Bolsonaro chama Nordeste de ‘Paraíba’ e critica governador
do Maranhão
Fala foi antes de café com jornalistas
Fala de Bolsonaro foi ao ministro Onyx Lorenzoni (Casa
Civil)Marcos Corrêa/PR
PODER360
19.jul.2019 (sexta-feira) - 22h09
atualizado: 20.jul.2019 (sábado) - 0h44
O presidente Jair Bolsonaro referiu-se, nesta 6ª feira
(19.jul.2019), ao Nordeste como “Paraíba” –forma pejorativa pela qual a região
é chamada– e criticou o governador do Maranhão, Flávio Dino (PC do B).
“Daqueles governadores de Paraíba, o pior é o do Maranhão.
Tem que ter nada com esse cara”, disse ao ministro Onyx Lorenzoni (Casa Civil).
A conversa entre os dois foi pouco antes do início do café da manhã do
presidente com jornalistas, nesta 6ª.
A declaração de Bolsonaro foi registrada pela TV Brasil, que
cobria o evento. Como de costume, os jornalistas convidados não podiam gravar o
café da manhã.
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Eis o vídeo do momento (27seg):
Citado na conversa, o governador do Maranhão, Flávio Dino, disse em sua conta
Citado na conversa, o governador do Maranhão, Flávio Dino,
disse em sua conta no Twitter que “independentemente de suas opiniões pessoais,
o presidente da República não pode determinar perseguição contra 1 ente da
Federação”.
“Seja o Maranhão ou a Paraíba ou qualquer outro Estado. ‘Não
tem que ter nada para esse cara’ é uma orientação administrativa gravemente
ilegal”, afirmou.
Dino ainda disse que continuará “a dialogar respeitosamente
com as autoridades do Governo Federal” e afirmou esperar explicações do
presidente.
Outro a se manifestar foi o governador da Paraíba, João
Azevêdo (PSB). Também em sua conta no Twitter, disse condenar “toda e qualquer
postura que venha ferir os princípios básicos da unidade federativa e as
relações institucionais deles decorrentes”.
‘FOME NO BRASIL É UMA GRANDE MENTIRA’, DISSE BOLSONARO
Também no café da manhã desta 6ª, cujos convidados foram os
correspondentes de veículos estrangeiros no Brasil, o presidente disse que
“falar que se passa fome no Brasil é 1 discurso populista, tentando ganhar a
simpatia popular, nada mais além disso”.
No relatório Estado da Segurança Alimentar e Nutrição no
Mundo 2019 (eis a íntegra, em espanhol), a ONU (Organização das Nações Unidas)
indica que 5,2 milhões de brasileiros passaram 1 dia ou mais sem consumir
alimentos ao longo de 2017, o que corresponde a 2,5% da população do país.
Horas mais tarde, em evento que comemorou o dia nacional do
futebol, no Ministério da Cidadania, Bolsonaro voltou atrás e disse que, de
fato, algumas pessoas passam, sim, fome no país.
“O brasileiro come mal. Alguns passam fome. Agora, é
inaceitável em 1 país tão rico como o nosso, com terras agricultáveis, água em
abundância, até o semiárido nordestino tem uma precipitação pluviométrica maior
que Israel”, disse.
SUS com menos remédios
Fim da fabricação de medicamentos gratuitos para diabetes,
câncer e HIV pode afetar 30 milhões de brasileiros
19/07/2019 nº 2586
DECISÃO TCU e CGU encontraram problemas contratuais. Laboratórios alegam gerar economia de R$ 20 bilhões anuais ao erário (Crédito: Divulgação)
André Vargas
19/07/19 - 09h30 - Atualizado em 11/11/20 - 10h45
Sem aviso a quem depende da saúde pública, foram cancelados
os contratos de sete laboratórios nacionais que produzem 18 medicamentos e uma
vacina distribuídos gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A medida
até pode ser legal, mas é desumana, podendo comprometer a saúde de até 30
milhões de brasileiros usuários de remédios para diabetes, problemas renais,
câncer, HIV, dores crônicas e transplantados. Não seria exagero estimar que
muitos morrerão, caso nenhuma solução viável seja apresentada. Até parte da
produção da vacina tetraviral, que imuniza crianças entre 1 e 2 anos contra
sarampo, caxumba, rubéola e varicela, foi cancelada. De maneira leviana, o
Ministério da Saúde afirma que não faltarão remédios, já que laboratórios
privados supririam a demanda. A ver.
A medida suspendeu parte dos projetos de Parcerias para o
Desenvolvimento Produtivo (PDPs), que, mediante incentivos, estimula a produção
de remédios até 30% mais baratos e permite a transferência de tecnologias ao
governo, como parte de uma política pública. Os cancelamentos dos contratos
foram recomendados pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e pela
Controladoria-Geral da União (CGU), que constataram descumprimento de
cronogramas e falta de investimentos. Oito empresas internacionais parceiras
tiveram acordos suspensos.
Na Justiça
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Os laboratórios afirmam que o governo não fez sua parte.
“Para suspender uma PDP é preciso a avaliação de um comitê”, afirmou o
presidente da Associação de Laboratórios Farmacêuticos Oficiais (Alfob),
Ronaldo Ferreira Dias. A Alfob alega que gera uma economia aos cofres públicos
de até R$ 20 bilhões ao ano. Cinco empresas saíram no prejuízo, pois estavam em
fase de importação de insumos e desenvolvimento. O episódio deve chegar aos
tribunais. Entre gestores de saúde, a decisão era esperada. O que surpreendeu
foi a decisão abrupta, que gerou insegurança jurídica. O Ministério alega que
seus “atos de suspensão” são “transitórios” e que “coleta informações”,
indicadores de que sua decisão seria afobada. “São produtos de alto valor
contra doenças raras. Não dá para fazer transplantes sem eles”, diz Gonzalo
Vecina Neto, da Faculdade de Saúde Pública da USP. “Agora ninguém sabe qual é o
plano do governo”. Não se trata de uma novidade.
https://istoe.com.br/sus-com-menos-remedios/
La Casa de Papel brasileira: 10 criminosos
participaram de roubo em Guarulhos
Roubaram mais de 700 quilos de ouro
Carga avaliada em mais de R$ 100 mi
Delegado: ‘Quadrilha bem organizada’
Além do roubo de 718,9 kg de ouro divulgados anteriormente, a polícia informou em entrevista que há um 2º montante de ouro e outros objetos valiosos que foram roubados na ocasiãoReprodução/TV Globo
PODER360
26.jul.2019 (sexta-feira) - 15h54
atualizado: 26.jul.2019 (sexta-feira) - 16h31
Ao menos 10 pessoas participaram
do roubo de uma carga de ouro nessa
5ª feira (25.jul.2019), no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo,
segundo o delegado responsável pelo caso, João Carlos Hueb.
Os criminosos levaram 718,9 quilos de
ouro que valem, segundo a polícia, mais de R$ 100 milhões.
“É uma quadrilha bem organizada, que conhece meios de investigação. Não foi, com certeza, o 1º roubo deles”, afirmou nesta 6ª (26.jul) o delegado ao detalhar a ação da quadrilha. De acordo com Hueb, os ladrões estiveram todo o tempo com o rosto coberto e tentaram apagar as digitais dos carros usados no crime. Até o momento, foram ouvidas 9 testemunhas.
O ROUBO
O grupo chegou ao aeroporto por volta
das 14h30 dessa 5ª, em 2 carros disfarçados de viaturas da Polícia Federal.
Fortemente armados, renderam os funcionários que faziam a manipulação da carga
e os obrigaram a transferir o ouro para uma das caminhonetes. A entrada dos
ladrões foi facilitada por 1 supervisor de logística que havia sido rendido na
noite anterior.
Na manhã de 4ª feira (24.jul), o
funcionário foi fechado no trânsito enquanto levava a esposa ao trabalho, na
região da Avenida Jacu-Pêssego, zona leste paulistana. A ação foi feita por 1 veículo
caracterizado de ambulância, de onde desceu 1 criminoso que rendeu o supervisor
e obrigou a mulher a entrar no carro usado pelos criminosos. O ladrão explicou
que a esposa permaneceria como refém e ele seria obrigado a auxiliar o grupo no
roubo.
No final daquela tarde, o funcionário
teve 1 novo encontro com os criminosos, quando foi levado à própria casa e teve
toda a família feita de refém: a sogra, o cunhado, a cunhada, os 2 filhos e uma
criança da vizinhança. Na 5ª (25.jul), ele foi levado junto com os criminosos
para realizar a ação. De acordo com o depoimento do supervisor, o grupo já
sabia da chegada da carga de ouro ao aeroporto. O metal, dividido em 31
malotes, tinha como destino Nova York, nos Estados Unidos, e Toronto, no
Canadá.
Após a ação no aeroporto, o grupo foi
até 1 estacionamento em São Miguel Paulista, zona leste da capital, onde
transferiu o ouro para outros 2 carros encontrados pela polícia. Nenhum dos
veículos usados no crime consta como roubado. A polícia suspeita que tenham
sido comprados no interior do Estado por meio de fraudes. Outros 2 veículos
também foram abandonados pelos ladrões e não se sabe como o ouro foi
transportado a partir de então.
Depois do roubo, a esposa do supervisor
foi liberada em Itaquaquecetuba, município da parte leste da Grande São Paulo.
O funcionário também foi libertado ileso.
Segundo o delegado, o ouro
provavelmente atraiu a atenção dos bandidos pela facilidade de comercialização.
“Eles conseguem derreter esse ouro e
tirar a procedência ilícita e transformar mais uma vez”, disse.
Com informações
da Agência Brasil
O pior amigo de Bolsonaro
Gilmar Alves, que fez parte da infância do presidente em
Eldorado, não se lembra dele exercendo ocupação remunerada quando criança e se
sente difamado pelas declarações do ex-companheiro de pesca
Crédito: GABRIEL REIS
DESPREZO Chamado de “amigo gay” pelo presidente, Gilmar
sofre chacotas e já não espera um pedido de desculpas (Crédito: GABRIEL REIS)
Atarracado, desconfiado, de cabelos grisalhos e com as mãos cultivadas pela terra, Gilmar Alves, de 63 anos, puxa a conversa para a sua sala, no Escritório de Defesa Agropecuária de Registro, onde é engenheiro agrônomo. Para conseguir cursar agronomia, em Curitiba, pescava toda semana nas margens do Rio Ribeira do Iguape, “fazendo frio ou calor”, na cidade de Eldorado Paulista, ao lado de Jair Messias Bolsonaro, quando ainda eram alunos da Escola Estadual Dr. Jayme Almeida Paiva no final dos anos 1960. Como eram filhos de famílias humildes, a renda da pescaria era dividida entre os dois em partes idênticas. “A gente brincava muito, pescava para se divertir e juntar dinheiro, porque queríamos aprender. Nós sabíamos que a vida em Eldorado acabava junto com o fim do ensino médio. Ele deu mais sorte, foi para a Academia Militar das Agulhas Negras, onde não tinha despesa e até ganhava um salário mínimo”, lembra Gilmar.
Prioridade para os estudos
Antes de comercializar peixes, o atual presidente afirmou
ter trabalhado, aos nove anos, em uma fazenda próxima à cidade, em uma
plantação de milho. Recentemente, em uma de suas aparições no Facebook,
defendeu a “importância” do trabalho infantil para o desenvolvimento social das
crianças. “Não atrapalha a vida de ninguém, mas fiquem tranquilos, pois não vou
apresentar um projeto para descriminalizar, caso contrário eu seria massacrado”,
afirmou. Gilmar não acredita que ele tenha trabalhado na fazenda. “Ocupação
remunerada mesmo, não me lembro”, diz. Esta tampouco é a memória do irmão de
Jair, Renato Antonio Bolsonaro, que, em 2015, afirmou que o pai deles “nunca
deixou um filho trabalhar, pois, para ele, filho tinha que estudar”. Segundo
Gilmar, o patriarca da família Bolsonaro “tinha essa característica de
priorizar os estudos”. “Não me lembro de Jair trabalhando, até porque não tinha
emprego mesmo para aqueles que queriam”, diz. Essa realidade pouco mudou nas
últimas décadas e é reiterada pelo prefeito de Eldorado, Durval Adélio, amigo
da família Bolsonaro: “os empregos são escassos”.
Hoje Gilmar “despreza” Bolsonaro e ignora suas pregações por
causa das “mentiras” das quais alega ter sido alvo e de seu posicionamento
político, contrário ao presidente. A razão principal da sua repulsa ao ex-amigo
é uma entrevista concedida pelo então deputado federal à Lydia Sayeg, no
programa Raul Gil, do SBT. Questionado sobre a promiscuidade entre política e
religião, Bolsonaro declinou e reorientou a conversa para a polêmica do “kit
gay”. “Sou católico, está ok? Inclusive, a partir dessa questão do kit gay nas
escolas, eu falava muito em cristão, evangélico, católico, até que um amigo gay
meu, o Gilmar, que mora em Registro, ligou para mim e falou: ‘Sou ateu e penso
da mesma maneira que você”.
Até hoje o engenheiro agrônomo é vítima de piadas na região do Vale do Ribeira (SP), onde cresceu junto com Bolsonaro, por causa da afirmação feita pelo então deputado.
"O que me chateou foi a covardia, porque ele tem a mídia, ao contrário de mim, e sabe que é mentira. Sou avô, tenho família religiosa, mas até hoje sofro certo bullying. Sempre tem aquelas pessoas que dizem: ‘Onde tem fumaça tem fogo’, ou ‘É ativo ou passivo?’. É uma coisa que me chateia bastante, me prejudicou muito e até hoje me deixa incomodado. Só eu sei o que passei por causa disso. É difícil, fui caluniado”, desabafou Gilmar à Revista Istoé.
Por causa da declaração, Alves, que é agnóstico, pai e avô
de duas meninas, ainda hoje, quase quatro anos depois, é motivo de piada nas
ruas do Vale do Ribeira. “O que me chateou foi a covardia, porque ele tem a
mídia, ao contrário de mim, e sabe que é mentira”, critica. De fato, Bolsonaro
ligou para o então amigo a fim de compreender a sua opinião sobre o tema. “Mas
mesmo que eu fosse gay ou ateu, ele não tem nada a ver com isso. O complicado é
fazerem piada toda hora por algo que não sou”. Atrás de explicações e
retratações, chegou a telefonar para Bolsonaro, que negou a declaração. Teve
esperanças de um pedido de desculpas, esvaziado pelo silêncio duradouro do
outro lado. “Sou avô, tenho família religiosa, mas até hoje sofro certo
bullying. Sempre tem aquelas pessoas que dizem: ‘Onde tem fumaça tem fogo’, ou
‘É ativo ou passivo?’. É uma coisa que me chateia bastante, me prejudicou muito
e até hoje me deixa incomodado. Só eu sei o que passei por causa disso. É
difícil, fui caluniado”, desabafa.
ECONOMIA Eldorado, cidade onde Bolsonaro cresceu, oferece
poucas oportunidades de trabalho: empregos escassos (Crédito: GABRIEL REIS)
Com exceção de Gilmar, é difícil encontrar alguém no Vale do
Ribeira disposto a falar do atual presidente. Na região, vigora uma espécie de
lei do silêncio. Nenhum dos familiares de Bolsonaro quis falar com a reportagem
da ISTOÉ, que percorreu quatro cidades em busca de declarações a respeito do
trabalho infantil. A irmã, Vânia Bolsonaro, dona de uma loja de móveis em
Cajati, justificou sua postura ao afirmar que a mídia já fez “muita matéria, de
todo tipo”, sobre a família. O irmão, Angelo Guido Bolsonaro, que ainda vive em
Eldorado e é dono de uma lotérica na praça central da cidade, demonstrou
animosidade ao ser abordado. Em Eldorado, o vice-prefeito Dinoel Rocha alertou
que a família “é um pouco hostil à imprensa”. Seja como for, algo parece certo:
há controvérsias quanto ao trabalho de Bolsonaro na infância.
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