quarta-feira, 20 de novembro de 2019

Dom Aloísio Vitral, ex-bispo de Teófilo Otoni, pede renúncia do cargo em Sete Lagoas

17:55 | 16 de novembro 
O ex-bispo de Teófilo Otoni Dom Aloísio Jorge Vitral pediu renúncia do cargo de bispo diocesano de Sete Lagoas.
O pedido foi entregue por ele nesta sexta-feira(15) à Nunciatura Apostólica em Brasília e encaminhada ao papa Francisco em Roma que, segundo o próprio Dom Aloísio, aceitou o seu pedido.
A renúncia de Dom Aloísio será oficializada no momento em que ocorrer a publicação pelo próprio Vaticano.
Até então ele continua como bispo da Diocese e após a oficialização se tornará bispo emérito de Sete Lagoas.
A notícia foi confirmada também pelo atual bispo dicesano de Teófilo Otoni Dom Messias Reis Silveira .
Segue abaixo a "Carta Pastoral" escrita nesta sexta-feira (15) por Dom Aloísio ao clero diocesano, a ser lida nas diversas Paróquias da Diocese de Sete Lagoas.
Confira a carta na integra :
Queridas filhas e filhos, irmãs, irmãos, amigas e amigos, Antes de tudo desejo a vocês a paz e alegria que, sem cessar, brotam do Coração do Cristo Jesus. Sou profundamente grato a todos e levo comigo, além de uma saudade antecipada, um coração cheio de ação de graças por cada um de vocês.
Estarei completando 65 anos de vida em meados de abril de 2020. Desde o início dos meus estudos e da minha preparação para o sacerdócio, a minha sensibilidade esteve voltada para a “espiritualidade do cotidiano”, no horizonte do Verbo encarnado.
Como bispo, servo da Igreja que sou, estive voltado para uma dimensão mais institucional, um pouco longe do que acredito ser minha vocação, e me vi às voltas com aquilo que cabe a um administrador. Espero ter desempenhado satisfatoriamente as tarefas que me couberam, certamente dentro dos meus limites.
Entendo que um novo tempo está agora diante de mim. Volto ao que considero serem as minhas raízes mais profundas, o caminho da mística e da espiritualidade.
O meu desejo, aos 65 anos que aproximam, é agora a “busca do essencial e sua transmissão com toda minha existência”. Há momentos na vida, que nesta minha idade, não permitem hesitação. Acredito, e tudo isso é fruto de uma longa e, por vezes, dolorosa meditação, que estou diante de um novo desafio, de uma aproximação daquilo que considero o cerne do meu coração.
Procurei “combater o bom combate”, começo agora um outro combate. Uma vida mais voltada para a escuta, para a experiência da mística, a celebração e a oração. Levo comigo o gosto pelos Retiros, a paixão pelo trabalho junto às comunidades e o trabalho perto dos irmãos empobrecidos.
Onde há vida, há mudança. Peregrinos que somos, estamos sempre em alto mar. Portos são passageiros. Mudanças nos obrigam a caminhar na direção ao desconhecido.
Estarei ainda um tempo com vocês em Sete Lagoas, esta Diocese que desde o primeiro momento aprendi a amar. Não posso hesitar a este apelo que vem de um desejo profundo, e espero em Deus, servir à Igreja com o dom que recebi.
Concluindo: Estive com o Núncio Apostólico (representante do Papa no Brasil) expressei a ele o meu desejo, de uma vida mais „contemplativa na ação‟. Conforme solicitado, elaborei uma carta a ser enviada por ele ao Papa Francisco, que aceitou o meu pedido. Os fatos alheios a minha vontade, se precipitaram e se tornaram públicos. Assim, não tive como participar a vocês antes de ouvir o Santo Padre, o Papa.
Certo da presença materna e amiga da Imaculada Conceição, deixo a todos o meu abraço, o meu afeto.
Vocês estarão para sempre no meu coração!



(Fonte: site Mega Cidade/editada)

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