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3 “calotes” globais: Papatudo, Timelife e esquema ACM-Globo-Nec
Timelife:
Em 1962 um acordo polêmico assinado entre Time-Life e as Organizações Globo, permitiu à empresa brasileiro acesso a um capital em torno de 6 milhões de dólares, o que lhe garantiu recursos para comprar equipamentos e montar sua infra-estrutura. Em troca, o Time-Life teria participação em 30% de todos os lucros aferidos pelo funcionamento da TV Globo. O acordo foi considerado ilegal, pois a Constituição Brasileira naquela época.
O escândalo Globo/Time Life não é meramente um caso de um sócio brasileiro (Roberto Marinho) que aceita como sócio uma empresa estrangeira (Grupo Time-Life), contra todas as leis do país. É antes de mais nada um suporte de mídia que visava apoiar, dar base, sustentação e consolidar a ditadura no Brasil, apoiada e supervisionada pela CIA, por exigência dos Estados Unidos, comandado por terroristas da CIA, como Vernon Walters e Joe Walach, sendo este último com emprego fixo na Globo, como “representante” do grupo Time-Life.
A Time-Life continuava enviando dinheiro a rede Globo, porém o Banco Central queria enquadramento desses negócios, operação “às cegas”. Não é difícil concluir que não se tratava de filantropia do grupo norte-americano. Como se explicaria de outra forma o fato de que alguém, possuindo um imóvel no valor de CR$ 1 bilhão, quantia essa paga pela Time-Life para a compra de um imóvel da TV Globo, o arrendasse sem perceber aluguéis em períodos deficitários, a menos que tivesse o mesmo propósito de investidor e não de um simples locador. Isso pode ser considerado lavagem de dinheiro?
Foram tantos, tantos, tantos os abusos e falcatruas que não restou outra alternativa para fugir ao flagrante que não fosse mandar arrancar as folhas 42 e seguintes do livro 1478 do II Cartório de Ofício de Notas, conforme brilhantemente descoberto e reportado por Daniel Herz em seu livro “A História Secreta da Rede Globo”.
Registro no Museu da Corrupção
Papatudo:
A Globo, usando os Correios como ponto de venda no Brasil inteiro, criou o seu “Baú da Felicidade” para concorrer com Sílvio Santos, do SBT. Prometiam que, além da recompra garantida, os futuros compradores ainda concorreriam a grandes prêmios milionários e parte da arrecadação ainda seria destinada a instituições de caridade. E numa colossal e obscena “pirâmide”, infestaram o Brasil inteiro com promessas milagrosas de enriquecimento fácil, sempre tendo à frente a exclusividade da Globo, a insuspeita Xuxa e a benemerência de instituições de caridade. (Uma espécie de Criança Esperança, com carnê). Embalado pelos heróis da Globo e pelos “embaixadores” da Unicef, o país inteiro comprou, muitas e muitas vezes, os bilhetinhos do “titio” Artur Falk (ou Desfalk), veiculados pela Rede Globo e apresentado pela irrepreensível Xuxa (“Compra, compra, pede para a mamãe e o papai comprar”).
Os Correios vendiam, as lotéricas vendiam, os bobos compravam (como os doadores do Criança Esperança), até que passado o período para resgate dos “bilhetinhos” milagrosos do “titio” Falk (ou Desfalk), os Correios pararam de resgatar os bilhetes, pois não recebiam do Papatudo (Interunion/Globo etc.). As lotéricas deixaram de resgatar os bilhetes que indenizariam os compradores. E o grande golpe nacional previamente anunciado foi dado nas barbas da nação inteira – o mico ficou na mão do povo, que não tinha de quem receber.
Os lotéricos não foram os mais prejudicados, pois ao não receberem pelos bilhetes comprados, pararam de recomprar os bilhetes do povo e estancaram o golpe. Idem os Correios, que ao não receberem pelos bilhetes que resgatavam das pessoas, interromperam a prorrogação do golpe. Mas o povo, que ficou com o bilhete na mão e não tinha a quem recorrer de quem resgatar de quem receber, morreu com o mico na mão, num golpe girando perto de um bilhão.
Escândalo ACM, TV Globo e NEC:
A trajetória e o poder do polêmico líder baiano Antonio Carlos Magalhães e seu grupo político, o carlismo, também foi tema de estudos do historiador Antonio Albino Canelas Rubim em “ACM: Poder, Mídia e Política”.
Em 1985, ACM também apoiou Tancredo Neves na Nova República e foi convidado para ser ministro das Comunicações, cargo ocupado durante o governo de Sarney, vice de Tancredo. ACM criou um ministério com uma visão política e destinou, para a Bahia, 96 concessões de rádio e seis de televisão, isto é, 10,2% do total de concessões efetuadas pelo Ministério. Mais que isso, os “aliados políticos (deputados e prefeitos), parentes e amigos do ex-ministro foram deliberadamente os grandes beneficiários na Bahia.”
Em 1986, quando assumiu o Ministério das Comunicações, um dos principais fornecedores de equipamentos de telecomunicações para governo, durante 20 anos, foi a Nec Brasil (subsidiária da Nippon Eletric Company), de Mário Garnero. Mas, ACM suspendeu as encomendas e a Nec passou a ter dificuldades financeiras e foi desvalorizada.
A Rede Globo, de Roberto Marinho adquiriu, nesta ocasião, a Nec e o governo restabeleceu as encomendas com a empresa. Como retribuição, Roberto Marinho encerrou o contrato de 18 anos com a TV Aratu, que era a repetidora da emissora na Bahia. A nova escolhida foi a TV Bahia, controlada por associados e parentes de ACM.
Em 1986, quando assumiu o Ministério das Comunicações, um dos principais fornecedores de equipamentos de telecomunicações para governo, durante 20 anos, foi a Nec Brasil (subsidiária da Nippon Eletric Company), de Mário Garnero. Mas, ACM suspendeu as encomendas e a Nec passou a ter dificuldades financeiras e foi desvalorizada.
A Rede Globo, de Roberto Marinho adquiriu, nesta ocasião, a Nec e o governo restabeleceu as encomendas com a empresa. Como retribuição, Roberto Marinho encerrou o contrato de 18 anos com a TV Aratu, que era a repetidora da emissora na Bahia. A nova escolhida foi a TV Bahia, controlada por associados e parentes de ACM.
pergunta:
“Até quando vamos ter que agüentar a apropriação da idéia de ‘liberdade de imprensa’, de ‘liberdade de expressão’, pelos proprietários da grande mídia mercantil – os Frias, os Marinhos, os Mesquitas, os Civitas -, que as definem como sua liberdade de dizer o que acham e de designar quem ocupa os espaços escritos, falados e vistos, para reproduzir o mesmo discurso, o pensamento único dos monopólios privados?”
Emir Sader
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