terça-feira, 1 de novembro de 2022

Diretor da PRF pede R$ 970 mil para desbloquear rodovias e nega conivência

 

Silvinei Vasques, que pediu voto a Bolsonaro antes da eleição, suspendeu folgas de agentes e anunciou apuração disciplinar

Da Redação01/11/2022 • 12:16 - Atualizado em 01/11/2022 • 13:44

Diretor-geral da PRF Silvinei Vasques
Marcelo Camargo/Agência Brasil

O diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal Silvinei Vasques informou ao STF (Supremo Tribunal Federal), na madrugada desta terça-feira (1º), ações adotadas para desbloquear interdições realizadas em todo País por bolsonaristas que reagem à vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas urnas

Em ofício paralelo, Vasques solicita R$ 970 mil ao Ministério da Justiça para custeio de passagens e diárias de policiais, a suspensão de atividades administrativas não essenciais da corporação, assim como de folgas de agentes para compensação de horas.

O diretor da PRF também rechaça “manifestações de policiais veiculadas nas mídias sociais dando conta de que a corporação não atuaria coercitivamente para liberar as rodovias”. 

Vídeo: Moraes autoriza multar e prender manifestantes

Ele nega conivência de agentes com os atos golpistas e diz que essa informação “não condiz com a verdade”. 

“Em momento algum tal determinação foi emanada por esta Direção, ao que tal postura individual desses agentes será objeto de apuração”, registra o documento. 

Corregedoria da corporação em São Paulo já instaurou investigação para apurar eventuais irregularidades por parte de PRFs.

Segundo Vasques, que pediu voto ao presidente Jair Bolsonaro (PL) às vésperas do segundo turno, em alguns locais, a “mobilização assumiu proporções tais que o efetivo ordinário não consegue, por conta própria, resolver o problema, o que exige mobilização extraordinária de servidores”. 

O chefe da PRF diz que acionou o Ministério da Justiça pedindo “descentralização de aporte financeiro para fazer frente à demanda”.

“Para além do fato de serem vários pontos de interrupção, espalhados por vários Estados brasileiros, não se trata de uma manifestação de caminhoneiros e nem mesmo de uma categoria isolada, mas sim de um grupo de pessoas de classes e idades variadas, unidas por laços ideológicos/políticos específicos. Em alguns casos, as aglomerações ultrapassam 5 mil pessoas, sendo utilizados tratores, carros de passeio, táxis, mototáxis, entre outros”, diz no documento ao STF.

Bloqueios em estradas

Grupos bolsonaristas bloqueiam 227 trechos de rodovias federais em 22 estados e Distrito Federal, segundo a PRF, para contestar o resultado das eleições que sagrou Lula presidente.

Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição derrotado, ainda não se pronunciou sobre a derrota, os bloqueios ou qualquer outro assunto. 

Vídeo: Bolsonaro não se pronunciou após derrota

No início da manhã desta terça, o ministro Alexandre de Moraes, do STF, autorizou o uso de força das Polícias Militares e demais forças de segurança estaduais contra manifestantes bolsonaristas que bloqueiam rodovias em todo o Brasil. 

https://www.band.uol.com.br/noticias/diretor-da-prf-pede-r-970-mil-para-desbloquear-rodovias-e-nega-conivencia-16560389

PM's do DF que atiraram em suspeito pelas costas, e mataram jovem de 23 anos, são investigados

Vídeo mostra momento dos disparos. Caso é apurado como 'tentativa de homicídio e morte por intervenção de agente do estado'; militares dizem que agiram em 'legítima defesa'.

Por g1 DF e TV Globo

 

01/11/2022 18h36  Atualizado há um mês

PM mata homem durante abordagem, no DF
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PM mata homem durante abordagem, no DF 

A conduta dos policiais militares que atiraram e mataram Walison Gomes de Moraes, de 23 anos, em Ceilândia, na madrugada de domingo (30), é alvo de investigação na corregedoria da PMDF e também na Polícia Civil do Distrito Federal. A câmera de segurança de uma casa da QNQ 2 registrou o momento em que o jovem foi atingido pelas costas (veja vídeo acima).

 

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Nas imagens, é possível ver quando ele entrou correndo na rua, perdeu o equilíbrio, e caiu. Em seguida, Walison levantou e continuou correndo, quando surgem três PMs, que atiraram.

 

 

Inicialmente, o caso é investigado pela 19ª DP (P Norte) como "tentativa de homicídio e morte por intervenção de agente do estado". Os PMs disseram que agiram em legítima defesa porque Walison estava armado e ameaçou atirar (saiba mais abaixo).

 

Os policiais militares apresentaram na delegacia duas armas deles e uma outra, que seria do suspeito. As armas serão periciadas.

 

As imagens e a versão dos policiais


PM mata homem durante abordagem em Ceilândia, no DF — Foto: Reprodução

 

Segundo a PMDF, Walison se envolveu em uma briga em um bar e, no momento da abordagem, correu. Conforme a polícia, ele cumpria prisão domiciliar por tráfico de drogas e porte de arma, ou seja, não poderia estar na rua durante a madrugada.

 

 

O jovem foi perseguido por três militares, e atingido com um tiro na lateral do tórax, enquanto corria (veja vídeo acima). Nas imagens é possível ver o momento em que ele caiu.

 

Os policiais disseram que atiraram porque Walison, além de apontar a arma para eles, desobedeceu várias vezes "o comando de parada da equipe policial". No vídeo, entretanto, não aparece o momento em que o criminoso teria apontado uma arma.

 

As câmeras de segurança mostram que, após Walison cair ferido, dois policiais se afastaram e um ficou ao lado da vítima que ainda se movimenta por alguns instantes e, depois, para. Quando os dois PMs retornam, eles vasculham a área com lanternas.

 

O jovem chegou a ser levado ao Hospital Regional de Ceilândia (HRC), mas não resistiu aos ferimentos.

 

'Procedimento padrão'

Disparo de arma de fogo — Foto: Divulgação (Imagem ilustrativa)

Disparo de arma de fogo — Foto: Divulgação (Imagem ilustrativa)

 

 

O especialista em segurança e também ex-sub comandante geral da PMDF, Leonardo Sant'anna explica que há um "procedimento operacional padrão que normalmente indica que, em situações apenas de fuga, não se deve fazer uso de disparos de arma de fogo".

 

Outro documento chamado de "princípios básicos de uso da força e arma de fogo", internacionalmente reconhecido, reafirma a tese, segundo ele. O disparo de arma por parte de um servidor público contra alguém só se justifica caso o suspeito ofereça risco à segurança dos policiais ou de outras pessoas.

 

Especialista em segurança do DF comenta sobre disparo de PMs contra suspeito de 23 anos

 

 

 

Especialista em segurança do DF comenta sobre disparo de PMs contra suspeito de 23 anos

 

"Quando uma outra pessoa, ou o próprio profissional de segurança é colocado sob uma situação de risco — sob mira de arma de fogo — ele deve cessar a agressão imediatamente, sob pena de ser alvejado e até permitir que uma outra pessoa leve o disparo de arma de fogo, sendo esse profissional até culpado por não ter agido e não ter neutralizado aquele bandido que apontava a arma", explica Sant'anna .

 

Leia mais notícias sobre a região no g1 DF.

https://g1.globo.com/df/distrito-federal/noticia/2022/11/01/pms-que-atiraram-em-suspeito-pelas-costas-e-mataram-jovem-de-23-anos-sao-investigados-no-df.ghtml

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