Somente a pensionista I.M.S., de 59 anos, disse que entregou mais de R$ 5 mil ao falso juiz. “Há 22 anos aguardo decisão da Justiça para as ações que entrei contra a Petrobras, já que meu marido morreu sem receber valores a que tinha direito. Conheci esse homem em outubro do ano passado no Centro da cidade. Ao comentar sobre minha situação, ele disse que estava deixando a advocacia para iniciar a carreira de juiz, me pediu dinheiro e lhe dei mais de R$ 5 mil em três parcelas. Hoje estava no fórum quando fiquei sabendo que ele havia sido detido.”
A servente N.S.C., de 50, foi quem reconheceu João Francisco quando tentava obter mais informações sobre a ação de cobrança contra ela. “Eu não queria nenhum mal para ele, pedi apenas que me devolvesse os R$ 1 mil que lhe dei em abril para resolver minha situação. Ele chegou a ligar para alguém dizendo para trazer o dinheiro, mas estava apenas tentando escapar.” N. contou que está sendo cobrada judicialmente por dívida de R$ 10 mil pelo fornecimento de energia elétrica da creche que mantinha no Bairro Taquaril. “O débito seria de R$ 1,2 mil, mas estão querendo muito mais. No desespero pensei que esse moço, que se apresentou como juiz, poderia me ajudar.”
A delegada Adriana de Barros Monteiro, do 3º Distrito do Centro, abriu inquérito contra o acusado, cuja ficha policial apresenta crimes de estelionato, falsidade ideológica, adulteração de chassis, entre outros, desde 1976. “Não houve flagrante, já que os dois casos são anteriores. Ele será liberado, mas responderá a inquérito”, explicou.
João Francisco Pinheiro dos Santos, de 61 anos, prometia favores em ações
judiciais em troca de dinheiro. O estelionatário foi preso em flagrante enquanto aplicava mais um golpe.
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