(DO UOL) – O vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) disse hoje que não existe racismo no Brasil. A declaração acontece justamente no Dia da Consciência Negra e sucede o caso de um homem negro espancado até a morte por um segurança e um PM fora de serviço no Carrefour, em Porto Alegre. “Digo com toda a tranquilidade: não existe racismo no Brasil. É uma coisa que querem importar, mas aqui não existe”, disse.
PESSOAL DE COR
“Aqui, o que você pode dizer é que existe desigualdade. Temos uma brutal desigualdade fruto de uma série de problemas”, afirmou o vice-presidente. Para Mourão, o racismo está presente em outros países, como os Estados Unidos. Usando uma expressão racista, o vice-presidente relatou que quando morou no país americano, no final da década de 60, o “pessoal de cor” não podia andar com brancos. Morei dois anos nos Estados Unidos, racismo tem lá. Na minha escola, o pessoal de cor andava separado. Isso eu nunca tinha visto no Brasil. Saí do Brasil, fui morar lá, era adolescente e fiquei impressionado com isso aí. Mais ainda, o pessoal de cor sentava atrás do ônibus, não frente do ônibus. Isso é racismo, aqui não existe isso. Aqui o você pode pegar e dizer é o seguinte: existe desigualdade. Isso é uma coisa que existe no nosso país”, acrescentou.
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DESPREPARO
Mourão ainda descreveu a postura do segurança do Carrefour como “totalmente despreparada” e lamentou o caso. Às vésperas do feriado da Consciência Negra, João Alberto Silveira Freitas morreu após agressões no estacionamento do supermercado. De acordo com relatos, a vítima teria discutido com a caixa do estabelecimento e foi conduzida pelo segurança e pelo PM temporário até o estacionamento da loja, no andar inferior. Lá, eles espancaram João e o mantiveram imobilizado mesmo após a vítima parar de respirar. A cena vem sendo comparada nas redes sociais ao que aconteceu com George Floyd, que morreu sufocado por policiais nos Estados Unidos. Os agressores foram presos, suspeitos de homicídio doloso. A polícia aguarda o laudo pericial e mais imagens de câmera para esclarecer o caso. A investigação segue com a 2ª DHPP (Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa).
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