Um
acidente envolvendo dois carros, deixou duas pessoas mortas e outras
três feridas, na madrugada de domingo(02/09) na BR-367, a cerca de 4 km
de Araçuaí, na altura do Km 284.
De acordo com a Polícia Rodoviária, a ocorrência foi registrada por volta das 2:30hs
Dois
veículos, um gol e uma caminhonete D-20 que trafegavam em sentidos
opostos colidiram frontalmente, nas proximidades do local conhecido como
"Curva do Brás", onde também morreu em acidente, o comerciante Brás,
dono de um supermercado em Araçuaí.
Os passageiros do Gol retornavam de uma festa na zona rural de Araçuai, ocorrida em um bar conhecido por "Bar da Boa”.
A
caminhonete D-20 seguia de Araçuaí(MG), sentido cidade de Virgem de
Lapa, quando chocou-se com um gol que, segundo uma testemunha, trafegava
na contramão.
No
acidente, morreram o mascate Manoel Ferreira, 42 anos, natural de
Vitória da Conquista (BA), conhecido como Nêgo Baiano e sua cunhada
Maria dos Reis Pereira, 51 anos, auxiliar de serviços gerais e ex-esposa
do cabo aposentado da Polícia Militar em Araçuaí, Genildo da Creche.
Os
dois estavam no veículo Gol conduzido por Adelson Moreira Matos, 41
anos que foi transferido em estado grave para um hospital de Teófilo
Otoni a 218 km de Araçuaí
No
carro viajava ainda a agente de saúde, Aparecida Pereira Silva, 29
anos, que continua internada no hospital de Araçuaí mas não corre risco
de morte. "Ela quebrou uma perna e está consciente”, informou uma amiga.
O motorista da D-20, Jair Cardoso Sousa, 29 anos, sofreu ferimentos leves. Ele foi medicado e já se encontra em casa.
Polícia acredita em imprudência..........
Militares
da Polícia Rodoviária disseram que não possível registrar se o condutor
do Gol, Adelson Moreira era habilitado e se havia ingerido álcool. “Era
o único que usava cinto de segurança. Devido a gravidade do seu estado,
não foi colhido seu depoimento a respeito das circunstâncias do
acidente”, informou um policial militar que participou da operação de
resgate dos feridos.
O
motorista da D-20, Jair Cardoso Sousa, seguia sentido Araçuaí-Virgem da
Lapa , quando ao entrar em uma curva, deparou-se com o gol que também
fazia a curva, porém na contramão. “Ele
contou que ainda freou mas tudo foi tão rápido e não foi possível
evitar a colisão”, informaram os policiais que registraram a ocorrência.
A perícia chegou ao local por volta das 6 horas da manhã quando os corpos foram liberados.
Manoel Ferreira, que residia a cerca de 15 anos em Araçuaí, será
sepultado em Vitória da Conquista, sua terra natal. Ele deixa três
filhos, sendo dois residentes em Araçuaí.
Maria dos Reis Pereira, será sepultada em Araçuaí. Ela era mãe de três filhos.
Fonte: Gazeta de Araçuaí
Oito anos da morte dos fiscais em Unaí
"Ouço o sangue do teu irmão, da terra, que clama por mim!”, exclama o Deus da vida. (Gênesis 4,10)
Era
dia 28 de janeiro de 2004, 8h20’ da manhã. Em uma emboscada, cinco
jagunços dispararam rajadas de tiros em quatro fiscais da Delegacia
Regional do Ministério do Trabalho, perto da Fazenda Bocaina, município
de Unaí,
Noroeste de Minas Gerais. Passaram-se 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7 anos.
Justiça? Cadê? Dia 28 de janeiro próximo completa oito anos desse
bárbaro massacre. Quatro indiciados como mandantes estão soltos. São Antero Mânica [(prefeito de Unaí, pelo PSDB), Norberto Mânica ("rei do feijão” (?)], Hugo Pimenta e José Alberto Costa,
que contratou os executores. Estão presos quatro dos acusados:
Francisco Pinheiro, Erinaldo de Vasconcelos Silva, Rogério Alan da Rocha
Rios e William Gomes de Miranda. Humberto Ribeiro dos Santos, acusado
de haver sido o encarregado de apagar as provas do crime, foi libertado.
.
Antes do tempo, na maior chacina contra agentes do Estado Brasileiro, foram ceifadas as vidas de Erastótenes de Almeida Gonçalves, João Batista Soares Lage e Nelson José da Silva (Auditores Fiscais do Trabalho) e Ailton Pereira de Oliveira
(motorista oficial). Por quê? Como servidores éticos, estavam cumprindo
seu dever: fiscalizando fazendas no município de Unaí. Multaram vários
fazendeiros. A família Mânica, por exemplo, foi multada em mais de 3
milhões de reais. Após uma infinidade de recursos, pagaram apenas 300
mil reais. As multas foram por terem encontrado trabalhadores em
situações análogas a escravidão, sobrevivendo em condições precárias e
se envenenando com a aplicação exagerada de agrotóxicos na monocultura
do feijão. Por isso, os fiscais foram ameaçados de morte. O fiscal
Nelson chegou a fazer um relatório alertando sobre as ameaças de morte
que vinha sofrendo. E, tragicamente, não ficaram só nas ameaças,
aconteceu um massacre.
Quem
matou em quem mandou matar? Em um arrojado processo de investigação das
Polícias Federal e Civil, um grande elenco de provas robustas consta do
processo, tais como:
a) confissão dos jagunços que estão presos;
b) pagamento de 45 mil reais em depósito bancário;
c) automóvel da mulher de Antero Mânica usado pelos jagunços;
d) nomes e identidades dos
jagunços no livro do hotel, em Unaí, onde estavam hospedados os fiscais,
comprovando que lá dormiram também os jagunços;
e) depoimento do Ailton,
motorista dos fiscais, que, após recobrar a consciência, após o massacre
ainda encontrou forças para dirigir a camionete até a estrada
asfaltada, mas morreu sendo levado para socorro em Brasília;
f) uma série de telefonemas entre os jagunços e mandantes, antes e depois da chacina;
g) um automóvel encontrado jogado dentro do Lago Paranoá, em Brasília;
h) relógio do Erastótenes encontrado dentro de uma fossa, na cidade de Formosa, GO, conforme confissão dos assassinos; etc.
Os
fiscais estavam ali para defender os direitos de trabalhadores do campo
explorados por grandes grupos empresariais e submetidos a condições
indignas de trabalho. São mártires da ganância dos poderosos e da luta
contra o trabalho escravo. Dia 28 de janeiro se tornou Dia de combate ao
trabalho escravo.
No
3º aniversário do massacre, dia 28/01/2007, no local onde o sangue dos
fiscais foi derramado na terra mãe, Dom Tomás Balduíno, ex-presidente e
atual Conselheiro da Comissão Pastoral da Terra, denunciava: "Este
covarde massacre dos 4 fiscais não pode ficar impune. Cadê a justiça?
Massacre como este não é exceção. Tem sido a regra. Cinco jagunços estão
presos e quatro supostos mandantes continuam soltos. O inquérito já foi
feito. Há 09 indiciados. A impunidade nestes casos alimenta a espiral
de violência. Exigimos o julgamento já, sem mais demora. Chega de
enrolação! Que se julgue e puna não apenas os jagunços, mas também os
mandantes. Os fiscais foram vítimas da luta contra o Trabalho Escravo. A
Comissão Pastoral da Terra diz que há mais de 25 mil pessoas ainda
submetidas a situação análoga à escravidão no Brasil. Os fiscais foram
vítimas do agronegócio, das monoculturas da soja, do feijão, da
cana-de-açúcar, do eucalipto. Exigimos justiça já, em nome do Deus da
vida.”
Marinês,
viúva do fiscal Erastótenes, com a voz embargada, em meio a lágrimas,
clama por justiça: "Ao saber que meu amado marido Erastótenes tinha sido
assassinado junto com João Batista, Nelson e Ailton, uma espada de dor
transpassou meu coração e continua transpassando, porque a justiça ainda
não foi feita. A dor e a angústia continuam muito grande diante da
impunidade. Pelo amor de Deus, julguem logo os assassinos, jagunços e
mandantes. Os fiscais foram assassinados durante seu trabalho, por
trabalharem bem, por serem honestos, por não se corromperem e por
cumprirem o seu dever. Exigimos justiça! Que mais este massacre não
fique na impunidade.”
No
final de 2011 o julgamento foi desmembrado. Dizem que primeiro serão
julgados os jagunços e depois – não se sabe quando – os indiciados como
mandantes. Separar os jagunços dos mandantes pode ser uma manobra que
dificultará mais ainda a condenação dos mandantes.
Enquanto
reina a injustiça, a impunidade, o município de Unaí se transformou em
campeão na produção de feijão, no uso de agrotóxico e no número de
pessoas com câncer. Relatório do deputado Padre João (PT) demonstra que o
número de pessoas com câncer, em Unaí, é cinco vezes maior do que a
média mundial. A cada ano, 1260 pessoas contraem câncer na cidade.
Aliás, um hospital do câncer já está sendo construído na cidade, pois
ficará menos oneroso do que levar toda semana vários ônibus lotados de
pessoas para se tratarem de câncer no estado de São Paulo.
As
águas e a alimentação estão contaminadas pelo uso indiscriminado de
agrotóxico. A fama que espalhou pela região é que o feijão de Unaí está
envenenado, pois do plantio até a colheita aplicam até 15 vezes
fungicida, inseticida e herbicida, muitos desses venenos já são
proibidos na Europa e EUA. Confiram o Filme-documentário "O veneno está
na mesa”, de Sílvio Tendler.
A
impunidade alimenta também o agravamento do trabalho escravo no país.
No final de setembro de 2010, uma Operação coordenada pela
Superintendência Regional do Trabalho e Emprego de Minas Gerais
(SRTE/MG) libertou 131 pessoas escravizadas em lavouras de feijão na
Fazenda São Miguel e na Fazenda Gado Bravo, localizadas respectivamente
em Unaí (MG) e Buriti (MG). Nenhum dos libertados tinha a Carteira de
Trabalho e Previdência Social (CTPS) assinada. A jornada da capina e
colheita do feijão começava as 4h30’ e se estendia até às 14h30’, sem
que fosse respeitado o intervalo para repouso e alimentação.
Segundo
depoimentos, a labuta se estendia aos domingos, em descumprimento ao
descanso semanal. O pagamento feito pelo "gato", que subtraía boa parte
dos recursos que vinha dos proprietários, era por produção, sem qualquer
recibo.Havia um sistema de endividamento dos empregados por meio de uma
cantina em que alimentos, produtos de higiene e outros gêneros eram
"vendidos" a preços mais altos que os praticados pelo mercado. O
transporte de trabalhadores era completamente irregular e o manuseio de
agrotóxicos (armazenamento, sinalização e estrutura exigidas),
inadequado. A lista suja de trabalho escravo em 2011 se tornou a maior
da história: 294 fazendeiros utilizaram-se deste sistema. Em 2011, houve
um aumento de 23% nos casos de trabalho escravo no campo, aponta CPT.
Foram 3.882 casos identificados, mas regatados somente 2.271
trabalhadores escravizados.
O Deus da vida disse a Caim: "O sangue do teu irmão Abel clama por mim!”
(Gênesis 4,10). Deus, fonte da vida, da esperança, da solidariedade e
da libertação, caminha com os pobres que se unem e, organizados, marcham
lutando por um mundo com justiça. Por isso, agora, Deus, com profunda
comoção e indignação, grita ao poder judiciário e aos promotores do
agronegócio: "Ouço o sangue de meus filhos, teus irmãos Nelson, João
Batista, Erastótenes e Ailton, covardemente assassinados, enquanto
honestamente cumpriam a missão deles: combater trabalho escravo.”
Um
grito por justiça está ecoando há 8 anos: O povo de Minas, do Brasil e
do Mundo exige o julgamento já dos assassinos dos fiscais! Exigimos
justiça! Que os jagunços e mandantes sejam julgados e condenados!
.
Por Frei Gilvander Luiz Moreira,
Blogueiro que denunciou estupro envolvendo filho do diretor da RBS é encontrado morto...
Mosquito
foi o blogueiro mais incisivo nas denúncias sobre o caso de estupro
envolvendo o filho do dono da poderosa RBS, afiliada da TV Globo
A quem interessava a morte de Mosquito?
Comentário do Site:
A morte de Mosquito, que jamais se calou diante da operação abafa
implementada por um grupo poderoso e pelos seus cúmplices, é um alívio
para quem não estava nem um pouco acostumado a ter o calcanhar
pisoteado. Agora já podem retomar tranquilamente a rotina. Caberá novamente às mídias alternativas fazer um pouco de barulho em meio ao silêncio conveniente; um silêncio que nem sequer esboça sinal de partida.
O blogueiro Amilton
Alexandre, o Mosquito, foi encontrado morto em seu apartamento, em
Palhoça, Santa Catarina, na tarde de ontem (13). Segundo a polícia,
tratou-se de “suicídio por enforcamento”. A rápida conclusão, porém, não convenceu seus amigos e familiares, que exigem rigorosa apuração do caso.
Com suas “tijoladas” na
internet, Mosquito fez inúmeros inimigos. Nos últimos tempos, ele
alertou que estava sendo ameaçado. Na semana retrasada, ele anunciou o
fim da sua página: “O blog Tijoladas acabou para eu continuar vivo. Não é uma capitulação. Não mudei meu modo de pensar. Não mudei minhas convicções”.
Um amigo pessoal de Mosquito, que pediu para ter o seu anonimato por ora preservado, revelou a Pragmatismo Político suas importantes impressões sobre a misteriosa morte do blogueiro. As informações seguem caminho completamente contrário às versões oficiais.
“Quem conheceu Mosquito
sabe que não se suicidaria”, disse, enumerando as diversas razões que
indicam a impossibilidade de suicídio. “Ele era alvo de várias ameaças
de morte. Era defensor da sustentabilidade, modo de vida saudável,
andava de bicicleta, trocava frutas e verduras do quintal com seus
vizinhos. Era defensor da transparência e combatia os poderosos. Era pai de uma adolescente.
Filho querido de uma mãe ainda viva por quem tinha muito carinho. Um
cidadão com esse perfil não se suicida. A porta da sua casa estava
aberta. Sua casa é de esquina, de um lado os fundos, do outro, um
terreno baldio. Foi encontrado com lençol enrolado no pescoço, quem se suicida de forma tão cruel, correndo risco de morte lenta e dolorosa? Sendo morador solitário, não seria mais fácil entupir-se de comprimidos?
Mosquito ganhou fama nacional ao denunciar um caso de estupro em Florianópolis, envolvendo o filho de um diretor da poderosa RBS, afiliada da TV Globo.
Silêncio criminoso da mídia não impediu que 100 mil soubessem da morte do blogueiro Mosquito...
Movidos por intolerência à impunidade, mais de 100 mil pessoas acessam
Pragmatismo Político em menos de 24 horas e rompem silêncio midiático
Mosquito lutou contra gigantes como um Gigante
Não fosse o empenho
fomentado a partir das mídias sociais, a estranha morte do blogueiro
Amilton Alexandre, o Mosquito, teria passado como um acontecimento cotidiano e descartável. Não é assim, aliás, que a vida humana é manuseada diariamente nos meios de comunicação mercadológicos; com desdém?
Desde que anunciamos aqui, ontem, a perda do colega e a cobrança por isenção nas investigações, mais de cem mil pessoas já acessaram a página e tomaram conhecimento do triste ocorrido. Isto sem contar a reverberação em demais sites e blogs.
Toda essa massiva repercussão não significa nada mais do que um contraponto ao silêncio sepulcral e inexplicável do ponto de vista jornalístico, mas inteligível pela ótica da contrariedade.
Humanista, afirmam os que com ele conviveram, era marcado por um misto
de generosidade e coragem. Foi o primeiro a descobrir e denunciar um
caso de estupro envolvendo o filho de uma importante figura do grupo RBS
(afiliada da Rede Globo), e um dos poucos com destemor para levá-lo
adiante. Suas atuações, no entanto, não se limitaram à este caso,
e o supracitado blogueiro tornou-se notado por opor-se aos supostos
desmandos proferidos no andar de cima da sociedade catarinense, o que
lhe rendeu vários processos e condenações.
A mídia corporativa abafou o escândalo, só noticiado pela TV Record (vídeo abaixo).
ESTE BLOGUEIRO ESTÁ MORTO
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