Presidente disse em live na 5ª feira (23.out) que pessoas vacinadas correm mais risco de ter aids
EMILLY BEHNKE
25.out.2021 (segunda-feira) - 15h27
O presidente Jair Bolsonaro culpou nesta 2ª feira (25.out.2021) a revista Exame pela relação entre vacina contra a covid-19 e a aids. O presidente afirmou que “foi a própria Exame que falou da relação de HIV com vacina”. Na 5ª feira (23.out), durante a live semanal, Bolsonaro associou a vacina contra a covid-19 à aids, mas não mencionou a revista Exame.
Por causa da falsa relação entre os imunizantes e a doença, o Facebook removeu, no domingo (24.out), o vídeo da live do presidente. Na transmissão ao vivo, Bolsonaro leu uma suposta notícia que diz que pessoas no Reino Unido “vacinadas [contra a covid-19] estão desenvolvendo a síndrome da imunodeficiência adquirida [aids]”. A fala do presidente foi criticada por integrantes da oposição.
“Foi a própria Exame que falou da relação de HIV com vacina. Eu apenas falei sobre a matéria da Revista Exame. E 2 dias depois a Exame me acusa de ter feito fake news sobre HIV e vacina. A gente vive com isso o tempo todo. Se for pegar certos órgãos de impressa, são fábricas de fake news”, disse Bolsonaro nesta manhã em entrevista à rádio Caçula FM, do Mato Grosso do Sul.
A matéria original sobre o assunto foi publicada em 20 de outubro de 2020 pela Exame. O texto foi atualizado nesta 2ª feira para incluir no título que se trata de uma matéria de 2020, quando as vacinas ainda estavam em fase de testes.
A OMS (Organização Mundial da Saúde) já negou a relação da vacina com a transmissão do vírus da aids e reforçou a necessidade dos portadores da doença se vacinarem contra a covid-19.
Nesta 2ª feira, o presidente respondeu um usuário em sua página no Facebook sobre o assunto e também compartilhou em seu perfil no Twitter a publicação do filho Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), em que o vereador critica a Exame.A fala do presidente sobre a falsa relação entre os imunizantes contra a covid e o vírus da aids também motivou a apresentação no STF (Supremo Tribunal Federal) de uma notícia-crime contra Bolsonaro. Foi apresentada por congressistas da bancada do Psol e o deputado Túlio Gadelha (PDT-PE).
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