Do UOL, em São Paulo
Um vídeo que circula nas redes sociais mostra um homem discursando em frente ao quartel-general do Exército, em Brasília, e convocando caminhoneiros e atiradores para participar de protestos contra a diplomação do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), marcada para 19 de dezembro. O manifestante se identifica como Milton Baldin, de Juruena (MT), e a gravação teria ocorrido ontem.
"Gostaria de pedir ao agronegócio, aos empresários, que deem férias aos caminhoneiros e mandem os caminhoneiros para Brasília. São só 15 dias, não vai fazer diferença. Também pedir aos CACs, atiradores que têm armas legais... Somos 900 mil atiradores no Brasil hoje, venham aqui mostrar presença", diz.
"Se nós perdermos essa batalha, o que você acha que vai acontecer dia 19? Vão entregar as armas, e o que eles vão falar? 'Perdeu, mané'", acrescentou o manifestante, citando a frase dita pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Luís Roberto Barroso a um bolsonarista em Nova York (EUA).
Ele afirma ainda que a bandeira nacional "pode até ser vermelha, mas com o próprio sangue", e é aplaudido pelos demais.
Até julho deste ano, mais de 673 mil pessoas estavam cadastradas como CACs (colecionadores de armas, atiradores profissionais e caçadores), com quase um milhão de armas registradas. O número representa um aumento de mais de 187% em relação a 2018, antes do governo Bolsonaro, de acordo com dados obtidos pelo Instituto Sou da Paz.
Desde a noite de eleição, quando Bolsonaro foi derrotado por Lula, apoiadores do atual presidente protestam contra o resultado das urnas bloqueando rodovias e acampando em frente a instalações das Forças Armadas. Alguns deles pedem intervenção militar.
O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes já afirmou em decisão que pedir por golpe pode configurar crime de abolição violenta do Estado democrático de direito, cuja pena pode ser de quatro a oito anos de prisão.
Protesto contra a posse de Biden nos EUA
A tentativa de tumultuar a diplomação de Lula, no Brasil, é algo semelhante ao que aconteceu na ratificação da posse do democrata Joe Biden, nos Estados Unidos.
No dia 6 de janeiro de 2021, apoiadores do então presidente Donald Trump, protestaram contra a vitória de Biden nas eleições americanas e invadiram o Capitólio —local de reunião do Congresso estadunidense, sendo o centro legislativo do Estado. A invasão ocorreu no dia em que o Congresso se reuniria para ratificar a vitória do atual presidente dos Estados Unidos.
Veja o vídeo:
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