Otimismo do setor vem na esteira da melhora no cenário de crédito e da cadeia de fornecimento.(Foto: Divulgação)
Por Redação O Sul | 13 de abril de 2024
Há pouco mais de três anos, a Ford chocou a indústria nacional ao decidir deixar o Brasil. O anúncio, divulgado em janeiro de 2021, veio na esteira da pandemia de Covid — que moldou, até então, um cenário de inflação bastante elevada e juros em tendência de alta.
A conjuntura negativa resultou não só na saída da Ford: nos últimos três anos, também se tornaram comuns os anúncios de cortes e paralisações entre as montadoras no país. Só no início de 2023, por exemplo, ao menos quatro delas anunciaram férias coletivas em suas fábricas.
As interrupções nas linhas de produção foram resultado ainda da falta de matéria-prima e também da redução da demanda, em um cenário de empréstimos mais caros e condições financeiras mais apertadas para os clientes.
Mas, entre o fim de 2023 e o início de 2024, uma onda otimista tomou conta da indústria automotiva brasileira. Grandes montadoras voltaram a aquecer o mercado anunciando investimentos que, juntos, chegam a R$ 125 bilhões até 2033. Esse é o maior ciclo de aportes do setor na história, segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
Só em 2024, foram anunciados mais de R$ 60 bilhões pelas empresas, em recursos destinados à ampliação de produção e desenvolvimento de tecnologia no país. Mas o que reanimou as montadoras no Brasil?
Em linhas gerais, a melhora no cenário foi alavancada pelos seguintes motivos:
• ciclo de queda da taxa juros, estabilidade econômica e câmbio estável;
• programas do governo federal voltados à indústria e ao setor automotivo;
• caminho global rumo à eletrificação dos veículos;
• reforma tributária.
Governo conciliador
A análise do diretor de desenvolvimento de negócios da JATO do Brasil, Milad Kalume Neto, é de que o País está em um processo de estabilidade econômica, com um “panorama muito melhor para o segundo semestre”, o que tem gerado mais confiança para as montadoras.
Além das melhoras nos índices econômicos — com uma inflação mais controlada, ciclo de barateamento do crédito e PIB no campo positivo — o cenário mais propício para investimentos também passa por uma estabilização política, explica o especialista.
“Na gestão passada, tínhamos um presidente [Jair Bolsonaro] que fazia declarações negativas para todo o mercado, inclusive o setor automotivo. Por outro lado, o atual presidente [Lula] ‘nasceu’ na indústria automotiva e sempre defendeu os interesses da indústria nacional”, diz Milad.
O economista-chefe da Análise Econômica, André Galhardo, também aponta a melhora na relação política como fator crucial para a renovação do ânimo das montadoras.
“Esse governo é bem mais conciliador. Isso traz confiança para o empresário. Tanto é que a estabilidade política foi citada em revisões de notas de crédito do Brasil por agências internacionais classificadoras de risco”, relembra.
Financiamentos
O papel do programa Nova Indústria Brasil, com previsão de R$ 300 bilhões em financiamentos para a indústria até 2026, também é destacado pelos especialistas. Eles apontam que os atuais investimentos na indústria representam uma mudança de postura em relação ao governo anterior. “O mercado entende que esse governo é um pouco mais intervencionista”, exemplifica Galhardo.
Há ainda o Mobilidade Verde e Inovação (Mover). O programa prevê frotas mais limpas e produção de novas tecnologias, tornando a iniciativa outro grande impulsionador do novo ciclo de investimentos. Na prática, a indústria nacional passa a ter, então, clareza sobre as prioridades do país — questão considerada uma das demandas do setor.
Por meio do Mover, serão concedidos até R$ 19,3 bilhões em créditos financeiros entre 2024 e 2028 para investimentos em pesquisas, desenvolvimento e produção tecnológica. Os valores poderão ser usados pelas empresas por meio de abatimento de impostos federais.
De acordo com o governo federal, após o Mover, ao menos 11 montadoras anunciaram investimentos:
Stellantis – R$ 30 bilhões (2025/2030)
Volkswagen – R$ 16 bilhões (2022/2028)
Toyota – R$ 11 bilhões (2024/2030)
GWM – R$ 10 bilhões (2023/2032)
General Motors – R$ 17 bilhões (2021/2028)
Hyundai – R$ 5,45 bilhões (até 2032)
Renault – R$ 5,1 bilhões (2021/2027)
CAOA – R$ 4,5 bilhões (2021/2028)
BYD – R$ 5,5 bilhões (2024/2030)
Nissan – R$ 2,8 bilhões (2023/2025)
BMW – R$ 500 milhões
Especialistas também destacam a cadeia de fornecimento — que está voltando à normalidade após a pandemia — como mais um fator a colaborar com o novo ciclo otimista.
Vereador que sacou arma durante discussão com cidadão dentro de Câmara municipal tem mandato cassado
Claudeir Fidelis (PSB) perdeu a cadeira na Câmara Municipal de Reserva do Iguaçu, no sudoeste do Paraná, por quebra de decoro parlamentar. A defesa diz que vai recorrer do caso.
Por Elessandra Amaral, g1 PR e RPC Guarapuava
A Câmara Municipal de Reserva do Iguaçu, no sudoeste do
Paraná, cassou o mandato do vereador Claudeir Fidelis (PSB) por quebra de
decoro parlamentar. Ele foi flagrado sacando uma arma de fogo durante uma
discussão com um homem no Plenário da Câmara Municipal da cidade.
Imagens da câmera de monitoramento registraram a confusão, ocorrida em 28 de novembro de 2022. Relembre o caso mais abaixo.
Em nota, a defesa do vereador, Pedro Adircio Nunes, afirmou que recorrerá do caso e que a cassação "feriu de morte os princípios da razoabilidade e proporcionalidade". Além disso, disse que a decisão "desobedeceu ao devido processo legal, o contraditório e a ampla defesa" de seu cliente.
A decisão de cassá-lo, prevista no Regulamento Interno da Câmara, foi tomada na quinta-feira (13) por seis votos favoráveis e dois contrários. O Legislativo entendeu que Claudeir descumpriu duas condutas: a de "comportamento vexatório" e a de "porte de arma no recinto da Câmara".
No julgamento, as atitudes dele foram consideradas "incompatíveis com o decoro parlamentar".
Segundo a Câmara, quem deve substituí-lo é o suplente Adir Siqueira (PSB). A posse está marcada para o dia 24 deste mês.
De acordo com a Polícia Civil, o vereador cassado é ex-policial militar e tem direito a porte de arma. O homem com quem ele discutia no plenário registrou o caso como ameaça.
Claudeir Fidelis (PSB) teve o mandato de vereador em Reserva do Iguaçu, no sudoeste do Paraná, cassado — Foto: Divulgação/Câmara de Vereadores
Relembre o caso
Claudeir Fidelis (PSB), um dos vereadores de Reserva do Iguaçu, foi flagrado sacando uma arma de fogo durante uma discussão com um homem dentro do Plenário da Câmara Municipal da cidade.
Nos registros, é possível ver Fidelis e o homem conversando. Em seguida, os ânimos parecem se exaltar e outras pessoas se aproximam para tentar acalmá-los.
Entretanto, o vereador tira uma arma de dentro de uma bolsa e mostra para o homem. As pessoas saem do local e vão buscar ajuda. Os dois continuam discutindo e Fidelis guarda a arma na cintura.
Conforme o Boletim de Ocorrência registrado à época, a briga começou porque o homem confrontou o vereador sobre comentários feitos durante uma sessão da câmara sobre a esposa dele.
Claudeir Fidelis (PSB) tira arma e mostra para um outro homem no plenário — Foto: Reprodução
O homem relatou à polícia que a esposa é enfermeira em um posto de saúde municipal e o vereador afirmou na tribuna que uma paciente foi mal atendida pela mulher.
De acordo com o documento, Fidelis afirmou ainda que a paciente precisou ir para outra cidade para ser atendida e que, "se a profissional não estivesse a fim de trabalhar, que procurasse outra coisa".
Segundo o homem, os comentários são caluniosos e foi a própria paciente que decidiu não dar continuidade ao atendimento.
Sera que o vereador conhece esse fato e quaria repetir..
Nenhum comentário:
Postar um comentário