quarta-feira, 23 de novembro de 2022

Bolsonarista golpista é preso pela PRF em bloqueio

22 de nov. de 2022 



                                                                         


Polícia identifica 'incentivo' de deputado federal eleito Zucco, mais votado do RS, a atos antidemocráticos


Nome do parlamentar aparece na lista de investigados que foi encaminhada ao Supremo Tribunal Federal (STF). Nas redes sociais, ele fez publicação incentivando manifestações contra o resultado das urnas.

Por Redação, g1 RS

 

16/11/2022 13h13  Atualizado há 5 meses

 

Luciano Zucco (Republicanos). — Foto: Celso Bender/Agência ALRS

  

A Polícia Civil aponta o deputado federal eleito Tenente Coronel Zucco (REPUBLICANOS), o mais votado do Rio Grande do Sul, como incentivador dos atos antidemocráticos de bolsonaristas contra o resultado das eleições de 2022. O nome do parlamentar aparece na lista de investigados que foi encaminhada ao Supremo Tribunal Federal (STF).

 

Por meio de nota, Zucco afirma que recebeu "com surpresa pela imprensa" a informação de que a Polícia Civil do RS teria feito uma notificação ao STF a respeito de uma postagem sua nas redes sociais. "Já determinei a minha equipe de comunicação que analise tal conteúdo para saber exatamente do que se trata e qual o seu teor. Minha assessoria jurídica também já está analisando a questão." 

 

O documento da Polícia Civil cita uma postagem feita por Zucco, que atualmente é deputado estadual pelo RS. Nela, o parlamentar postou uma foto de um ato antidemocrático em frente ao Comando Militar do Sul que bloqueou vias da região – a Brigada Militar orientou os integrantes a desobstruí-las, e o MPF recomendou que a prefeitura de Porto Alegre atuasse para isso acontecer. (Veja abaixo)

 



Publicação feita pelo deputado Tenente Coronel Zucco nas redes sociais — Foto: Redes sociais/Arquivo pessoal

 

De acordo com a investigação, na publicação Zucco pedia que as pessoas fossem protestar no local. Segundo a polícia, ele ainda respondia internautas alegando retomar ‘aquilo que as eleições supostamente teriam subtraído do povo’.

 

 

O documento faz parte das investigações que vem sendo feitas em todo o país buscando identificar as lideranças, patrocínios e envolvidos nos protestos contra o resultado das urnas em todo o país. No documento que cita Zucco, assinado pelo chefe da Polícia Civil, delegado Fábio Motta Lopes, os nomes são destacadas apenas como envolvidos, sem detalhar suas participações.

 

"Os fatos, em tese, confirmados como infração penal, terão a apuração dos órgãos competentes desta instituição", diz o texto.

Documento da Polícia Civil do RS enviado ao STF.  — Foto: Reprodução

 

Lista tem políticos, policiais e pessoas com ficha criminal

Quem é o deputado

No Rio Grande do Sul, Zucco foi o candidato a deputado federal mais votado nas eleições deste ano, com 259.023 votos. Em 2018, também foi o candidato mais votado no estado, mas para o cargo de deputado estadual.

 

 

Ao longo da campanha, esteve ao lado de aliados de Bolsonaro como o candidato derrotado a governador Onyx Lorenzoni (PL) e do candidato eleito ao senado Hamilton Mourão (Republicanos).

 

As manifestações


Bolsonaristas realizam ato antidemocrático em Porto Alegre — Foto: Reprodução/RBS TV

 

Bloqueios de estradas e ruas, além de mobilizações no entorno de quartéis são realizados desde 30 de outubro no estado, quando houve o resultado do segundo turno. Em Porto Alegre, apoiadores de Bolsonaro cercam a região onde fica sediado o Comando Militar do Sul (CMS).

 

Manifestantes envolvidos nesses atos afirmam não concordar com o resultado das urnas, que registraram o desejo da maioria dos brasileiros. Eles defendem abertamente um golpe, por meio de intervenção militar no governo, o que é uma afronta à constituição do Brasil e à democracia. Em todo o processo eleitoral, não foi detectado nenhum caso de fraude, inclusive pelas Forças Armadas.

 

 

Nota deputado Zucco

Recebo com surpresa pela imprensa a informação de que a Polícia Civil do Rio Grande do Sul teria feito uma notificação ao STF a respeito de uma postagem em minhas redes sociais.

 

Já determinei a minha equipe de comunicação que analise tal conteúdo para saber exatamente do que se trata e qual o seu teor. Minha assessoria jurídica também já está analisando a questão.

 

Desde já reitero o que já foi externado na nota publicada pelas Forças Armadas no dia 11 de novembro:

 

“A Constituição Federal estabelece os deveres e os direitos a serem observados por todos os brasileiros e que devem ser assegurados pelas Instituições, especialmente no que tange à livre manifestação do pensamento; à liberdade de reunião, pacificamente; e à liberdade de locomoção no território nacional.

 

Nesse aspecto, ao regulamentar disposições do texto constitucional, por meio da Lei nº 14.197, de 1º de setembro de 2021, o Parlamento Brasileiro foi bastante claro ao estabelecer que: “Não constitui crime [...] a manifestação crítica aos poderes constitucionais nem a atividade jornalística ou a reivindicação de direitos e garantias constitucionais, por meio de passeatas, de reuniões, de greves, de aglomerações ou de qualquer outra forma de manifestação política com propósitos sociais”.

 

 

Assim, são condenáveis tanto eventuais restrições a direitos, por parte de agentes públicos, quanto eventuais excessos cometidos em manifestações que possam restringir os direitos individuais e coletivos ou colocar em risco a segurança pública; bem como quaisquer ações, de indivíduos ou de entidades, públicas ou privadas, que alimentem a desarmonia na sociedade.”

 

Dessa forma, me coloco à disposição para quaisquer outros esclarecimentos e reitero meu respeito às instituições e à Constituição Federal.

 

VÍDEOS: Tudo sobre o RS

https://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/2022/11/16/policia-aponta-deputado-federal-zucco-mais-votado-do-rs-como-incentivador-de-bloqueios-ilegais.ghtml

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