quarta-feira, 25 de novembro de 2020

Operação da PF mira juízes, advogados e empresários suspeitos de corrupção e peculato em MG

 Investigação apura obtenção de vantagens indevidas em processos de falência de empresas em Sete Lagoas


Operação 'Iniquidade', deflagrada pela Polícia Federal nesta terça-feira (24) em MG e ES, mira juízes, advogados, empresários e servidores da Justiça suspeitos de obter vantagens indevidas em processos de falência

(foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Polícia Federal cumpre 26 mandados de busca e apreensão em residências, empresas e escritórios de advocacia de cinco cidades mineiras, incluindo Belo Horizonte, e do Espírito Santo na manhã desta terça-feira (24).

Polícia Federal deflagrou nesta terça-feira (24), a Operação ... cidades mineiras de Belo Horizonte ...
22 horas atrás · Vídeo enviado por WebTerra TV


Batizada de "Iniquidade", a operação combate os crimes de peculato (desvio de dinheiro ou bem praticado por funcionário público), corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Os investigados são juízes do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), advogados, empresários e um servidor do judiciário, suspeitos de obter vantagens indevidas em processos de falência de duas empresas, que tramitavam na 3ª Vara Cível da Comarca de Sete Lagoas, na Grande BH. Um dos juízes foi aposentado compulsoriamente em decorrência das investigações. 

Segundo a PF, a quadrilha lucrava com a aquisição e o financimento de créditos falimentares - aqueles que surgem após a falência de um empreendimento, destinados à remuneração de trabalhadores, administradores judiciais, entre outras obrigações. 
Conforme as investigações, esses créditos eram aquiridos por valores baixos. Porém, durante dos processos judiciais, acabavam multiplicados, já que os magistrados envolvidos no esquema determinavam o pagamento desses créditos em proporção acima da esperada a um grupo selecionado de credores. Os demais - incluindo a fazendas Federal, Estadual e Municipal - ficavam no prejuízo.


Além dos mandados de busca e apreensão, cumpridos em Sete Lagoas, Teófilo Otoni e Carlos Chagas e nas cidades capixabas de Vila Velha e Pinheiros - a PF também decretou 18 medidas cautelares. Elas proibem os investigados de fazer contato com os demais suspeitos e sair do país.

Houve ainda bloqueio de dinheiro em contas bancárias e de investimentos, que totalizam cerca de 65 milhões de reais.
 


'Condutas incompatíveis'
Por meio de nota, o TJMG afirmou que afastou um dos juízes investigados na Operação Iniquidade em 12 de fevereiro de 2019, pois "reconheceu que esse magistrado havia praticado condutas incompatíveis com o exercício de sua função". Outro juiz supostamente envolvido  no esquema teria se aposentado voluntariamente em 20 de agosto de 2012 e, portanto, já não exerce mais a magistratura. Veja o comunicado na íntegra:

O Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais (TJMG) esclarece que em relação à Operação Iniquidade, desencadeada na data de hoje (24/11) pela Polícia Federal e noticiada em vários veículos de imprensa, um dos juízes mencionados, após investigação da Corregedoria-Geral de Justiça, em 12/02/2019, foi afastado da magistratura pelo Órgão
Especial deste Tribunal. O TJMG reconheceu que esse magistrado havia praticado condutas incompatíveis com o exercício da função judicante.

Em relação ao outro magistrado referido, o TJMG esclarece que ele se aposentou voluntariamente em 20/08/2012, não mais exercendo, portanto, a magistratura. Salienta, por fim, que as medidas que autorizaram as diligências da Polícia Federal foram determinadas por magistrado criminal da própria comarca de Sete Lagoas, nos autos do inquérito policial que lá tramita, com o objetivo de apurar a eventual responsabilidade de todos os envolvidos. 
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Ex-major, chefe do tráfico vivia em casa de 2 milhões de euros na Espanha... - 
O ex-policial militar Sérgio Roberto de Carvalho, 62, conhecido como Major CarvalhoImagem: Reprodução/Ministério da Segurança Pública

Josmar JozinoColunista do UOL

25/11/2020 04h02

O ex-policial militar Sérgio Roberto de Carvalho, 62, conhecido como Major Carvalho, chefe do bilionário esquema de exportação de cocaína do Brasil para a Europa revelado esta semana por operação da PF (Polícia Federal), levava uma doce vida em Marbella, província de Málaga, o mais belo e famoso balneário da Andaluzia, Espanha.

Conforme antecipou com exclusividade a coluna, Major Carvalho é o principal alvo da Operação Enterprise, que teve alvos em dez estados brasileiros e em Espanha, Portugal, Colômbia e Emirados Árabes Unidos.

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Carvalho morava em uma casa avaliada em 2,2 milhões de euros. Ele também tinha dois apartamentos em Lisboa, capital de Portugal, e uma empresa em Dubai, nos Emirados Árabes.

O major chefiava seis núcleos do esquema criminoso. O mais importante era o da região de São José do Rio Preto (SP), responsável pelas aeronaves e transportes aéreos da droga. Sílvio Berri Júnior, o chefe dos pilotos de Carvalho, é um dos presos na operação Enterprise.

Até ao final da tarde desta terça-feira (24), Carvalho continuava foragido e procurado pela Interpol. Agentes federais cumpriram mandados de busca em 13 endereços dele no Brasil, Espanha, Portugal e Emirados Árabes.

O gerente do tráfico possuía vários passaportes falsificados e enganou as autoridades espanholas quando foi preso em agosto de 2018 por policiais da Galícia (região espanhola) sob a acusação de tráfico internacional de drogas.

Quase duas toneladas de cocaína em navio

O narcotraficante brasileiro foi acusado de ser o dono de 1.700 kg de cocaína apreendidos no navio Titan III. Carvalho, natural de Ibiporã, no Paraná, e radicado no Mato Grosso do Sul, deu nome falso de Paul Wouter, nascido no Suriname, e acabou solto poucos meses depois.

Dono de um jatinho, o Major Carvalho viajava com frequência da Espanha para Portugal. Segundo a Polícia Federal, o criminoso é proprietário de uma empresa na avenida da República, em Lisboa.

Foi na capital portuguesa, em uma operação conjunta entre policiais federais brasileiros e lusitanos, que agentes apreenderam na segunda-feira (23), 11 milhões de euros escondidos em uma van. O dinheiro, segundo as investigações, era da quadrilha do major.

O criminoso tinha também o hábito de usar a aeronave particular para viajar até Dubai. A PF apurou que Carvalho tem uma empresa naquele país, denominada PWT General Trading. As três primeiras letras podem ser referência ao nome falso Paul Wouter, usado por ele.

Exportação para seis países da Europa

A Operação Enterprise apontou que a organização criminosa liderada pelo Major Carvalho enviou 45 toneladas de cocaína para a Europa a partir de 2017. As remessas de drogas foram avaliadas em R$ 2,25 bilhões.

A cocaína era enviada pelos portos de Paranaguá (PR), Santos (SP) e outras cidades do Sul e Nordeste. O destino dos entorpecentes eram oito portos em seis países europeus: Antuérpia, na Bélgica; Gióia Tauro e Livorno, na Itália; Hamburgo, Alemanha; Barcelona e Algeciras, na Espanha; Lisboa, Portugal; e Le Havre, na França.

Ex-major, chefe do tráfico vivia em casa de 2 milhões de euros na Espanha - 25/11/2020 - UOL Notícias

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