Tacla Duran denuncia Sergio Moro e Deltan Dallagnol e confirma a Appio que sofreu tentativa de extorsão (vídeo)
“Apenas por eu não ter aceito participar de crime de extorsão, doutor, estou sendo vítima de processo sobre o mesmo assunto em 5 processos”, disse o ex-advogado da Odebrecht ao juiz da 13ª Vara Federal de Curitiba, que interrompeu a audiência e remeteu caso para o STF
O advogado Tacla Duran afirmou nesta segunda-feira (27), em depoimento ao novo juiz da 13ª Vara Federal de Curitiba (PR), Eduardo Fernando Appio, que recebeu uma tentativa de extorsão para não ser preso durante desdobramentos da Operação Lava Jato.
Tacla Duran disse que, em 2016, o advogado Carlos Zucolotto Júnior, sócio de Rosângela Moro, mulher do então juiz da Lava Jato, Sergio Moro, o procurou para exigir US$ 5 milhões em troca de benefícios num acordo de colaboração. Na conversa, que Duran guardou através de um print de tela, Zucolotto disse que acertaria os termos com DD (iniciais de Deltan Dallagnol).
“Apenas por eu não ter aceito participar de crime de extorsão, doutor, estou sendo vítima de processo sobre o mesmo assunto em 5 processos”, disse Duran em parte de seu depoimento.
A audiência foi interrompida pelo juiz Eduardo Appio depois que o advogado que prestou serviços à Odebrecht denunciou Sergio Moro e Deltan Dallagnol, por envolvimento em um suposto caso de extorsão.
“Diante da notícia crime de extorsão, em tese, pelo interrogado, envolvendo parlamentares com prerrogativa de foro, ou seja, Deputado Deltan Dalagnol e o Senador Sério Moro, bem como as pessoas do advogado Zocolotto e do dito cabo eleitoral Fabio Aguayo, encerro a presente audiência para evitar futuro impedimento, sendo certa a competência exclusiva do Supremo Tribunal Federal, na pessoa do Excelentíssimo Senhor Ministro Ricardo Lewandowski, juiz natural do feito, porque prevento, já tendo despachado nos presentes autos”, despachou o juiz, que é titular da 13a. Vara Federal de Curitiba, de acordo com informações do portal ‘Brasil 247’.
Tacla Duran afirmou que fez transferência bancária para o escritório do advogado Marlus Arns, no valor de US$ 613 mil, o equivalente hoje a R$ 3,2 milhões. A transferência era a primeira parcela do pagamento pela delação. “Paguei para não ser preso”, disse Tacla Durán em uma entrevista a Jamil Chade, do UOL.
Apesar do suposto pagamento, Duran acabou preso em Madri, na Espanha, meses depois da decisão de Moro.
Programa de Proteção de Testemunhas
Eduardo Appio determinou que o advogado Rodrigo Tacla Duran seja incluído no programa de proteção a testemunhas do governo federal, após o depoimento ao juiz e à Polícia Federal.
“O acusado está sendo encaminhado ao programa federal de testemunhas protegidas por conta do grande poderio político e econômico dos envolvidos, sendo certo que toda e qualquer medida somente será apreciada por esse juízo federal em caso de risco concreto à vida e/ou segurança das testemunhas e autoridades envolvidas”, escreveu Appio na decisão.
Tacla Duran também entregou fotos e gravações que comprometeriam o ex-juiz. Procuradores pediram que os documentos entregues fossem preservados sob sigilo nível quatro, um dos mais restritivos. O magistrado, no entanto, divergiu e não decretou sigilo, informou Mônica Bergamo, na Folha de S. Paulo.
Após o depoimento, o nome de Rodrigo Tacla Duran foi parar no trending topic no Twitter.
Um perfil na rede social esreveu: “Senador Sérgio Moro pode ser preso por suposto esquema de venda de sentenças, em conluio com sua esposa, Rosângela Moro, e com o ex-promotor Deltan Dallagnol, ambos atualmente deputados federais”.
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