Magistrado encaminhou denúncias de advogado contra parlamentares para abertura de inquérito. Congressistas rebateram acusações.
Por Rafael Machado, g1 PR
Rodrigo Tacla Duran prestou depoimento na segunda (27) à
Justiça Federal — Foto: Reprodução
O juiz Eduardo Appio, da 13ª Vara Federal de Curitiba e responsável pelos processos da Lava Jato, encaminhou ofício para que a Polícia Federal do Paraná instaure "urgente" um inquérito para apurar a suposta extorsão praticada contra o advogado Rodrigo Tacla Duran, que citou o senador Sergio Moro (União Brasil) e o deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos) no caso.
Durante audiência nesta segunda-feira (27) na Justiça Federal em processo que é réu por lavagem de dinheiro para a Odebrecht, Tacla Duran envolveu os parlamentares na possível extorsão. Veja abaixo o que ele disse.
O que disse Tacla Duran sobre Moro e Deltan
Moro e Dallagnol rebateram a denúncia. O senador disse que
"não teme qualquer investigação" e afirmou que Tacla Duran fez
"falsas acusações". O deputado afirmou, pelo Twitter, que o caso
"é uma história falsa".
Este foi o primeiro depoimento de Tacla Duran à Justiça
brasileira em sete anos. Ele chegou a ser preso em 2016 em Madri, quando foi
alvo de uma das fases da Lava Jato. Na época, recorreu à Justiça espanhola para
permanecer no país.
Por conta da prerrogativa de foro, Appio repassou a acusação
para o Supremo Tribunal Federal (STF).
No ofício endereçado ao superintendente regional da PF no
Paraná, Rivaldo Venâncio, Appio diz:
"Encaminho cópia da referida audiência (notícia crime)
para fins de instauração urgente de inquérito policial visando a apuração da
prática, em tese, de crime de extorsão (alegadamente agentes políticos
federais)".
Em resposta incluída no processo perto das 18h, Venâncio
sugere que o magistrado repasse o caso "para análise de eventual
acompanhamento ao STF".
Proteção de testemunhas
O juiz, no mesmo ofício, cita o encaminhamento do pedido ao
ministro da Justiça, Flávio Dino, da inclusão de Tacla Duran no programa
federal de testemunhas.
Conforme Appio, "a urgência da medida se dá em face de
potencial risco de vida da testemunha a ser protegida, ante grande poderio
econômico e político dos denunciados por Rodrigo Tacla Duran".
Nenhum comentário:
Postar um comentário