sexta-feira, 15 de outubro de 2021

Ginecologista preso por crimes sexuais em GO: entenda o caso

Médico é suspeito de assediar 54 mulheres. Denúncias incluem troca de cirurgia por sexo, toques no clítoris, falas e mensagens eróticas

atualizado 15/10/2021 8:39

TV Anhanguera

Goiânia – A Polícia Civil de Goiás deve concluir nesta sexta-feira (15/10) os dois inquéritos que apuram suspeitas de abusos sexuais praticados contra pacientes pelo ginecologista e obstetra Nicodemos Junior Estanislau de Morais, de 41 anos. O médico completa uma semana preso no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia, região metropolitana da capital de Goiás.

Nicodemos tem dois inquéritos contra ele, que envolvem um total de 54 vítimas que o denunciaram. A primeira investigação é da Delegacia da Mulher de Anápolis e reúne a maior parte das pacientes. A delegada Isabella Joy informou que o prazo para conclusão do inquérito é nesta sexta.

Já o segundo inquérito é da delegacia de Abadiânia. Quatro mulheres disseram que foram abusadas pelo ginecologista durante procedimento médico em uma clínica da cidade, que fica a 90 quilômetros de Goiânia. A assessoria da Polícia Civil confirmou que essa investigação provavelmente será concluída também nesta sexta.






O que dizem as denúncias?

As três primeiras denúncias são de pacientes de Anápolis, que procuraram a delegacia entre junho de 2020 e setembro de 2021. Todos os relatos são de abusos que ocorreram durante consultas e exames.

Em uma dessas primeiras denúncias, a paciente diz que durante o abuso, o médico médico pegou a mão dela e levou até o pênis dele “para ela sentir que ele estava excitado”. Além disso, o profissional teria puxado o cabelo dela e passado a mão em seu corpo, dizendo que estava ensinando o que o marido da vítima deveria fazer.

Foram essas três denúncias que levaram à primeira prisão preventiva de Nicodemos, em 29/9. Logo depois que a prisão foi noticiada na imprensa, dezenas de outras mulheres procuraram a delegacia.

Veja uma das denúncias:

Revista pornô

Nessas novas denúncias, surgiram mais detalhes dos abusos. Em um dos casos, o médico teria mostrado uma revista com quadrinhos pornográficos para uma paciente de apenas 12 anos. Já em outro caso, ele teria oferecido uma cirurgia em troca de sexo.

Entre as novas denúncias, mais de uma paciente relatou que o médico tentava manipular o clitóris, órgão de prazer sexual feminino, durante o exame de toque. Isso teria ocorrido até no exame pré-natal em mulheres grávidas.






Segundo os depoimentos das vítimas, os abusos também ocorreriam com insinuações e mensagens de texto. Em uma mensagem por WhatsApp ele teria pedido para ver o bronzeamento de uma paciente. Em outra, ele teria perguntado se a paciente “dava o rabo”.

A última paciente procurou a delegacia no dia 8/10 e relatou que foi abusada pelo médico durante uma consulta em 2018. Durante o exame de toque, ela teria chorado, quando percebeu que o médico a estava tocando de forma não ginecológica.

Condenação por abuso de 2018

Nicodemos chegou a ser condenado em primeira instância por importunação sexual, após ter inserido o dedo duas vezes na vagina de uma paciente, durante uma consulta em uma clínica do Samambaia (DF), em 2018.

A vítima contou que ficou em pânico e procurou a delegacia assim que saiu do consultório. Ela chegou inclusive a ordenar que o médico se afastasse, quando ele tentou beijá-la e abraçá-la por trás. Em resposta, o ginecologista teria afirmado que “gostava de mulher”.

Veja o momento da nova prisão do médico:


O Conselho Regional de Medicina de Goiás (Cremego) interditou temporariamente o médico. Ele está impedido de exercer a profissão em todo o país. Ele também já foi interditado pelo conselho de medicina do Distrito Federal.

A defesa do médico entrou com um novo pedido de soltura na quarta-feira (13/10). A defesa tem dito que as denúncias feitas contra o profissional têm relação com o “simples exercício profissional”. “O médico em nenhum momento realizou qualquer tipo de procedimento médico com cunho sexual”, diz nota assinada pelo advogado Carlos Eduardo Gonçalves Martins.

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