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Sem politização
Portugal: Homem adotado por ex-bispo da Universal mata a mãe com 20 facadas... - Veja mais em
Lucas é filho do ex-bispo da Igreja Universal e teria matado
a mãe, Teresa, na última segunda-feira (2)
Imagem: Reprodução
Do UOL, em São Paulo
06/11/2020 08h03
Um jovem matou a mãe com 20 facadas na segunda-feira (2), na
cidade de Seixal, em Portugal. Segundo a mídia local, Lucas Paulo foi adotado
quando ainda era bebê pela mulher que ele matou e por Alfredo Paulo, marido da
vítima e ex-bispo da Igreja Universal do Reino de Deus. O suspeito foi detido
algumas horas depois de o corpo ser encontrado e confessou ter cometido o
crime. A Universal lamentou o ocorrido em seu site oficial.
Segundo o site português Correio da Manhã, um comunicado da polícia judiciária aponta que o filho do casal teria discutido com a mãe, identificada como Teresa, de 53 anos, antes de esfaqueá-la com 20 facadas, sendo a maioria na região do pescoço.
O telejornal Fala Portugal, da TV Record Internacional,
apurou que as brigas entre mãe e filho eram frequentes porque a mulher ficava
desgostosa de ver o filho em casa o dia inteiro, sem trabalhar ou estudar. Após
cometer o crime, o suspeito teria mudado de roupa e fugido pela janela.
O ex-bispo da Universal — que é brasileiro, pai de Lucas e
um dos críticos da igreja — teria ligado para a polícia na noite de
segunda-feira após tentar entrar em contato com a mulher durante várias horas e
não ter retorno.
Quando Alfredo Paulo chegou em casa, onde o casal vivia com
o filho, o homem se deparou com a mulher, já sem vida, e com diversos golpes de
faca nas costas e no pescoço. A arma do crime teria sido uma faca de cozinha
que foi encontrada próxima ao corpo da vítima.
De acordo com o Correio da Manhã, o jovem foi preso pela
polícia local na madrugada de terça-feira (3), ainda na cidade de Seixal.
Lucas vai ficar preso por 14 dias no Estabelecimento
Prisional de Lisboa, tempo de quarentena em razão do novo coronavírus, e depois
será levado à cadeia de Montijo, onde aguardará ao julgamento.
O rapaz possui nacionalidade brasileira e portuguesa.
Segundo o jornal Correio da Manhã e a emissora de televisão TVI, Lucas foi
adotado pelo casal, no Brasil, quando era bebê. Na época, o casal ainda atuava
na Universal.
A Igreja Universal publicou a notícia do caso em seu site
oficial e disse que "lamenta o ocorrido e expressa seu pesar e orações à
família".
O ex-bispo publicou um comunicado nas redes sociais ontem agradecendo as mensagens de apoio que têm recebido e disse que fará uma live em breve para comentar o caso.
Os generais do tráfico na América Latina
6 de novembro de 2020
imagemO histórico latino-americano de policiais, ministros e
generais envolvidos com tráfico
Existe um elemento que se provou vital para o sucesso
operacional das organizações internacionais de tráfico de drogas em todo o
mundo, incluindo a América Latina: a conivência de oficiais corruptos dos
governos para proteger as remessas e evitar interdições.
Ao longo dos anos, vários casos de grande visibilidade
demonstraram até que ponto oficiais de segurança passaram para o lado errado da
lei e se envolveram com grupos do crime organizado.
O InSight Crime examina cinco casos – de forma alguma uma
lista exaustiva – de supostos conluios entre grupos narcotraficantes e oficiais
de governos na América Latina.
Quando o então presidente mexicano Felipe Calderón decidiu
que o governo lançaria medidas oficiais de repressão ao crime organizado em
2006, Genaro García Luna ocupou a linha de frente como seu secretário de
segurança pública desde aquele momento até 2012.
No entanto, promotores dos EUA alegam que o ex-secretário
‘jogava para o outro lado”, aceitando milhões de dólares em subornos do Cartel
de Sinaloa para, em troca, proteger carregamentos de drogas e afastar a polícia
das atividades criminosas do cartel, de acordo com acusação de dezembro de 2019
.
García Luna negou as acusações. No entanto, em carta do dia
2 de outubro, promotores afirmaram possuir “189.000 páginas de documentos, bem
como volumosas comunicações interceptadas”, que sustentam as alegações de que
ele “traiu aqueles que jurou proteger” ao trabalhar ao lado de membros do
Cartel de Sinaloa para facilitar seu empreendimento criminoso ao longo de quase
duas décadas, antes e durante o período em que era o principal chefe de
segurança do país.
Após sua prisão, dois oficiais de alta patente que
trabalharam sob suas ordens – Luis Cárdenas Palomino e Ramón Pequeño García –
também foram indiciados por tráfico de drogas. Promotores afirmam que os três
ajudaram o Cartel de Sinaloa a traficar mais de 50 mil quilos de cocaína para
os Estados Unidos desde 2001, de acordo com acusação substitutiva de julho de
2020.
García Luna se declarou inocente das acusações criminais,
mas pode enfrentar pena máxima de prisão perpétua.
Salvador Cienfuegos Zepeda
Com a militarização da chamada guerra às drogas levada a
novos patamares por Calderón, o ex-general Salvador Cienfuegos Zepeda assumiu a
luta do governo como secretário de Defesa do México sob a presidência de
Enrique Peña Nieto (2012-2018).
Porém, autoridades estadunidenses afirmam que, em vez de
trabalhar para derrubar as operações de grupos do crime organizado, Cienfuegos,
na verdade, ajudava o chamado “Cartel H-2” – como a polícia nomeou a rede que
surgiu da Organização Beltrán Leyva, outrora aliada do Cartel de Sinaloa, que
era liderado por Juan Francisco Patrón Sánchez. De acordo com uma acusação de
agosto de 2019, o ex-oficial teria inclusive assumido o pseudônimo de “El
Padrino” ou “The Godfather” (em referência ao filme O Poderoso Chefão).
Em carta do dia 16 de outubro, promotores alegam que
enquanto Cienfuegos atacava organizações rivais, assegurava transporte marítimo
para carregamentos de drogas e conectava líderes criminosos a outras
autoridades mexicanas corruptas, o grupo dissidente da [Organização] Beltrán
Leyva “conduzia sua atividade criminosa no México sem interferência
significativa dos militares mexicanos e exportava milhares de quilos de
cocaína, heroína, metanfetamina e maconha para os Estados Unidos.”
Interceptações de “milhares” de mensagens enviadas por
celulares Blackberry estão entre as evidências que os promotores alegam possuir
para sustentar as acusações de que Cienfuegos dava liberdade de ação ao grupo
criminoso para operar sem obstruções no México, em troca de dezenas de milhões
de dólares em subornos.
Resta ver como procederá seu julgamento, mas Cienfuegos
enfrenta pena mínima de 10 anos, com máxima podendo chegar à prisão perpétua.
Jesús Gutiérrez Rebollo
Embora militares raramente, ou nunca, sejam presos e
devidamente processados por trabalharem lado a lado com traficantes de drogas,
o caso do ex-chefe do combate ao narcotráfico no México, Jesús Gutiérrez
Rebollo, foi uma exceção incomum.
Rebollo foi preso em 1997 sob acusações de ter negociado um
acordo com o traficante de cocaína mais prolífico do país na época, Amado
Carrillo Fuentes, mais conhecido como o “Senhor dos Céus”, para que este
pudesse operar livremente, em troca de robustos subornos.
O ex-chefe da agência federal antidrogas do país – e uma das
primeiras autoridades mexicanas de alto escalão a ser presa por associação com
traficantes de drogas – acabou sendo condenado e sentenciado a 40 anos de
prisão por tráfico de drogas, corrupção e outras acusações. Rebollo morreu em
2013, em um hospital militar na Cidade do México.
Juan Carlos Bonilla Valladares
Nem mesmo as acusações de que fazia parte de um esquadrão da
morte responsável pelo desaparecimento e execução de membros das infames
gangues de rua de Honduras puderam impedir Juan Carlos Bonilla Valladares,
também conhecido como “El Tigre”, de se tornar chefe da polícia do país em
2012.
Ele foi rapidamente afastado do cargo em 2013 e, em abril de
2020, promotores dos EUA acusaram Bonilla de abusar dos cargos de alto escalão
que ocupou na polícia hondurenha entre 2003 e 2018 para “desrespeitar a lei e
desempenhar um papel fundamental em uma violenta conspiração internacional de
tráfico de drogas”, segundo denúncia criminal.
Bonilla teria protegido cargas de cocaína em nome do
presidente Juan Orlando Hernández e seu irmão, Tony, um ex-congressista que foi
condenado por tráfico de drogas em outubro de 2019. Em essência, Tony usou a
ascensão política de seu irmão, enquanto contava com oficiais de segurança
supostamente corruptos, como Bonilla, para dirigir uma quadrilha internacional
de tráfico de cocaína por mais de uma década.
Promotores alegam que, por meio da garantia de que a Polícia
Nacional não interceptaria veículos cheios de cocaína e do fornecimento de
informações confidenciais sobre as operações aéreas e marítimas da polícia,
Bonilla se tornou tão “altamente confiável” que o presidente Hernández e seu
irmão Tony também lhe deram “atribuições especiais,incluindo assassinatos. ”
Bonilla ainda não foi preso e negou categoricamente as
acusações.
Mauricio López Bonilla
Durante a gestão do ex-presidente da Guatemala, Otto Pérez
Molina (2012-2015), Mauricio López Bonilla acumulou poder considerável como
ministro do Interior. Ele se tornou uma grande figura com a qual o governo dos
Estados Unidos freqüentemente contava para liderar a sua “guerra às drogas” na
região.
No entanto, em fevereiro de 2017 – quando López Bonilla já
estava sob investigação por corrupção e lavagem de dinheiro na Guatemala –
autoridades dos EUA acabaram por indiciar o veterano de guerra e ex-chefe da
força policial do país, por tráfico de cocaína para os Estados Unidos entre
2010 e 2015, de acordo com a acusação.
A mídia local El Periódico informou que, de acordo com
documentos enviados como parte do pedido de extradição feito pelas autoridades
estadunidenses às suas contrapartes na Guatemala, López Bonilla teria “ordenado
que oficiais da Polícia Nacional escoltassem carregamentos de cocaína e
realocado funcionários da instituição, a pedido de organizações do
narcotráfico, em troca de subornos. ”
Um ano antes, em 2016, o InSight Crime publicou uma
investigação que revelou possíveis ligações entre López Bonilla e a notória
traficante de drogas Marllory Chacón Rossell, também conhecida como “Rainha do
Sul”. Em 2012, o Departamento do Tesouro dos EUA havia também identificado
Chacón entre os “mais ativos” lavadores de dinheiro da Guatemala.
Posteriormente, ela passou a cooperar com as autoridades em troca de um acordo
que lhe conferiu liberdade antecipada da prisão.
Na Guatemala, Chacón teria investido em uma empresa de
segurança privada ligada ao ex-ministro em troca de proteção oficial. López
Bonilla vem negando acusações de ligação com o tráfico de drogas e ainda não
foi extraditado para os Estados Unidos para enfrentar tais acusações.
Nara Castro
É graduada em História com ênfase em História da Arte e
Patrimônio Histórico e Cultural pela Universidade Estadual de Campinas. É
também pesquisadora dos entrelaçamentos entre poesia e arquitetura na obra da
escritora jamaicano-estadunidense June Jordan, para quem a função do poeta é
tornar a revolução irresistível.
Área de anexos
Visualizar o vídeo “No he tenido ninguna relación de ningún
tipo con el abogado Tony Hernández”: Juan Carlos Bonilla do YouTube
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