Governo Bolsonaro demitiu ao menos 20 delegados em cargos de
chefia na PF
Segundo delegados ouvidos pelo jornal Estado de S.Paulo,
esse tipo de ingerência não tem precedentes, e continuam mesmo após a abertura
da investigação que apura suspeitas de interferência do presidente Jair
Bolsonaro na Polícia Federal
14:04 | Dez. 03, 2021 Autor Filipe Pereira Tipo Notícia
Com a demissão da delegada Dominique de Castro Oliveira, exonerada do escritório da Interpol, já são pelo menos 20 os desligamentos de delegados em cargos de chefia por divergências políticas com o Planalto. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
A delegada afastada, que atuava há 16 meses na Interpol, compartilhou uma mensagem com seus colegas após ser informada do desligamento. "Fiz algum comentário que contrariou. Qual foi, quando, para quem, em que contexto e ambiente, não sei”, disse Dominique. “Há uma forte sensação de revolta e de estar sendo injustiçada”, completou.
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Colegas afirmaram que Dominique era crítica à gestão do delegado-geral Paulo Maiurino. Além disso, ela seria uma das responsáveis pelo envio do pedido de extradição do blogueiro Allan dos Santos aos Estados Unidos, fato que desagradou o Planalto, que tentava retardar o processo.
A delegada agora assumirá uma função na Superintendência da
PF no Distrito Federal, mesmo destino de outros chefes de departamentos
afastados por interferência política.
Em nota, a PF afirmou que “a movimentação de servidores dentro da instituição é regular e faz parte dos mecanismos de gestão administrativa, não havendo outras razões que não a de ordem técnica para melhor atender as finalidades institucionais”. Diz ainda que “eventuais substituições de cargos de chefia um processo natural que não causa qualquer tipo de prejuízo aos serviços prestados”..
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