Fique por Dentro dos acontecimentos na capital Mundial das pedras preciosas e em Outras cidade da Região, Alem das Noticias de Minas gerais, Você Fica por dentro do que acontece no Brasil e polemicas pelo Mundo...Aconteceu esta no Teófilo Otoni Noticias.....
terça-feira, 12 de fevereiro de 2019
Mural com rosto de Mandela é apagado em escola que adotará gestão militar no DF
Frase do ex-presidente da África do Sul também foi coberta com tinta branca. Direção afirma que mudanças foram pedidas pela Polícia Militar.
Por Marília Marques, G1 DF
Rosto de Nelson Mandela grafitado no CED 1 da Estrutural — Foto: Ana Elisa Santana/Arquivo pessoal.
Um grafite com o rosto do ex-presidente da África do Sul Nelson Mandela, ícone da luta pela igualdade racial, foi apagado em Brasília na última semana. A parede que abrigava a obra ficava no pátio interno do Centro Educacional 1, na Estrutural – umas das escolas que terá educação militar em 2019.
As mudanças, segundo a diretora da escola, Estela Accioly, foram feitas à pedido da Polícia Militar. A corporação assumiu a gestão da unidade nesta segunda (11), no primeiro dia do ano letivo da rede pública
"Mudou todo o layout da escola desde que entrou a gestão compartilhada [com a PM]. Nos disseram que a ideia é mostrar para comunidade que também haverá uma mudança 'de fora para dentro'", afirma a diretora.
"Perguntaram se podiam pintar, para deixar no padrão de colégio da PM."
O G1 entrou em contato com a corporação e questionou os motivos das mudanças. Em resposta, a PM do DF informou que "não participou da decisão", e não deu maiores detalhes sobre a reforma realizada no colégio.
Paredes do CED 1, na Estrutural, foram pintadas de branco no 1º dia de educação militar na escola — Foto: Marília Marques/G1
Mural da inclusão
Além do desenho do rosto, uma frase de autoria de Mandela também foi apagada. Os dizeres sobre educação e mudança foram pintados por um grupo de artistas voluntários do Paranoá, no fim do ano passado.
Segundo funcionários do colégio, a mensagem era uma espécie de "frase de motivação dedicada aos alunos".
"Educação é a arma mais poderosa que você pode usar para mudar o mundo", dizia o texto
Já na parte externa da escola, o que era um "mural da inclusão", também pintado por artistas da região, se tornou um muro branco. Agora, ele estampa o nome do "Colégio da Polícia Militar" em letras garrafais.
Parede com rosto e frase de Nelson Mandela foi pintada de branco após projeto piloto de educação militar no CED1 — Foto: Marília Marques/G1
A direção da escola informou que a arte anterior era composta por desenhos de crianças obesas, cadeirantes e/ou com algum tipo de deficiência. "Os alunos se identificavam e se sentiam representados", afirma Estela.
"Queríamos aproximar nossos estudantes, e mostrar que a escola é para todos."
Apesar de se dizer "triste" com a pintura do muro, a diretora afirma que a "educação inclusiva vai continuar no projeto pedagógico", com ações de consciência racial e respeito à diversidade.
Homens pintam muro do CED 1 na Estrutural após convênio de gestão compartilhada entre secretarias de Educação e Segurança — Foto: Verson Ribeiro/Acervo Tv Globo
O que dizem os pais
Para a comunidade escolar, a nova pintura do muro divide opiniões. No local, o G1 conversou com pais de alunos e alguns estudantes.
A manicure Maria Francisca da Silva disse à reportagem que considerava a pintura anterior "importante para as crianças se sentirem representadas".
"Desse jeito está adequada também, mas se fosse voltar ao outro desenho, seria bom. As crianças vinham ver e se sentiam à vontade".
Fachada do CED 1 na Estrutural — Foto: Marília Marques/G1
Doutrina militar
O projeto implementado nesta segunda-feira (11) no CED 1 ocorre também em outras três escolas do DF: em Ceilândia, Recanto das Emas e Sobradinho.
Segundo o GDF, essas regiões foram escolhidas para abrigar a iniciativa porque apresentam "alto índice de criminalidade" e têm estudantes com "baixo desempenho" escolar.
Caso o projeto piloto apresente bons resultados, a ideia deve ser incorporada em outras 36 escolas do DF. O custo para aplicação da proposta em cada escola é orçado em R$ 200 mil por ano. Essa despesa deverá ser custeada pela Secretaria de Segurança Pública.
Alunos do CED 7 de Ceilândia hastearam a bandeira no primeiro dia de gestão compartilhada com a PM — Foto: Victor Gomes / G1DF
O que muda
Nessas escolas, os estudantes não poderão usar brincos, pulseiras ou outros adereços grandes. Só as meninas podem usar brincos e colares – se forem pequenos e discretos.
Nesta segunda (11), parte dos alunos já recebeu uma camisa branca. O uniforme militar deve ficar pronto em dois meses.
Nenhum comentário:
Postar um comentário