Decisão determina que Yuri Alexandre cumpra regime semi aberto por 2 anos e 8 meses; juiz entendeu que sentença não deve ser convertida devido à ação violenta. Defesa pode recorrer.
Por Marco Antônio Martins, g1 Rio
O juiz Flávio Itabaiana, da 27ª Vara Criminal, do Tribunal de Justiça do Rio, condenou nesta quarta-feira (17) o estudante de medicina Yuri de Moura Alexandre por lesão corporal e injúria homofóbica contra o ator Victor Meyniel, em setembro de 2023.
A sentença prevê 2 anos e 8 meses em regime semiaberto. A defesa de Yuri pode recorrer da sentença.
O magistrado determinou que Yuri pode deixar a cadeia durante o dia mas deverá retornar para dormir. Ele não permitiu que a sentença fosse revertida em outras medidas pelo caso ter ocorrido com grande violência.
Quem é Victor Meyniel, ator agredido em Copacabana
Empurrão no corredor, socos na portaria: a cronologia das agressões
Relembre o caso
Em setembro de 2023, o ator saiu de madrugada da casa noturna Fosfobox em Copacabana, na Zona Sul, e foi para o apartamento de Yuri, que tinha conhecido na boate.
Victor diz que, já no apartamento, o comportamento de Yuri mudou depois que uma amiga dele chegou.
"Parece que virou uma chave, me botou para fora, me empurrou. E aí nisso que ele me empurrou, como eu estava sem sapato, porque eu tirei para ficar no sofá, eu estava no chão, ele me empurrou, foi e tacou o sapato [em mim]", contou.
O ator conta que ele e Yuri desceram, então, para a portaria. Os dois teriam discutido antes das agressões.
O ator Victor Meyniel foi espancado em Copacabana — Foto: Reprodução/TV Globo
A decisão judicial ainda prevê o pagamento de 10 dias multa que é o equivalente a 1/30 do salário-mínimo na época da agressão.
“É importante destacar que, em que pese todos os depoimentos prestados em juízo relatando o comportamento inconveniente da vítima, que insistia em permanecer em um local onde, ao que tudo indica, não era bem-vinda, e se recusar a sair, em nada justifica a violenta reação do réu, que desferiu diversos socos em Victor, sendo certo que, pelas imagens das câmeras de segurança que foram amplamente divulgadas pela imprensa (onde é possível constatar que foram desferidos mais de 30 socos na vítima, enquanto ela já estava caída ao chão), é possível afirmar que a ação do acusado poderia ter ocasionado lesões muito mais graves do que as que ocorreram”, escreveu o magistrado.
Em nota, os advogados Maíra Fernandes, Guilherme Furniel e Ricardo Brajterman informaram que esperam que, com a decisão, Victor Meyniel “possa ter paz e tranquilidade para seguir sua vida, com a sensação de que a justiça foi feita”.
O g1 tenta contato com a defesa de Yuri.
MAGISTRADO FOI BACANA COM O AGRESSOR..
Decisão determina que Yuri Alexandre cumpra regime semi aberto por 2 anos e 8 meses; juiz entendeu que sentença não deve ser convertida devido à ação violenta.
Médico de Bolsonaro entra na mira da Polícia Federal e pode ser investigado por suspeita de ter sido “funcionário-fantasma”
Nos depoimentos à PF prestados semana passada, funcionários da Apex (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos) do escritório de Miami afirmaram que o médico era funcionário-fantasma, pois recebia o salário de R$ 36,8 mil sem aparecer para trabalhar na agência.
Os depoentes contaram aos investigadores que a nomeação de Camarinha se deu por ordem expressa de Bolsonaro ao general Mauro Cid, que era o chefe da Apex em Miami. Segundo os funcionários da agência, o militar relatou à área de recursos humanos que o médico precisava ser contratado a pedido do então presidente.
Os depoimentos podem resultar em um inquérito contra o médico, que ainda mora nos Estados Unidos.
Camarinha ficou lotado na Apex de Miami de abril de 2022, após ser exonerado da função de médico da Presidência, até 2 de janeiro de 2023, véspera do novo presidente da Apex, Jorge Viana, assumir o posto.
Agora, com os depoimentos em mãos, a PF pode a abrir um novo inquérito e tornar o ex-médico da Presidência da República investigado. Também não descarta apurar a existência de casos parecidos em outras esferas do governo Bolsonaro.
Camarinha foi flagrado em janeiro do ano passado visitando Bolsonaro em Orlando. Na ocasião, o ex-presidente havia viajado para os EUA, após a vitória do então candidato Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições de 2022.
Ele era o médico que acompanhava Bolsonaro em viagens e em internações hospitalares. Camarinha também foi médico da Presidência no governo de Fernando Henrique Cardoso, na década de 1990.
Como informou o colunista Aguirre Talento, do site UOL, os três funcionários da Apex Miami prestaram depoimentos à PF na investigação das joias da Arábia Saudita envolvendo Bolsonaro.
A PF apura se o ex-ajudante de ordens Mauro Cid usou a estrutura da Apex para vender irregularmente peças que Bolsonaro ganhou como presidente que pertenciam ao Estado brasileiro e não a ele.
Os depoimentos dos funcionários ocorreram no âmbito das investigações sobre o caso das joias da Arábia Saudita recebidas por Bolsonaro, quando o ex-capitão ainda era presidente.
Nessa investigação, Mauro Lourena Cid é suspeito de ter usado a estrutura da agências para negociar ilegalmente os itens. Ele também teria usado a verba da Apex para participar de acampamento de apoiadores do ex-presidente em Brasília (DF).
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