O café faz parte da cultura brasileira. Quem nunca se
rendeu ao cafezinho, seja durante uma reunião, uma visita à casa de
amigos ou logo após o almoço? A bebida é a segunda mais consumida do
mundo, perdendo apenas para a água e à frente da cerveja, do chá e de
outros produtos. Mas para conquistar paladares exigentes, qualidade é
fundamental.
E disso, a empresa italiana Illycaffè sabe bem. Com quase oitenta anos
de tradição no processamento e fabricação de expressos especiais, a
companhia, administrada pela terceira geração da Família Illy, investe
constantemente em ações que possam levar o sabor e o aroma de um
autêntico café italiano, para diversas partes do mundo.
Um dos locais onde a empresa estuda estratégias para a expansão de sua
marca é o Brasil. “Queremos promover a bebida aqui e no mundo pela
qualidade, saúde, sustentabilidade e prazer”, afirmou Andrea Illy,
presidente da Illycaffè em sua visita anual ao Brasil. Também pudera. No
ano passado, enquanto na Europa o consumo da bebida despencou, a
empresa registrou aumento de 45% no mercado brasileiro e outros 25% na
Ásia.
Não só o consumo sofreu queda, mas a produtividade mundial também. A
Colômbia vem sofrendo perdas sucessivas com os problemas climáticos que
assolam suas lavouras. Com isso, o Brasil vem ganhando espaço não só
como consumidor, mas reforçando sua posição de grande exportador. “A
constante melhora na qualidade dos grãos brasileiros e sua grande
produção, estão contribuindo para aumentar o volume e também a qualidade
do grão mundialmente”, diz Andrea.
Estratégia de mercado
A estratégia da companhia por aqui se baseia principalmente na venda de
seus produtos em hotéis, restaurantes e cafeterias – onde a presença da Illycaffè aumentou 60% no ano passado, mas também em supermercados
voltados para classe A e B, como o
Pao de Acucare os empórios, bastante comuns em bairros nobres de São Paulo, por exemplo. “Queremos servir os melhores clientes no Brasil”, diz Andrea. O primeiro show room da empresa no Brasil foi inaugurado no final do ano passado no bairro paulistano dos Jardins. Endereço nobre de marcas e grifes famosas, como Marc Jacobs, Gucci, Armani, entre outras. Já no Shopping Cidade
Jardim, outro endereço preferido dos que buscam produtos classe A, está a cafeteria Expressamente Illy, onde os clientes podem experimentar as diferentes opções de café. Andréa diz que a empresa tem interesse em expandir o número de lojas e cafeterias no Brasil, “mas estamos em busca de um bom parceiro com experiência em food service para isso”. Ao todo, já existem 240 cafeterias próprias da Illy espalhadas pelo mundo e segundo o executivo, a previsão é de que neste ano, cerca de 30 novas lojas sejam abertas em diferentes países. Grão brasileiro Desde que aportou em terra verde e amarela, há 22 anos, a Illycaffè busca os melhores produtores de café, que possam fornecer à empresa o melhor da variedade arábica “made in Brasil”. Mas a qualidade do café, no início, deixava a desejar. Para solucionar o problema, a companhia desenvolveu um trabalho de orientação de produtores para que a busca pela melhoria se tornasse constante. Assim, além de visitas técnicas e orientação dos cafeicultores, a Illy também arca com as diferenças no custo da lavoura, para que o café produzido tenha a melhor qualidade e o padrão que faz da marca referência mundial. “Também conseguimos obter a certificação dos produtores e orientamos para que as boas práticas agrícolas sejam aplicadas nas propriedades”, explica Andrea. Para incentivar a continuidade do processo de melhoria, a empresa cultiva desde 2000 o seu clube de fidelização dos produtores. Hoje já são mais de 600 agricultores. “Com este programa, conseguimos reunir os melhores fornecedores e recompensá-los pelo trabalho de melhoria contínua para fornecer os melhores grãos”, diz Andrea. Os fidelizados recebem informativos com dicas para melhorar a produção e até manuais de boas práticas agrícolas. Os profissionais que atuam no campo, como engenheiros agrônomos, têm acesso a cursos e palestras na Universidade do Café no Brasil. Mercado Em um momento em que a produção de café na Colômbia e em alguns países da África como a Etiópia, sofre perdas, os preços do grão ficaram um pouco indigestos. Andrea explica que por conta da alta, a empresa teve um aumento de 40 milhões de euros no orçamento para poder comprar os grãos. “Os preços quase dobraram nos últimos meses, isso significa maior custo de produção para a empresa”, diz. Ele explica ainda que 80% das vendas da Illycaffè são constituídas por expresso.
Entre os principais mercados estão França, Japão, Coréia, Estados Unidos, seguidos pela Inglaterra e Congo e, em breve, o Brasil.
(Fonte: www.cafepoint.com.br, por Juliana Ribeiro)
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