A advogada e vereadora Maria Tereza Zanella Capra (PT), da cidade de São Miguel do Oeste, no extremo oeste de Santa Catarina, recuperou o seu mandato no parlamento municipal, nesta quinta-feira (16), após decisão da Justiça catarinense.
Ela havia sido cassada em fevereiro, após denunciar gestos nazistas em um ato golpista bolsonarista realizado na cidade no contexto das eleições presidenciais.
O município, que tem cerca de 40 mil habitantes, virou notícia nacional no dia 02 de novembro de 2022, quando militantes de extrema-direita supostamente fizeram o gesto da saudação nazista “Sieg Heil”, em frente a
uma base do Exército.
O protesto tinha como pauta a não aceitação da vitória eleitoral do presidente Lula (PT) e pedia “intervenção” das Forças Armadas. Capra, assim que tomou conhecimento do ocorrido, gravou um vídeo denunciando o fato e publicou em seu Instagram.
Acusada, na época, de ter “desrespeitado os manifestantes” e “difamado o povo migueloestino”, Capra foi vítima de um grande processo de perseguição, em que ela precisou deixar a cidade durante 80 dias para se proteger de inúmeras ameaças.
Assim que os vereadores formaram maioria para cassar o seu mandato por suposta “quebra de decoro”, ela recorreu ao Tribunal de Justiça de Santa Catarina, solicitando a anulação do decreto legislativo que determinou o fim da sua atividade parlamentar. No documento, Capra alega, entre outras coisas, que sofreu “perseguição política” por ser a única vereadora do PT na Câmara.
Na tarde desta quinta, a Corte decidiu, por 2 votos a 1, devolver o mandato à petista, concedendo uma liminar em recurso de agravo de instrumento. Assim, ela já pode reassumir a função para a qual foi eleita na Câmara de Vereadores de São Miguel do Oeste.
Abaixo outro que foi perseguido por extremistas, foi cassado e voltou dignamente ao cargo..
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