Médico teria agarrado vítima por trás e colocado dedo nas partes íntimas dela. Profissional chegou a ser condenado por esse crime
atualizado 01/10/2021 21:40
Goiânia – Pacientes do médico ginecologista Nicodemos Júnior Estanislau Morais, de 41 anos, relatam que ele usava a profissão para abusar sexualmente de mulheres. Uma das pacientes contou que ele a assediou, quando ela tinha 18 anos, durante um exame de ultrassom intravaginal, em junho de 2018, na Região Administrativa de Samambaia (DF).
Nicodemos chegou a ser condenado a dois anos de prisão por importunação sexual, por causa desse abuso de 2018, mas ele respondia em liberdade e continuava a atender pacientes em Anápolis (GO), a cerca de 60 km de Goiânia. O ginecologista está preso desde quarta-feira (29/9) por suspeita de violação sexual mediante fraude, contra três mulheres de Goiás.
O abuso de 2018 teria ocorrido quando a vítima de 18 anos foi fazer uma ultrassonografia transvaginal com Nicodemos. Segundo testemunhas, o médico dispensou o auxílio de um enfermeiro para digitar o laudo e ficou sozinho com a paciente.
Beijo forçado
Durante o procedimento, o médico teria introduzido um dos dedos na vagina da vítima e pediu que ela fechasse os olhos. O próprio ginecologista afirmou, em interrogatório judicial, que em ultrassonografia não é preciso tocar a vagina da paciente.
Quando a paciente de 18 anos desceu da maca, o profissional teria encostado seu corpo por trás da vítima e introduzido seu dedo novamente na região genital da paciente, segundo o processo judicial. A jovem de imediato teria ordenado que o acusado se afastasse.
Mesmo com a reação da paciente, o ginecologista teria tentado beijá-la. Na delegacia, a vítima disse que ele a “encoxou” e perguntou se ela se masturbava.
“Gosto muito de mulher”
Depois do abuso, o médico teria pedido para que a jovem se acalmasse e teria mostrado suas mãos trêmulas e dito:
“Olha só como você me deixa. Todos os ginecologistas podem até ser ‘viados’, mas eu não sou, pois gosto muito de mulher”, teria afirmado, segundo depoimento da vítima.
A jovem saiu da clínica e procurou uma delegacia no mesmo momento, onde abriu um boletim de ocorrência. Além disso, ela relatou o caso para vários conhecidos, como amigos, que também deram depoimento no processo.
Enquanto o caso não era julgado, a vítima chegou a expor o médico nas redes sociais. Ele a processou por difamação, mas ela foi absolvida.
“Exercício profissional”
Até agora, 41 vítimas já foram ouvidas pela Polícia Civil de Goiás. Mas o número pode chegar a 100. A defesa do ginecologista tem dito que as situações se enquadram como “simples exercício profissional”.
O médico Nicodemos Junior Estanislau Morais, ginecologista e obstetra na Maternidade Dr. Adalberto, foi o entrevistado no programa Foco 96, na Rádio 96FM. O Dr. Nicodemos falou sobre a vacina do HPV e sua influência na redução de 89% dos casos de câncer do colo do útero. Obrigada @radio96fmanapolis pelo convite! 💜🤰🏻#namidia #maternidadedradalberto #Imprensa #anapolis #maternidade @ Anápolis, Brazil
O médico... - Maternidade Dr Adalberto Pereira da Silva | Facebook
O advogado Carlos Eduardo Gonçalves Martins também afirmou que vários pacientes de Nicodemos ligaram para familiares do médico, assustados com a prisão, e se prontificaram a prestar depoimento em favor do ginecologista.
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