Silvinei Vasques, que pediu voto a Bolsonaro antes da eleição, suspendeu folgas de agentes e anunciou apuração disciplinar
O diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal Silvinei Vasques informou ao STF (Supremo Tribunal Federal), na madrugada desta terça-feira (1º), ações adotadas para desbloquear interdições realizadas em todo País por bolsonaristas que reagem à vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas urnas.
Em ofício paralelo, Vasques solicita R$ 970 mil ao Ministério da Justiça para custeio de passagens e diárias de policiais, a suspensão de atividades administrativas não essenciais da corporação, assim como de folgas de agentes para compensação de horas.
O diretor da PRF também rechaça “manifestações de policiais veiculadas nas mídias sociais dando conta de que a corporação não atuaria coercitivamente para liberar as rodovias”.
Vídeo: Moraes autoriza multar e prender manifestantes
Ele nega conivência de agentes com os atos golpistas e diz que essa informação “não condiz com a verdade”.
“Em momento algum tal determinação foi emanada por esta Direção, ao que tal postura individual desses agentes será objeto de apuração”, registra o documento.
A Corregedoria da corporação em São Paulo já instaurou investigação para apurar eventuais irregularidades por parte de PRFs.
Segundo Vasques, que pediu voto ao presidente Jair Bolsonaro (PL) às vésperas do segundo turno, em alguns locais, a “mobilização assumiu proporções tais que o efetivo ordinário não consegue, por conta própria, resolver o problema, o que exige mobilização extraordinária de servidores”.
O chefe da PRF diz que acionou o Ministério da Justiça pedindo “descentralização de aporte financeiro para fazer frente à demanda”.
“Para além do fato de serem vários pontos de interrupção, espalhados por vários Estados brasileiros, não se trata de uma manifestação de caminhoneiros e nem mesmo de uma categoria isolada, mas sim de um grupo de pessoas de classes e idades variadas, unidas por laços ideológicos/políticos específicos. Em alguns casos, as aglomerações ultrapassam 5 mil pessoas, sendo utilizados tratores, carros de passeio, táxis, mototáxis, entre outros”, diz no documento ao STF.
Bloqueios em estradas
Grupos bolsonaristas bloqueiam 227 trechos de rodovias federais em 22 estados e Distrito Federal, segundo a PRF, para contestar o resultado das eleições que sagrou Lula presidente.
Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição derrotado, ainda não se pronunciou sobre a derrota, os bloqueios ou qualquer outro assunto.
Vídeo: Bolsonaro não se pronunciou após derrota
No início da manhã desta terça, o ministro Alexandre de Moraes, do STF, autorizou o uso de força das Polícias Militares e demais forças de segurança estaduais contra manifestantes bolsonaristas que bloqueiam rodovias em todo o Brasil.
PM's do DF que atiraram em suspeito pelas costas, e mataram jovem de 23 anos, são investigados
Vídeo mostra momento dos disparos. Caso é apurado como
'tentativa de homicídio e morte por intervenção de agente do estado'; militares
dizem que agiram em 'legítima defesa'.
Por g1 DF e TV Globo
01/11/2022 18h36 Atualizado há um mês
A conduta dos policiais militares que atiraram e mataram
Walison Gomes de Moraes, de 23 anos, em Ceilândia, na madrugada de domingo (30),
é alvo de investigação na corregedoria da PMDF e também na Polícia Civil do
Distrito Federal. A câmera de segurança de uma casa da QNQ 2 registrou o
momento em que o jovem foi atingido pelas costas (veja vídeo acima).
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cabeça durante abordagem no DF
Nas imagens, é possível ver quando ele entrou correndo na
rua, perdeu o equilíbrio, e caiu. Em seguida, Walison levantou e continuou
correndo, quando surgem três PMs, que atiraram.
Inicialmente, o caso é investigado pela 19ª DP (P Norte)
como "tentativa de homicídio e morte por intervenção de agente do
estado". Os PMs disseram que agiram em legítima defesa porque Walison
estava armado e ameaçou atirar (saiba mais abaixo).
Os policiais militares apresentaram na delegacia duas armas
deles e uma outra, que seria do suspeito. As armas serão periciadas.
As imagens e a versão dos policiais
Segundo a PMDF, Walison se envolveu em uma briga em um bar
e, no momento da abordagem, correu. Conforme a polícia, ele cumpria prisão
domiciliar por tráfico de drogas e porte de arma, ou seja, não poderia estar na
rua durante a madrugada.
O jovem foi perseguido por três militares, e atingido com um
tiro na lateral do tórax, enquanto corria (veja vídeo acima). Nas imagens é
possível ver o momento em que ele caiu.
Os policiais disseram que atiraram porque Walison, além de
apontar a arma para eles, desobedeceu várias vezes "o comando de parada da
equipe policial". No vídeo, entretanto, não aparece o momento em que o
criminoso teria apontado uma arma.
As câmeras de segurança mostram que, após Walison cair
ferido, dois policiais se afastaram e um ficou ao lado da vítima que ainda se
movimenta por alguns instantes e, depois, para. Quando os dois PMs retornam,
eles vasculham a área com lanternas.
O jovem chegou a ser levado ao Hospital Regional de
Ceilândia (HRC), mas não resistiu aos ferimentos.
'Procedimento padrão'
Disparo de arma de fogo — Foto: Divulgação (Imagem
ilustrativa)
Disparo de arma de fogo — Foto: Divulgação (Imagem
ilustrativa)
O especialista em segurança e também ex-sub comandante geral
da PMDF, Leonardo Sant'anna explica que há um "procedimento operacional
padrão que normalmente indica que, em situações apenas de fuga, não se deve
fazer uso de disparos de arma de fogo".
Outro documento chamado de "princípios básicos de uso
da força e arma de fogo", internacionalmente reconhecido, reafirma a tese,
segundo ele. O disparo de arma por parte de um servidor público contra alguém
só se justifica caso o suspeito ofereça risco à segurança dos policiais ou de outras
pessoas.
Especialista em segurança do DF comenta sobre disparo de PMs
contra suspeito de 23 anos
Especialista em segurança do DF comenta sobre disparo de PMs
contra suspeito de 23 anos
"Quando uma outra pessoa, ou o próprio profissional de
segurança é colocado sob uma situação de risco — sob mira de arma de fogo — ele
deve cessar a agressão imediatamente, sob pena de ser alvejado e até permitir
que uma outra pessoa leve o disparo de arma de fogo, sendo esse profissional
até culpado por não ter agido e não ter neutralizado aquele bandido que
apontava a arma", explica Sant'anna .
Leia mais notícias sobre a região no g1 DF.
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