E lutador se defende: 'Nada de violência'
Luiz Felipe 'Bope' vai para a encarada com fuzil de paintball e é criticado nas redes sociais. Adversário e evento reprovam a atitude: 'Desnecessária'
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O lutador de MMA Luiz Felipe "Bope" causou polêmica na pesagem do evento Upper Fight 2, que ocorreu no fim de semana, em Teófilo Otoni-MG. O atleta foi para a encarada com Gláucio Eliziário portando um fuzil de paintball e com roupa de policial. Apesar do apelido, ele não é do Bope, e sim da Polícia Militar de Minas Gerais. Após a repercussão negativa nas redes sociais, Luiz Felipe se defendeu e disse ao Combate.com que a atitude não teve "nada de mais":
- Entrei com o fuzil em referência ao apelido. A arma é de paintball e não estava carregada. Acho que não teve nada de mais. Fui respeitoso com o adversário. Só fiz referência ao apelido. Não tem nada de violência, nada disso. Entrei na luta desse jeito também, e a galera lá curtiu para caramba. Geral estava torcendo para mim. Só tive uma resposta boa do público - disse ele, que entrou ao som da música Tropa de Elite, associada ao Bope.
Gláucio Eliziário discorda do adversário e acredita que a imagem de Luiz Felipe segurando um fuzil na encarada, mesmo a arma sendo de paintball, é ruim para o esporte. O atleta da Nova União, por sinal, faz parte do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro e é guarda-vidas na praia da Barra:
- Achei que foi uma coisa ruim para o esporte. O MMA foi muito criticado tempos atrás e agora está sendo mais aceito pelas crianças e mulheres. Foi muito recriminado no passado. Para a pessoa que está passando a gostar do esporte, ver uma imagem daquela não foi uma parada muito legal. Claro que é o show, vende para o público, causa intimidação, mas no meu conceito não é legal. Muitos lutadores, como o Hernani Perpétuo e o Gustavo Ximu, não gostaram. Não gostei. Na luta isso não me intimidou. Sou bombeiro. Não tem como o cara entrar armado para lutar. Mas depois da luta ele veio falar comigo e pediu desculpa. Falei para ele que não foi legal.
A reportagem procurou também o Upper Fight, e quem falou em nome do evento foi o "announcer" e assessor de imprensa Olivar Leite. Assim como Gláucio, ele não aprovou a atitude de Luiz Felipe e definiu o episódio como "desnecessário e ridículo":
- Quando ele chegou para a pesagem estava normal, de camiseta e bermuda. Aquilo foi uma surpresa para todo mundo. Na minha opinião pessoal, achei desnecessário e ridículo. Não ajuda em nada e só atrapalha. Sou totalmente contra qualquer coisa que faça menção à violência.
Segundo Olivar, o lutador ouviu a opinião da organização e mesmo assim quis repetir as vestimentas e o acessório na entrada para a luta. O experiente anunciador de eventos disse que não teve como impedi-lo:
- E isso depois de todo mundo falar que não foi legal. Não tinha nada a ver, e ele fez de novo. Tem gente que entra de máscara, de super-herói, esse momento é do lutador. Se quiser entrar assim, ele pode. A gente não pode impedir isso. O que a gente pode fazer é dizer que não concorda e aconselhar o lutador, mas não pode impedir. Acho desnecesário, mesmo sendo uma arma de paintball. O que poderia ser feito era isso. Falei para ele que não tinha nada a ver. A foto causou a maior polêmica quando coloquei no Facebook. Todos os meus amigos lutadores criticaram. Eu tenho 48 anos e venho lá de trás. Qualquer tipo de coisa que faça a gente andar para trás não é legal. A gente passou por todo o processo. Acho desnecessária qualquer coisa que nos faça voltar.
No fim das contas, o duelo, que foi válido pela categoria peso-leve (até 70kg) do Upper Fight, foi vencido por Gláucio Eliziário por decisão unânime dos jurados após três rounds.
Upper Fight 2 15/06/2013 Categoria até 77kg Teófilo Otoni - MG
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