista”, além de “reincidente na emissora”. “A fala de Bernardi apoia-se no mito antissemita da riqueza dos judeus e ignora totalmente os diversos fatores econômicos que alçaram a Alemanha ao patamar de desenvolvimento atual. É antissemita e é burra”, disse o grupo.
Em carta conjunta, a Conib e Fipesp disseram que a narrativa colocada à audiência do recém-inaugurado canal televisivo da Jovem Pan causou “justificada consternação e revolta na comunidade judaica”. Eis a íntegra do comunicado (123 KB).
“Entendemos ser de fundamental importância alertar aos formadores de opinião que a comparação de situações contemporâneas com os horrores do Nazismo e do Holocausto, para qualquer finalidade, é equivocada e extremamente dolorosa ao povo judeu”, diz o texto.
O episódio matou quase 6 milhões de judeus de 1933 e 1945 de “maneira orquestrada, cruel e sistemática”, segundo o Museu do Holocausto. É considerado o maior genocídio do século 20. Por causa disso, as entidades judaicas mantêm como slogan permanente a frase “não compare o incomparável”.
“Esse tipo de afirmação relativiza o Holocausto, o coloca não como uma categoria vinculada ao genocídio, mas a questões políticas e econômicas”, disse Michel Gherman, professor de Sociologia da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), que é judeu. “Coloca o nazismo como um sistema que fortalece o Estado judeu, e não como um fenômeno que decide pela morte de milhões”.
PEDIDO DE DESCULPAS
Em nota, Bernardi pediu desculpas pelo comentário. “Fui mal-entendido”, disse em nota enviada pela assessoria da Jovem Pan News.
“Não foi minha intenção ofender a ninguém, a nenhuma comunidade, é só ver o contexto do raciocínio. Mas, de qualquer forma, não quero que sobrem dúvidas sobre o meu respeito ao povo judeu e que, reitero, tudo não passa de um mal-entendido”, diz o texto.
PANDORA PAPERS
Bernardi foi um dos analistas da Jovem Pan que criticaram a investigação sobre contas em paraísos fiscais Pandora Papers, no começo de outubro. Acusou o ICIJ (Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos, na sigla em inglês) de “esconder parte dos documentos ao escolher a quem atacar” e afirmou que os jornalistas envolvidos no projeto “trabalham com a mão esquerda”
Olavo de Carvalho volta aos EUA em “voo repentino” após ser
tratado no Brasil
"A vida toda dele ele fugiu de todas as
responsabilidades", criticou Heloísa de Carvalho, filha de Olavo
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Olavo de Carvalho | Reprodução/YouTube
O astrólogo Olavo de Carvalho, guru do presidente Jair Bolsonaro, voltou aos Estados Unidos na terça-feira (16) após passar três meses em tratamento no Brasil. Segundo o próprio Olavo, ele saiu do país em um “voo repentino”..
- “Estou na mesma casa de sempre, onde eu transmiti todas as
minhas aulas”, disse o astrólogo em vídeo divulgado na terça. “Como eu vim
parar aqui? Quando eu estava no hospital me ofereceram um voo repentino, que
partiria em 15 minutos, e eu aceitei”, disse Olavo.
“Quando eu estava no Incor, apareceu uma convocação das
autoridades para que explicassem como eu fui explicar lá. Entrei pela
emergência, não havia segredo ou favorecimento. Como eu estava internado, fui
dispensado de depor. As autoridades ficaram esperando para talvez me convocar.
Não ia ficar esperando me convocarem”, declarou.
Heloisa de Carvalho, filha rompida com o astrólogo, criticou
a “fuga”. “Quem está surpreso com o Olavo sair correndo do Brasil tipo fuga,
para não depor no ministério público? Eu não. A vida toda dele ele fugiu de
todas as responsabilidades, a vida toda passou dando chapéu e rasteira nos
parentes, alunos e amigos”, disse no Twitter.
Notícias relacionadas
Caetano Veloso ganha mais uma de Olavo de Carvalho;
indenização é milionária
Internação de Olavo
Olavo de Carvalho chegou ao Brasil no dia 8 de julho e foi
internado no InCor após “mal-estar súbito” durante voo vindo dos Estados
Unidos. Na ocasião, ele passou por cirurgia com duração de três horas para
correção de obstrução na uretra por consequência de infecção recorrente no
local de cirurgia anterior na bexiga.
Ele teve alta médica em 18 de julho, mas voltou a ser
internado no dia 30, em clínica privada.
As circunstâncias do atendimento de Olavo pelo InCor logo
após a aterrisagem no Brasil motivaram a abertura de um inquérito civil pela
Promotoria de Justiça de Direitos Humanos do Ministério Público de São Paulo
(MP-SP). O órgão investiga se houve alguma irregularidade no processo de
internação do influenciador bolsonarista, que teria uma ambulância UTI Móvel já
lhe esperando no aeroporto.
Tags:
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https://revistaforum.com.br/politica/olavo-de-carvalho-volta-eua-voo-repentino/
Guilherme de Pádua exclui perfil após anúncio de série sobre Daniella Perez
Condenado pelo assassinato da filha de Glória Perez, ele
agora é pastor em uma igreja de Belo Horizonte, em Minas Gerais
DL
Douglas Lima - Uai
postado em 16/11/2021 21:38 / atualizado em 16/11/2021 21:40
(crédito: Instagram/Reprodução)
Guilherme de Pádua desapareceu das redes sociais após o
anúncio de que a HBO Max prepara uma série documental de cinco episódios sobre
a vida e o assassinato de Daniella Perez (1970 - 1992).
Condenado pelo crime, hoje ele é pastor numa igreja
evangélica de Belo Horizonte , em Minas Gerais . O ex-ator deletou o perfil que
tinha no Instagram com 40 mil seguidores. No lugar, criou um perfil privado com
600, mas também excluiu.
O assassino também excluiu o seu canal no YouTube , criado
há dois anos, no qual vinha publicando vídeos sobre sua conversão religiosa.
Num deles, a maquiadora Juliana Lacerda , com quem ele se casou em 2017 , dá um
depoimento sobre seu casamento e rebate críticas que o marido recebia pelo
crime.
"Pensei em dissuadi-la a não mexer com isto, mas já
apanhei da imprensa e não quero apanhar da patroa também", escreveu ele na
descrição do vídeo.
Guilherme de Pádua em foto publicada nas redes sociais
(foto: ReproduçãoInstagram )
A obra terá direção de Tatiana Issa ( Dzi Croquettes ) e
Guto Barra ( Yves Saint-Laurent: My Marrakesh ), e também terá depoimentos da
mãe da atriz, a autora de telenovelas Glória Perez . O elenco contará com o
viúvo da atriz, Raul Gazolla , e amigos como Fabio Assunção , Claudia Raia ,
Cristiana Oliveira , Maurício Mattar , Wolf Maya e Eri Johnson .
Além disso, autoridades e advogados também serão ouvidos, de
acordo com as informações da colunista Patrícia Kogut , do jornal O Globo .
Além de lembrar o plano que culminou no assassinato de
Daniella , aos 22 anos, no auge de sua carreira, a produção vai mostrar a luta
de Glória por justiça.
Por iniciativa da novelista, foram colhidas mais de 1 milhão
de assinaturas num abaixo-assinado fazendo com que, por emenda de caráter
popular, os homicídios qualificados passassem a ser considerados crimes
hediondos, não sendo permitido o pagamento de fianças.
A estreia acontecerá em 2022 , quando o crime que chocou o
Brasil e abalou a TV brasileira completa 30 anos.
Relembre o caso
Daniella Perez , que na época estrelava a novela De corpo e
alma ( 1992 ), escrita por sua mãe, foi assassinada a tesouradas por Guilherme
de Pádua , ator com quem fazia par romântico na trama, e por Paula Thomaz ,
esposa do artista na época.
O corpo da atriz foi encontrado num matagal a poucos metros
de distância dos estúdios da TV Globo , na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro ,
perfurado com dezoito golpes fatais. O motivo do assassinato teria sido a
redução do tempo de tela de Pádua no folhetim.
Guilherme e Paula foram condenados em júri popular por
homicídio duplamente qualificado: por motivo torpe e impossibilidade de defesa
da vítima.
Ambos cumpriram seis dos 19 anos, 18 meses e 6 meses de
regime fechado — ao qual foram sentenciados.
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