Estão sendo investigados por suposta tortura contra presos em Nanuque
Cinco policiais e seis agentes penitenciários estão sendo investigados por uma suposta tortura contra presos recolhidos no Presídio Regional de Nanuque, no Vale do Mucuri.
De acordo com
informações do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), vinte e duas
testemunhas de acusação foram ouvidas em dois dias de audiência para a
instrução e o julgamento do processo. A audiência, que inicialmente
estava prevista para durar a semana toda, foi interrompida nesta
quarta-feira, 14 de março, porque duas testemunhas de acusação
precisarão ser ouvidas por cartas precatórias. Somente após a oitiva
dessas duas pessoas é que as testemunhas da defesa poderão ser ouvidas e
os réus, interrogados.
Segundo a denúncia do Ministério Público (MP), em 11 de setembro de
2011, os réus teriam submetido diversos detentos a tortura. Entre as
condutas dos 11 acusados foram citados disparos com munição de borracha,
lançamento de spray de pimenta e agressões, com chutes, murros e o uso
de uma espécie de cacetete.
A denúncia aponta que a violência física e psicológica teria
começado enquanto os presos estavam dentro das celas e, posteriormente,
teve continuidade no corredor que dá acesso à quadra de banho
de sol. O MP afirma que muitas vítimas foram espancadas quando estavam
algemadas e de joelhos. As agressões teriam durado cerca de uma hora.
O MP alega que a sessão de tortura teria tido início porque os
policiais e agentes penitenciários queriam castigar os presos pelo
início de um tumulto nas celas. A violência física e psicológica contra
eles teria ainda o objetivo de obter dos presos a confissão de quem
seriam os líderes da confusão no presídio.
A pedido do MP, os 11 réus foram cautelarmente afastados de suas
atividades, sem prejuízos dos vencimentos, até o final do processo.
Ainda não há data prevista para a retomada da audiência, que depende,
fundamentalmente, do retorno das cartas precatórias expedidas para a
oitiva das testemunhas de acusação.
COM TJMG
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