sábado, 21 de novembro de 2020

Barroso pretende pautar ainda em 2020 ação que pode cassar chapa Bolsonaro-Mourão

Luis Roberto Barroso alertou que o TSE não deve ser visto como terceiro turno das eleições

Pelo menos três recursos que foram apresentados a Corte estão pendentes

  • Por Jovem Pan
  •  
  • 13/11/2020 07h51 - Atualizado em 13/11/2020 10h59

O presidente do Tribunal Superior EleitoralLuís Roberto Barroso, pretende pautar para depois das eleições municipais uma ação que tenta impugnar a chapa do presidente eleito Jair Bolsonaro e o vice-presidente eleito Hamilton Mourão por suspeitas de irregularidades na campanha de 2018. Segundo Luís Roberto Barroso, ao menos três recursos que foram apresentados ao TSE estão pendentes — sendo que dois sequer foram apreciados pela corregedoria do Tribunal. O terceiro já foi liberado e deve ser votado e julgado até o fim de 2021.

Luís Roberto Barroso deu detalhes. Ao ser questionado em uma conferência com correspondentes estrangeiros na quinta-feira (12) sobre qual seria o recurso mais turbulento, ele afirmou que em tese é o que aponta suposta ligação entre a chapa eleita a empresas privadas — que teriam feito disparos em massa de mensagens nas redes sociais. Esses disparos foram feitos a favor da chapa e, principalmente, contra opositores de Bolsonaro e Mourão.

Barroso destacou ainda que não pautou o julgamento da matéria por considerá-la sensível e para evitar instabilidades no período pré-eleitoral. Ele adicionou que o TSE não deve ser visto como terceiro turno das eleições e que os julgamentos na Corte se baseiam exclusivamente em questões jurídicas e provas dos autos. Segundo ele, uma autoridade do governo federal recentemente perguntou a ele se o presidente Bolsonaro deveria se preocupar com o julgamento no TSE. Barroso disse que respondeu da seguinte forma: “Deve se preocupar só se o presidente fez alguma coisa errada.”

*Com informações do repórter Rodrigo Viga

https://www.brasildefato.com.br/2020/11/20/sete-vezes-em-que-o-carrefour-atuou-com-descaso-e-violencia


Sete vezes em que o Carrefour atuou com descaso e violência

Um homem foi morto após ser espancado em loja do RS nesta quinta (19); episódio se soma a uma série de outros casos

Redação

Brasil de Fato | São Paulo (SP) | 20 de Novembro de 2020 às 11:22

Casos de racismo, violações trabalhistas e agressões contra animais também aconteceram em supermercados da rede - Foto: Bertand Guay/AFP


Agressão e morte de cliente por policial e segurança-01

A rede de supermercados Carrefour está envolvida em mais um caso de violência envolvendo seus funcionários e uma de suas unidades. Na noite desta quinta-feira (19), um homem negro foi espancado até a morte em uma loja localizada em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul.


João Alberto Silveira Freitas, de 40 anos, foi agredido por um policial militar e por um segurança terceirizado do supermercado. Ambos foram presos em flagrante e são investigados por homicídio qualificado.

 

Segundo a Brigada Militar, como é chamada a corporação do Rio Grande do Sul, as agressões começaram após um desentendimento entre a vítima fatal e uma funcionária do local. Freitas teria ameaçado bater na funcionária, que acionou a segurança.

 

De acordo com imagens que circulam amplamente nas redes sociais, ele teria sido levado para a entrada da loja e, segundo a Polícia Civil, teria iniciado o conflito. Logo depois, se tornou alvo do espancamento pelos outros dois homens.

 Confira, abaixo, as cenas chocantes:

 

 Vítima faleceu no local / Foto: Reprodução/Internet

 

As imagens retratam ainda outros seguranças ajudando a imobilizar a vítima. Após uma série de socos e chutes, o homem, desacordado, foi socorrido por uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que tentou reanimá-lo sem sucesso.

 

Em nota, o Carrefour declarou que iniciou rigorosa apuração interna do caso.

 

“Para nós, nenhum tipo de violência e intolerância é admissível, e não aceitamos que situações como estas aconteçam. Estamos profundamente consternados com tudo que aconteceu e acompanharemos os desdobramentos do caso, oferecendo todo suporte para as autoridades locais”, diz trecho do comunicado.

 

Entretanto, o supermercado carrega um histórico com episódios recentes de violência, racismo e descaso envolvendo os clientes e os próprios funcionários. Confira:

 

Morte ignorada-2

 

Corpo de representante de vendas que morreu enquanto trabalhava em supermercado no Recife foi coberto com guarda-sóis e isolado por caixas e tapumes improvisados — Foto: Renato Barbosa/WhatsApp

Em 14 de agosto deste ano, um promotor de vendas do Carrefour faleceu enquanto trabalhava em uma unidade do grupo, em Recife (PE).


Manoel Moisés Cavalcante tinha 59 anos e atuava como promotor de vendas — Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal 


Twitter e no Facebook.

Em nota, o Carrefour lamentou a morte de Moisés e informou que os protocolos serão alterados.

Embed:











O corpo de Moisés Santos, de 53 anos, foi coberto com guarda-sóis e cercado por caixas, para que a loja seguisse em funcionamento e permaneceu no local entre 8h e 12h, até ser retirado pelo Instituto Médico Legal (IML).

 

À época, o Carrefour pediu desculpas “em relação à forma inadequada que tratou o triste e inesperado falecimento do Sr. Moisés Santos, vítima de um ataque cardíaco” e afirmou que errou ao não fechar a loja imediatamente após o ocorrido. A atitude da loja foi considerada desumana e amplamente criticada.

 

Controle de idas ao banheiro -03

 Caso 5 - Em maio de 2019, a Justiça do Trabalho de São Paulo concedeu liminar pedida pelo Sindicato dos Comerciários de Osasco e Região contra o Carrefour, que estaria controlando a ida dos empregados ao banheiro. 

👇🏾🧶


Em maio de 2019, a Justiça do Trabalho de São Paulo concedeu liminar pedida pelo Sindicato dos Comerciários de Osasco e Região contra o Carrefour, que estaria controlando a ida dos empregados ao banheiro.

 

A juíza Ivana Meller Santana, da 5ª Vara do Trabalho de Osasco, identificou condições consideradas degradantes para os trabalhadores.

 

De acordo com o Sindicato dos Comerciários, nas sedes de sete cidades (Barueri, Carapicuíba, Embu, Itapevi, Jandira, Osasco e Taboão da Serra), operadores de atendimento e de telemarketing são obrigados a utilizar "filas eletrônicas" para o uso do banheiro.

 

Além disso, devem manifestar necessidade do uso, registrando o nome no sistema eletrônico de fila e avisar ao supervisor em caso de urgência.

 

"Este tempo de espera pode acarretar prejuízos à saúde do trabalhador. Isto sem relatar o constrangimento de precisar explicar ao monitor/supervisor as suas necessidades fisiológicas, eventuais problemas intestinais ou estomacais, os relativos ao ciclo feminino", disse a juíza na decisão.

 Cachorro envenenado e espancado-04


persegue com uma barra de ferro.

ALERTA! Cenas fortes:

O outro lado

Em dezembro de 2018, um cão que estava no estacionamento de uma das lojas da empresa, em Osasco, morreu após ser envenenado e espancado por um funcionário.

 

"Um segurança do Carrefour que matou o cachorro. Ia ter uma visita de supervisores da matriz e o dono do mercado, da filial de Osasco, pediu para o funcionário dar um fim no cachorro. Ele deu chumbinho no meio de mortadela, e agrediu o cachorro", afirmou ao portal G1 Rafael Leal, da ONG Cão Leal, na ocasião.

 

A rede de hipermercados também não socorreu o animal. "O cachorro foi resgatado com vida todo ensanguentado por uma pessoa que estava perto e socorreu. Ele foi levado para uma clínica veterinária particular, mas morreu em atendimento."

 

 

Caso Manchinha: Segurança foi responsabilizado por morte de cachorro no Carrefour de Osasco / Foto: Reprodução/Internet

 

Mais um caso de racismo

 

Em outubro de 2018, funcionários da empresa, em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, agrediram Luís Carlos Gomes, porque ele abriu uma lata de cerveja dentro da loja. Surpreendido pelos funcionários do supermercado, o cliente reiterou que pagaria pelo item.

 

Mesmo assim, ele foi perseguido pelo gerente da unidade e por um segurança e depois encurralado em um banheiro, onde recebeu um mata-leão.

 

Gomes, que é deficiente físico, teve múltiplas fraturas e, como sequela de uma cirurgia, ficou com uma perna mais curta que a outra. Ele acusou o supermercado de racismo e discriminação e pediu uma indenização de R$ 200 mil.

 

Na época, o Carrefour disse, em nota, que "a rede repudia veementemente qualquer tipo de violência e reforça que, constantemente, realiza treinamentos e reorienta suas equipes, a partir da prática do respeito que exige dos seus colaboradores e prestadores de serviço”.

 

Demissão como retaliação

 

Em dezembro de 2017, trabalhadores do Carrefour que reivindicaram benefício de remuneração por trabalho em feriados foram demitidos da empresa, com a justificativa de corte de gastos. Os funcionários, no entanto, garantiram que os nomes que receberam a demissão estavam envolvidos em movimentos grevistas.

 

“Na verdade a empresa nunca teve cortes às vésperas do Natal e Ano Novo. Em 12 anos de casa, nunca vi isso acontecer. Como sempre bati minhas metas, portanto, gerava lucros, fica explícito o motivo de retaliação a fim de desestabilizar o movimento, sim”, contou um ex-funcionário ao The Intercept, na época.

 

Os funcionários que trabalharam durante os feriados de novembro de 2017 receberam apenas R$ 30 por dia trabalhado, menos da metade do que recebiam antes. Um empregado que recebe R$ 1.290 por mês, ou R$43 por dia, deveria receber R$ 86 por feriado, já que a diária era dobrada nesses dias.

 

Caso Januário Alves de Santana

 

Em 2009, seguranças da rede de hipermercados agrediram o vigia e técnico em eletrônica Januário Alves de Santana, de 39 anos, no estacionamento de uma unidade em Osasco. Ele teria sido confundido com um ladrão e foi acusado de roubar o próprio carro, um EcoSport.

 

Após o caso, manifestantes protestaram no estacionamento da unidade, onde estenderam uma faixa de 30 metros com a frase: “Onde estão os negros?”. Carros também exibiram protetores de para-brisa com a frase “Carrefour racista”. O caso foi reportado pelo portal Geledés.

 

Edição: Leandro Melito

https://www.brasildefato.com.br/2020/11/20/sete-vezes-em-que-o-carrefour-atuou-com-descaso-e-violencia

Nenhum comentário:

Postar um comentário