Dos Maxakali |
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Falta
de energia e de água tratada, violência, condições precárias de
alimentação e até alcoolismo são alguns problemas enfrentados pelos
Maxakali, símbolo de resistência indígena em Minas Gerais. Desde 2010, o
Comitê Gestor de Ações Integradas para a Promoção e Defesa dos Direitos
Humanos do Povo Maxakali, criado pelo Governo de Minas, desenvolve
ações para mudar esta realidade.
Os índios Maxakali, com população de cerca de 1.700 pessoas, vivem em
uma área de 5.293 hectares distribuídas nas regiões Norte,
Jequitinhonha e Mucuri de Minas Gerais, nos municípios de Santa Helena
de Minas, Bertópolis, Ladainha e Teófilo Otoni. Graças ao trabalho do
Comitê, a Cemig já levou energia elétrica para as aldeais de Córrego
Água Boa, Maria Diva, Gilmar e Bueno Pinheiro, localizadas em Santa
Helena de Minas. Escolas indígenas do munícipio de Bertópolis devem ser
beneficiadas pela ação até julho deste ano.
Apesar das dificuldades, preservam a língua tradicional e vivem da
produção de pequenas roças de subsistência e artesanato, vendidos ou
trocados por outros alimentos, nas feiras das cidades vizinhas.
Membro efetivo do comitê pelo Instituto de Desenvolvimento do Norte e
Nordeste de Minas Gerais (Idene), Ronaldo Figueiredo Lages participou
de todas as reuniões. “O que a gente percebe é que existem várias ações,
mas elas estão pulverizadas. Encontramos realidades diferentes. Falta
de luz, de esgoto e de água. Minha avaliação das ações do comitê é muito
positiva”, destacou, lembrando-se do compromisso assumido pela Cemig de
levar energia às aldeias que ainda vivem sem luz. Ronaldo também disse
que as reuniões são importantes, para orientar os índios sobre seus
deveres e questões ambientais.
O comitê
Várias secretarias, órgãos de governo, prefeituras e conselhos fazem
parte do comitê, que é coordenado pela Secretaria de Estado De
Desenvolvimento Social (Sedese), por meio da Coordenadoria Especial de
Políticas Pró-Igualdade Racial. O principal objetivo é articular e
promover ações de efetivação dos direitos do povo tradicional indígena
Maxakali de Minas Gerais.
Para elaborar e planejar as ações, o comitê realiza, mensalmente,
reuniões itinerantes nas próprias aldeias. Segundo Clever Machado, a
ideia é possibilitar mais interação e proximidade dos membros do comitê
junto ao povo Maxakali, e incentivar a criação dos comitês locais. “Em
um primeiro momento, é uma oportunidade para o Estado ir às aldeias e
conhecer a realidade dos Maxacali. Em um segundo momento, buscamos
incentivar a criação dos comitês locais, o que vai possibilitar aos
índios apresentar e discutir suas demandas no âmbito municipal e,
posteriormente, estadual, o que garante a gestão democrática”, ressalta.
O procurador da República do Município de Governador Valadares, Bruno
Magalhães, ressalta a importância do comitê na elaboração de ações
efetivas. “O comitê é importante, pois coloca no mesmo fórum de
discussões todos os órgãos envolvidos na causa dos Maxakali. Com isso,
podemos conhecer de perto as reais necessidades da comunidade e
desenvolver as ações de forma efetiva. Os encontros promovidos pelo
comitê podem até resolver, na hora, alguns problemas vistos nas
comunidades”, destacou.
Fazem parte do comitê as Secretarias de Estado de Desenvolvimento
Social (Sedese); de Saúde; de Esportes e Juventude; de Desenvolvimento
dos Vales do Jequitinhonha, Mucuri e Norte de Minas; de Educação; o
Instituto de Desenvolvimento do Norte e Nordeste de Minas Gerais
(Idene); a Comissão de Participação Popular da Almg; as prefeituras de
Teófilo Otoni; de Santa Helena de Minas; de Bertópolis; a de Ladainha e o
Ministério Público Federal. Além destes órgãos, integram o comitê o
Conselh Estadual de Segurança Alimentar; o Conselho dos Povos Indígenas
(Copimig); Instituto Dom Luciano Mendes; Instituto Nenuca de
Desenvolvimento Sustentável (Insea); Centro de Documentação Eloy
Ferreira da Silva (Cedefes).
Agência Minas
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quinta-feira, 21 de junho de 2012
Ações integradas buscam mudar realidade
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