Quem foi Tiradentes? Dentista, comerciante, minerador, alferes e traído
Joaquim José da Silva Xavier, símbolo da Inconfidência Mineira, morreu no dia 21 de abril.
Por Thaís Leocádio, TV Globo — Belo Horizonte
O movimento do qual fez parte era anticolonialista e queria a instalação da República. Os "conspiradores" mineiros planejavam o fim da dominação portuguesa sobre o Brasil. Por "traição à coroa", Tiradentes foi enforcado em 1792 e, depois, esquartejado.
Ele foi um homem tagarela, namorador, teimoso, corajoso, apaixonado por livros e defensor do conhecimento. Joaquim teve várias profissões, como dentista (“tira dentes”), minerador, comerciante e alferes.
“Um bom militar, diga-se de passagem”, afirma Luiz Villalta, professor do departamento de história da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Retrato de Tiradentes — Foto: Arquivo Público Mineiro/Reprodução
A República só foi proclamada no Brasil em 1889.
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Além de Ouro Preto, BH também guarda curiosidades da Inconfidência
Na vida afetiva, Tiradentes teve um relacionamento com Antônia do Espírito Santo, 25 anos mais nova do que ele. Os dois moraram juntos, mas não chegaram a se casar.
“Há registros de que, com ela, teve uma filha. Mas não é improvável que tenha deixado outros descendentes. Ele viajava demais. Era obcecado pela conspiração. Ao que tudo indica, a amante se cansou dele e o traiu”, relata Luiz Villalta.
Por que é feriado?
Monumento à Tiradentes, na Praça Tiradentes, em Ouro Preto, 1922 — Foto: Arquivo Público Mineiro/Reprodução
Tiradentes morreu como traidor do Brasil, mas, anos depois, foi considerado herói. O dia da morte, 21 de abril, é feriado em todo o país desde 1890. O Decreto nº 155-B foi publicado em janeiro daquele ano.
Ele foi declarado patrono cívico da nação brasileira no dia 9 de dezembro de 1965, com a Lei de nº 4.897, no governo de Castello Branco.
O texto diz que a homenagem a ele pretende destacar que a condenação de Joaquim José da Silva Xavier não deve manchar a memória dele, que é "reconhecida e proclamada oficialmente pelos seus concidadãos, como o mais alto título de glorificação do nosso maior compatriota de todos os tempos".
Quem foi Tiradentes?
Após ficar três anos preso no Rio de Janeiro, Tiradentes foi enforcado em 1792. Esquartejado, ele teve as partes do corpo expostas em diferentes locais públicos de Vila Rica, atual Ouro Preto, para "servir de exemplo".
Em um destes pontos, há hoje uma estátua e uma placa onde se lê “aqui em poste de ignominia esteve exposta sua cabeça”. A rota do inconfidente pela cidade foi relembrada pelo g1 em 2018, quando o jornalista Lucas Figueiredo publicou a biografia moderna “O Tiradentes”.
“No começo, Tiradentes se envolveu na trama pelo mesmo motivo da maioria de seus companheiros: insatisfação pessoal com a Coroa. Com o passar do tempo, já dentro do movimento, Joaquim adquiriu consciência política e compreendeu que a luta em que estava envolvia causas nobres, como a instalação da República e o fim da cruel dominação portuguesa”, conta o biógrafo Figueiredo.
O apreço pela leitura e pelo conhecimento técnico também tem destaque na personalidade de Tiradentes. Lendo obras estrangeiras e nacionais, montava suas próprias estratégias de intervenção. Ele circulava bem por diferentes grupos sociais e tinha uma alma inquieta.
Segundo Villalta, entre os legados deixados pela Inconfidência Mineira estão “as falhas permanentes de nosso poder judiciário, desde aquela época notabilizado por produzir injustiças”. Apesar de ter sido um movimento que pregava a liberdade, o professor destaca que os inconfidentes não tocaram na questão da escravidão: “Não tinham a menor sensibilidade social”.
Filha de Tiradentes foi batizada na Igreja Matriz de Nossa Senhora do Pilar — Foto: Thais Pimentel/G1
“Ele era alguém que queria muito vencer na vida, que acreditava que o esforço seria recompensado. Mas, ao mesmo tempo, uma pessoa muito teimosa e inocente. Às vezes, confuso; sempre generoso e com uma coragem infinita”, descreve Figueiredo.
“Tem gente que quer que Tiradentes seja um ‘santo’, mas ele foi um homem, com paixões, defeitos e qualidades. Era fanfarrão? Falava demais? Sim! Mas sua participação como tal era essencial para o sucesso do movimento. Ele era o agente que poderia incendiar o povo”, completa Villalta.
“Ainda sobre estátuas e memória da escravidão: Joaquim José da Silva Xavier, o “Tiradentes”, herói da Inconfidência, era dono de seis escravos em 1792, quando foi enforcado. O que fazer com as estátuas dele hoje existentes no RJ e outras cidades brasileiras? Devem ser derrubadas?”, escreveu Laurentino no Twitter nesta terça-feira (07).
Ainda sobre estátuas e memória da escravidão: Joaquim José da Silva Xavier, o “Tiradentes”, herói da Inconfidência, era dono de seis escravos em 1792, quando foi enforcado. O que fazer com as estátuas dele hoje existentes no RJ e outras cidades brasileiras? Devem ser derrubadas? pic.twitter.com/W4oAe8y2Ua
— Laurentino Gomes (@laurentinogomes) June 9, 2020
Bolsonaro fez população pagar por aposentadoria de pastores, acusa presidente do Sindifisco
Segundo Isac, o benefício fiscal dado aos líderes evangélicos foi formalizado pelo Executivo, sem passar pelo Congresso; caso está no TCU
Presidente do Sidifisco, Isac Falcão Foto: Divulgação
POR CARTACAPITAL | 14.04.2023 10H01
O presidente do Sindifisco Nacional, entidade que representa
os auditores fiscais da Receita Federal, Isac Falcão, afirmou que a
regulamentação implementada pelo governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL),
que ampliou a isenção fiscal de pastores evangélicos, tramitou de forma ilegal
e representou prejuízos aos cofres públicos.
Segundo o auditor, o ato praticado pelo ex-capitão usurpou a função do Congresso de regulamentação e não foi avaliado pelos órgãos técnicos da Receita. De acordo com Falcão, a interpretação dada pela Receita sobre a isenção fez com que as altas aposentadorias dos líderes religiosos sejam bancadas pelos demais trabalhadores.
“Estamos falando da isenção da cota patronal dessas [altas] remunerações. Ou seja, os trabalhadores submetidos a esse regime, os pastores, eles se aposentam. E as aposentadorias deles são pagas pelas contribuições dos demais trabalhadores”, afirmou o auditor em uma entrevista ao jornal Folha de S. Paulo publicada nesta sexta-feira 14.
A isenção tributária concedida a pastores evangélicos foi publicada às vésperas da campanha eleitoral de 2022 e determina que não recaem impostos sobre o valor pago pelas igrejas pelos trabalhos dos pastores.
Uma investigação realizada pelo Fisco avalia suspeita de
irregularidade da medida, que também é alvo de apuração do Tribunal de Contas
da União. Para Falcão, o ato gerou altos prejuízos para o INSS e para a União.
“Isso causa prejuízo em parte já constituída e causa um outro prejuízo, prospectivo. Aquelas instituições que não tinham essa prática passam imediatamente a recolher. Isso causa prejuízo em duas pontas, tanto no que foi lançado, como no que seria arrecadado. É muito difícil mentoras, mas é certamente um prejuízo relevante. Temos milhares de pessoas trabalhando nessa situação, sob esse regime”, disse.
O ex-secretário da Receita Federal Julio Cesar Vieira Gomes, suspeito de ter feito pressão nos auditores para a liberação das joias sauditas, foi o responsável pela assinatura do ato. Ao jornal, ele nega as irregularidades na tramitação da regra e alega que os processos do órgão foram seguidos.
Já os líderes da bancada evangélica apontam que uma eventual revisão da norma pelo Fisco configuraria uma perseguição política patrocinada pela esquerda.
https://www.cartacapital.com.br/cartaexpressa/bolsonaro-fez-populacao-pagar-por-aposentadoria-de-pastores-acusa-presidente-do-sindifisco/ PALADINOS DA MORARIDADE.....
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