Aylton Proença Doyle Linhares, suspeito de estuprar um menino de 12 anos no Rio de Janeiro, foi preso pela Polícia Civil nesta terça-feira (5). Ele é nazista e colecionava diversos itens desse movimento alemão em casa. As informações são do G1.
A Polícia encontrou os objetos nazistas quando foi cumprir o mandado de prisão temporário de Aylton.
No apartamento dele existiam 12 fardas nazistas; bandeiras nazistas; um quadro de Adolf Hitler; recortes de jornal dos anos 1950 sobre nazismo e fascismo; medalhas do Terceiro Reich; miniaturas de estátuas e veículos; um capacete militar; além de um documento da SS, a organização paramilitar ligada ao Partido Nazista, com a foto de Aylton.
Um vizinho dele fez a denúncia do suposto estupro. Além do crime, ele teria assediado outras crianças no condomínio onde mora.
Além de ser investigado pelo estupro, Aylton também será autuado por porte ilegal de arma e discriminação racial.
Em depoimento à polícia, bolsista da UFRGS admite autoria de mensagens e afirma que não cometeu racismo contra aluno
Álvaro Hauschild teve divulgadas na redes sociais conversas
em que diz que a pessoa negra "exala um cheiro típico, libera substâncias
no ambiente e na troca com parceiros"
Inquérito policia foi concluído nesta sexta-feira (15), no RS. — Foto: Polícia Civil/Reprodução
06/10/2021 - 18h11min
BRUNA VIESSERI
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Investigado por racismo, o bolsista do doutorado em
Filosofia da Universidade Federal do Estado (UFRGS) Álvaro Hauschild prestou
depoimento à Polícia Civil, na terça-feira (6), e afirmou que não cometeu o
crime. O caso ganhou repercussão depois que Jota Júnior, aluno de graduação da
mesma instituição, divulgou mensagens que trocou com Hauschild e o acusou de
racismo.
De acordo com a titular da delegacia de Combate à
Intolerância, Andrea Mattos, o doutorando confirmou a autoria das mensagens
divulgadas, mas disse entender que não cometeu crime.
Para Andrea, o caso se trata, "a princípio", de
racismo, mas é preciso aguardar a conclusão do inquérito, o que deve ocorrer
nas próximas semanas. Segundo a delegada, uma denúncia anônima foi recebida
pela equipe e também será investigada:
— Essa denúncia é sobre um material que ele produziu e
divulgou, e que pode corroborar com o posicionamento que vemos nas mensagens.
Conforme a polícia, Hauschild tem ocorrências anteriores por
perturbaçao da tranqulidade e perseguição, registros que não estão relacionados
a questões raciais.
A delegada afirma ainda que Jota Júnior e a namorada também
devem prestar depoimento antes da conclusão da investigação. Eles foram ouvidos
apenas no momento do registro da ocorrência. Logo após a repercussão, Hauschild
também registrou uma ocorrência contra Júnior por calúnia.
O caso ficou conhecido depois que Júnior expôs, na semana
passada, conversas que teve com o bolsista. Hauschild fez contato, pelo
Instagram, com a namorada do estudante e passou a afirmar que ela estaria
"passando vergonha" e fazendo "caridade" por se relacionar
com o estudante. Júnior relata que percebeu que o nível das mensagens indicava
racismo, e pediu para a namorada que seguisse conversando com o doutorando. O
graduando diz que ele e a companheira não conheciam Hauschild antes do
episódio.
Na conversa, o doutorando questionou a namorada de Júnior
sobre como seriam os filhos dos dois e afirmado que a jovem seria
"descendente de vikings". Além disso, afirmou que a pessoa negra
"exala um cheiro típico, libera substâncias no ambiente e na troca com
parceiros". Mas que isso poderia ser resolvido se a jovem "ficar
alguns anos sem se relacionar com negros" e "então pode ter a certeza
de que não haverá influência".
Além do registro na polícia, Júnior também fez uma denúncia
junto à UFRGS. A universidade afirma que avalia a denúncia para decidir se
abrirá processo disciplinar para
investigar o caso.
Em uma nota divulgada na última sexta (1º), a editora Kotter
anunciou que irá excluir o livro Anamnesine, escrito por Hauschild, de seu catálogo
e reclher a obra de livrarias parceiras. O livro, que reúne contos de ficção,
não consta mais no site da editora. A empresa também desligou o doutorando de
seu quadro de autores.
O que diz Álvaro Hauschild
GZH tenta contato com o doutorando para contraponto. Na
última semana, no Instagram, ele divulgou uma nota após a repercussão do caso:
"Fizeram uma postagem me caluniando. Os autores inclusive me bloquearam.
Tudo será resolvido de maneira limpa segundo a lei."
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