Material apreendido durante operação Trevo em 2014 pela Polícia Federal. Foto: PF/Divulgação |
Um cabo da Polícia Militar teve sua exclusão dos quadros da corporação publicada nesta quarta-feira (5) no Diario Oficial do Estado. A decisão da Secretaria de Defesa Social foi baseada em investigação realizada após prisão do militar na Operação Trevo, realizada em 2014 pela Polícia Federal. Na época, o cabo foi acusado de manter estabelecimentos de jogos de azar em vários bairros do Recife e integrar uma organização criminosa que cuidava das casas e impedia a fiscalização por parte da polícia nos locais. Ele foi expulso por falta de condições éticas de permanecer na corporação.
OPERAÇÃO - A Operação Trevo desarticulou em novembro de 2014 uma organização que agia em 13 estados brasileiros em atividades que se estendiam desde a prática do jogo do bicho e máquinas caça-níqueis até a emissão de bilhetes de loteria, disfarçados como títulos de capitalização. Segundo a PF, o esquema movimentou cerca de R$ 1 bilhão. Entre os crimes praticados estão sonegação de impostos, lavagem de dinheiro e jogos de azar.
Técnico de escolinha de futebol é suspeito de estuprar pelo
menos quatro alunos em clube na Pampulha
José Vítor Camilo
jcamilo@hojeemdia.com.br
16/08/2019 - 20h53 - Atualizado 21h55
REPRODUÇÃO / GOOGLE STREET VIEW /
Estupros aconteciam nas dependências do clube, localizado no
bairro Braúnas
Estupros aconteciam nas dependências do clube, localizado no
bairro Braúnas
Um treinador de uma escolinha de futebol foi preso sob suspeita de ter abusado sexualmente de pelo menos quatro alunos de idades entre 10 e 15 anos. A detenção aconteceu na última terça-feira (13) em um clube do bairro Braúnas, na região da Pampulha, em Belo Horizonte, após denúncia feita pelo pai do mais novo dos garotos vitimados pelo suspeito, de 56 anos.
A Polícia Militar (PM) foi acionada por volta de 12h40 a ir
até o estabelecimento, localizado na rua Luiz Antônio de Morais, para atender a
uma ocorrência de estupro de vulnerável. Lá, o menino de 10 anos contou aos
policiais que treina na escolinha há cerca de 10 meses e que os abusos
começaram em abril deste ano.
Já um dos garotos de 11 anos disse que também está na
escolinha de futebol há 10 meses e, em março deste ano, quando comprou o
uniforme do time, foi trocar de roupa no vestiário e acabou surpreendido pelo
técnico, que falou que ele tinha um "bundão" e ficou olhando para
ele. Já em abril, o suspeito teria dado um tapa em sua nádega e, na mesma ocasião,
presenciou o homem no vestiário com outro menor, que estava sem o short e
depois teria contado que ganhou R$ 50.
Segundo a PM, o técnico preso negou todas as acusações.
Porém, como alguns dos relatos das vítimas indicam que ele colocava filmes
pornográficos para eles assistirem, o celular dele acabou apreendido pela
corporação. Todos os envolvidos foram encaminhados para a Delegacia de Plantão
Especializada em Atendimento à Mulher, Criança, Adolescente e Vítimas de
Intolerâncias.
Procurada pelo Hoje em Dia, a assessoria de imprensa da
Polícia Civil (PC) informou que, como não era caso de flagrante - já que os
abusos aconteceram há algum tempo -, a delegada responsável representou pela
prisão do suspeito, que foi cumprida no mesmo dia. A ocorrência foi encerrada e
encaminhada para a Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao
Adolescente (Depca), que será responsável por investigar os abusos denunciados
e, também, se outros alunos foram vítimas.
Estupros em chalé do clube
Ainda de acordo com a PM, os outros dois menores que foram
vítimas de abuso disseram ter sido estuprados em chalés no interior do clube. Conforme
o adolescente de 15 anos, que está no time há cerca de um ano, os primeiros
abusos começaram em setembro do ano passado, em tom de brincadeira, com o
treinador passando a mão na sua barriga e nádegas, sempre por cima da roupa.
Porém, os abusos continuaram nos meses seguinte, com o
suspeito passando a tocar as partes íntimas do garoto e, por diversas vezes,
pedindo que ele fizesse sexo oral no interior do chalé que pertence ao técnico,
nas dependências do clube. Foi nos últimos três meses que os estupros se
intensificaram, com o técnico chegando a introduzir o dedo em seu ânus.
Já na última sexta-feira, dia 9 de agosto, o homem levou o
adolescente até uma área do clube onde existe uma mata. No local, ele teria
colocado vários vídeos pornográficos para ele assistir, chegando a consumar o
ato sexual depois disso. O adolescente contou ainda aos militares que recebia
R$ 5 sempre que os abusos aconteciam.
Por fim, ainda de acordo com a PM, o outro garoto de 11 anos
relatou que, em junho, o treinador pediu que ele chegasse mais cedo para ir até
o chalé, onde colocou vídeos pornográficos no celular e, depois, pediu que ele
tirasse o short. Mesmo diante da negativa do menino, o suspeito teria enfiado a
mão no short e acariciado o seu pênis e nádegas.
Depois disso, o homem teria trocado o local de encontro,
passando para uma casa também dentro do clube. Lá, ele mandava ele tirar a
roupa, forçando-o a colocar o pênis para fora, esfregando o seu órgão contra o
da vítima. Em outra ocasião, o menino disse que estava dobrando os coletes,
levemente inclinado, quando o suspeito chegou por trás, esfregando o pênis nele
e chegando a morder seu pescoço. Ele também disse que recebia R$ 5 ou R$ 10
após os encontros, sendo que o treinador pedia que ele não contasse nada aos
pais, pois poderia ser o fim da escola de futebol.
A reportagem também entrou em contato com o clube na noite
desta sexta, porém, um funcionário informou que somente a direção poderia se
posicionar sobre a prisão do treinador e que, neste horário, não seria possível
conversar com ninguém do setor.
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