Consciência Negra: Negros seguem ocupando espaço com representatividade - Foto: Montagem
Redação NT
Publicado em 20/11/2020 às 04:30:00 ,
atualizado em 20/11/2020 às 11:17:46
Maju Coutinho e Jéssica Ellen são exemplos de representatividade
No Dia da Consciência Negra, muitas homenagens são preparadas pelas emissoras por conta da importância da data na luta contra o racismo no Brasil. Mas mais do que o dia, as TVs brasileiras passaram a dar espaço para profissionais negros, que vêm crescendo em suas áreas nos últimos anos. Nomes como Maju Coutuinho no jornalismo, Érico Brás e Manoel Soares no entretenimento e Sheron Menezes e Jéssica Ellen na dramaturgia são alguns exemplos.
Embora a Globo tenha aberto muito mais espaço que outros canais - em que negros aparecem com maior frequência nas afiliadas do que na programação nacional -, o próprio canal ainda oferece uma gama muito pequena quando o assunto é igualdade racial. Para se ter uma ideia, ainda que seja um programa com mais de 50 anos, a primeira negra na bancada do Jornal Hoje só se consolidou recentemente com a participação de Maju Coutinho.
O assunto é tão recorrente que, num momento de discussão mundial sobre o racismo por conta do Black Lives Metter, que gerou repercussão em praticamente todos os países do mundo, houve gafes. A GloboNews, que vem dando espaço para profissionais negros, acabou derrapando ao colocar jornalistas brancos para discutir o tema e foi massacrada nas redes sociais. Um dia depois, o canal de notícias do Grupo Globo voltou atrás e refez o debate apenas com profissionais negros que prestam serviço no jornalismo da emissora.
Um dos principais nomes dos últimos anos no jornalismo da Globo, Maju Coutinho vem se tornando um importante ícone na luta por igualdade racial, com direito até a fazer gesto emblemático do Pantera Negra na morte do ator Chadwick Boseman. Além disso, a jornalista fez questão de mostrar a importância da representatividade ao mostrar um vídeo de uma criança negra a vendo apresentando o jornal.
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Embora seja um dos grandes símbolos da equidade de raça, Maju Coutinho não é a única que ganhou espaço nos últimos anos na TV. Até o início da pandemia, Érico Brás se transformou num dos primeiros apresentadores de entretenimento diário do canal ao dividir o comando do Se Joga com Fernanda Gentil e Fabiana Karla. O programa teve vida curta e foi interrompido por conta da quarentena e não há indício algum de que retornará, já que patinou na audiência e sofria constantemente derrotas para a Record, chegando a ficar até na terceira colocação do Ibope.
Ainda no entretenimento, a Globo vem investindo pesado em nomes como Manoel Soares, que ganhou espaço como substituto eventual de Ana Maria Braga no Mais Você e de Fátima Bernardes no Encontro. Em 2020 a emissora definiu que ele assumiria o comando do É De Casa no período em que André Marques estivesse à frente do The Voice Kids.
Na dramaturgia, durante anos a representatividade racial na Globo era sinônimo de Taís Araújo e Lázaro Ramos. Mas nos últimos tempos, ainda que discretamente, outros nomes começaram a aparecer, como é o caso de Sheron Menezes, que ganhou papel de destaque em Bom Sucesso, mas que anunciou ter deixado o canal neste ano para ingressar num novo projeto na Netflix. Quem também vem ganhando destaque é Jéssica Ellen, atriz que está com uma personagem importante em Amor de Mãe, novela interrompida na quarentena e que tem previsão de retorno para março do ano que vem.
Mas se a Globo é a emissora que mais abre espaço para a igualdade de raça no Brasil, ela também comete seus deslizes, inclusive na dramaturgia. Tanto que o especial Falas Negras, que vai ao ar nesta sexta-feira (20), enfureceu roteiristas negros por ter sido organizado por Manuela Dias, novelistas branca, ainda que com a direção de Lázaro Ramos.
Espaço para negros em outros canais
Não com o mesmo protagonismo da Globo, a Record mantém profissionais negros em seu equipe de jornalismo. A emissora também têm contratado atores e atrizes para papéis principais em suas novelas. É o caso de Lidi Lisboa, atualmente participante de A Fazenda 2020 e que protagonizou a minissérie Jezebel. No SBT, no setor de jornalismo, não existem âncoras negros no casting.
Na Band, programas de esporte também mostram comentaristas negros, como é o caso de Edilson Capetinha, ex-jogador de futebol e que participa do programa Os Donos da Bola, comandado pelo Craque Neto, assim como acontece com Denilson no Jogo Aberto. Já na RedeTV!, no ano passado o apresentador Netinho de Paula reassumiu sua atração, que já rodou por diversos canais, aos domingos, mas sem grande repercussão.
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