Moro na cadeira” bomba no Twitter após Tacla Duran denunciar extorsão na Lava Jato
O ex-juiz e o ex-procurador Deltan Dallagnol serão investigados pela Polícia Federal por determinação do STF, após recebimento da denúncia enviada pelo juiz da 13ª Vara Federal de Curitiba, Eduardo Appio
O youtuber e empresário Thiago dos Reis sugeriu no Twitter que o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Ricardo Lewandowski poderá ser o “despachante” de provável investigação contra os lavajatistas Sergio Moro (União Brasil-PR) e Deltan Dallagnol (Podemos-PR), respectivamente ex-juiz e ex-procurador da operação Lava Jato em Curitiba.
Em depoimento remoto feito pelo ex-advogado da Odebrecht, Rodrigo Tacla Duran, na tarde desta segunda-feira (27/3), ao juiz Eduardo Appio, da 13ª Vara Federal de Curitiba, o titular resolveu enviar a acusação para o Supremo, que determinará investigação da dupla de “convictos” pela Polícia Federal.
Tacla Duran acusou o advogado Carlos Zucolotto Júnior de exigir, em 2016, o pagamento 5 milhões de dólares para que pudesse obter benefícios em acordos de colaboração com a Lava Jato, conforme relatou o portal Revista Fórum.
Na conversa, feita por aplicativos de mensagens e da qual Duran alega ter capturas de tela, Zucolotto Júnior teria apontado que DD (Deltan Dallagnol) acertaria os termos do acordo. Cerca de um mês se passou até que Duran fizesse uma transferência de 613 mil dólares para o escritório de Marlus Arns, diz o texto no site.
Marlus atuava com Rosângela Moro em casos que envolviam a Apae e em processos relativos à chamada Máfia das Falências. Já Zucolotto era sócio da esposa de Moro e foi seu padrinho de casamento.
Duran afirma que após a negativa em aderir ao esquema de extorsão, teria sido ameaçado por um outro delator, além de acusar o Ministério Público de utilizar subterfúgios para impedi-lo de prestar depoimentos.
“Com relação a Deltan Dallagnol e outros procuradores, inclusive coloquei na petição, que insistem em manter contatos extra conduto legal para continuar me perseguindo aqui na Espanha e em outros países. Ele se comunicava, tem provas nos autos, e tem uma questão de delator me ameaçando, por isso a urgência. Inclusive nessas trocas de mensagens foi comunicado que eu estava sendo ameaçado nos EUA por um relator. Precisa saber se o delator era a mando deles ou não, porque nada foi feito e as provas estão na própria petição”, denunciou.
Tacla Duran prossegue: “Fui testemunha em uma série de países onde há cooperação internacional sobre os casos da Odebrecht. Fui testemunha no Panamá, Argentina, Peru, Suíça, Andorra, vários países. É a primeira vez que sou ouvido no Brasil. Estou em causa própria nesse processo a um ano e pouco. E os subterfúgios processuais utilizados até agora para que eu não fosse ouvido são diversos”, relatou.
Duran também afirmou que tem de responder uma série de processos sobre o mesmo fato em cinco países diferentes como forma de perseguição por não ceder às pressões para extorsão. Ele vive na Espanha atualmente e prestou seu depoimento por vídeochamada.
“O processo penal no Brasil tem dois objetivos: a repatriação e a execução penal. O doutor foi contra a minha repatriação e a favor de me processar na Espanha, ao mesmo tempo em que tenta me citar. Eu realmente não sei o que o Ministério Público quer além de me perseguir. Fui processado pelo mesmo fato em 5 países, por uma simples questão de vingança, por eu não aceitar a extorsão. E porque eu não aceitei ser extorquido e, para falar no linguajar de cadeia que ele gosta, ‘arregado’, eu fui perseguido e sou até hoje“, afirmou.0s
No momento da denúncia, o juiz interrompeu a audiência e enviou o caso para o Supremo Tribunal Federal, uma vez que dois dos citados, Dallagnol e Moro, agora são parlamentares.
O caso deve ser investigado pela Polícia Federal e Tacla Duran terá seu nome encaminha para o Programa Federal de Proteção a Testemunhas, haja vista que o juiz entendeu que envolve acusações contra pessoas que possuem “grande poderio político e econômico“.
“Diante da notícia crime de extorsão, em tese, pelo interrogado, envolvendo parlamentares com prerrogativa de foro, ou seja, o deputado Deltan Dallagnol e o senador Sergio Moro, bem como as pessoas do advogado Zocolotto e do dito cabo eleitoral Fábio Aguayo, encerro a presente audiência para evitar futuro impedimento, sendo certa a competência exclusiva do Supremo Tribunal Federal, na pessoa do ministro Ricardo Lewandowski”, despachou Appio.
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