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Diário do Comércio Em: https://diariodocomercio.com.br/economia/fechamento-de-empresas-cresce-134-no-estado
Por Michelle Valverde
Crédito: Alisson J. Silva/Arquivo DC
A extinção de empresas em Minas Gerais, entre janeiro e
abril de 2020, aumentou 13,4% em comparação com igual período do ano anterior.
No mesmo intervalo, também foi verificada queda de 0,28% na abertura de
empresas, segundo dados da Junta Comercial do Estado de Minas Gerais (Jucemg).
Somente no quarto mês do ano, a queda no número de aberturas
foi de 32,5%. A tendência é
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Comerciante é assassinado em Virgem da Lapa, no Vale do Jequitinhonha
“Não tivemos ditadura”: em entrevista, Sérgio Reis fala
sobre pandemia e Bolsonaro
Isolado em sua residência na Serra da Cantareira, o
sertanejo de 80 anos admite medo em relação ao vírus
Por Felipe Ernani - 18/05/2020
Nome histórico dentro do sertanejo brasileiro e ex-deputado, Sérgio Reis revelou em entrevista recente que nunca temeu tanto pela própria vida quanto durante esta pandemia e que, nesse momento, deixa de lado qualquer diferença política para que a saúde fique em primeiro lugar.
À Folha de S. Paulo, o músico contou que está isolado em sua
casa (na serra da Cantareira, zona norte de São Paulo) desde a chegada do vírus
ao Brasil e classificou como “muito triste” a situação do vírus que já afetou
milhares de brasileiros:
Com quase 80 anos de vida, Sérgio disse que vai “soltar
foguete” se estiver vivo até completar sua oitava década, o que ocorre já nesse
próximo mês de Junho. Com diabetes e histórico de problemas cardíacos, o cantor
é considerado parte do grupo de risco mas fez uma live para mais de 1,2 milhão de
espectadores no último dia 26 de abril e que possibilitou a distribuição de R$3
mil a cada um de seus 15 músicos, que o acompanhariam em turnê se não fosse a
pandemia.
Sérgio Reis, Coronavírus e Jair Bolsonaro
Sérgio Reis, Coronavírus e Jair Bolsonaro
Apoiador ferrenho de Jair Bolsonaro desde sua candidatura,
Sérgio foi um dos que convocou o público para a manifestação que ocorreu em
Março contra o Supremo Tribunal Federal e o Congresso. Apesar de acreditar que
tanto velhos e jovens têm que ficar em casa, “se não precisar trabalhar”, ele
afirmou à época:
Chegou a hora da gente mostrar o amor que nós temos pela
nossa pátria, o respeito que nós temos pelo nosso presidente Bolsonaro e a
vergonha que nós temos desse Supremo [Tribunal Federal], desses nossos
políticos lá em cima. Temos que tirar essa raça de lá, é uma raça.
Na entrevista, ele reforçou seu posicionamento e pediu para
a entrevistadora “esquecer a política” e se colocar no lugar do presidente,
além de incentivar que o povo saia para pedir “Exército na rua”, já que sem
isso “o Exército não vai fazer nada” contra a esquerda que “já está tomando
conta”:
Esquece a política, se ponha no lugar do Bolsonaro. Esse
homem não dorme mais, pelo amor de Deus. É um cargo muito pesado, tem que ser
capitão do Exército para aguentar. E se o povo não sair na rua pedindo Exército
na rua, o Exército não vai fazer nada. A esquerda já está tomando conta.
As críticas, aliás, chegam até a repórter que conduzia a
entrevista. O ex-deputado pelo PRB, que votou a favor do impeachment de Dilma
Rousseff em 2016 (“Não podiam ficar mais lá, já acabaram com o país”), afirmou
que o chefe da jornalista “deve ser PT, deve ser comunista para não gostar do
Bolsonaro”:
Não sei quem são os diretores desse jornal, quem é seu
chefe, ele deve ser esquerdinha, deve ser PT, deve ser comunista para não
gostar do Bolsonaro. Ser contra um presidente que está consertando o país ou é
burro, ou é petista.
Ditadura no Brasil, saúde em primeiro lugar e relação com
álcool
Outro assunto abordado pela repórter foi a questão da
ditadura, já que Sérgio tinha 24 anos em 1964, quando ocorreu o golpe militar
no Brasil. Ele revelou que nunca teve problemas e chegou a cravar que “não
tivemos ditador no Brasil”, afirmando que os artistas que tiveram problemas
eram “todos da esquerda”:
Não tive problema nenhum. Eu era apolítico, eu não ficava
fazendo guerra, guerrilha, nada. Eu trabalhava, ia fazer show e cantava. Não
tivemos ditadura, não tivemos ditador no Brasil. Chico Buarque, Caetano
[Veloso], [Gilberto] Gil, eram todos da esquerda. O governo, para não mexer com
eles, que eram famosos na época, falou: ‘Sai do país, vai ficar lá fora, depois
vocês voltam’. Depois voltaram. O Gil chegou a ser ministro da Cultura.
ATUALIZAÇÃO: Na publicação inicial desta matéria, apenas
reproduzimos os trechos da entrevista por acreditar que não havia necessidade
de reafirmar a existência de uma ditadura militar, fato conhecido não apenas
pela população que viveu essa terrível era como também pelos inúmeros livros de
história. No entanto, como parte dos leitores ressaltou, o período em que
vivemos exige que todo assunto do tipo seja tratado com a devida sensibilidade
e reconhecemos nossa falha.
Porém, há tempo de corrigi-la: a ditadura militar existiu no
Brasil entre 1964 e 1985 e ficou eternizada como um período marcado por
tortura, perseguição e ausência de liberdades. Esse triste capítulo, inclusive
com seus atos mais asquerosos como o AI-5, não deve jamais ter espaço para ser
repetido em nosso país.
Mesmo com sua ideologia bastante contrária à esquerda,
Sérgio faz questão de parabenizar a deputada Benedita da Silva (PT-RJ), que
“trabalha demais, é uma deputada excepcional, apesar de ser lá da esquerda, do
PT e tudo mais”. Ele conta que ficou “impressionado” com ela, e que deixa
qualquer preferência política de lado quando o assunto é saúde.
Aliás, ainda sobre saúde, ele deixa bem claro que não aprova
o comportamento de alguns sertanejos em lives. Artistas como Bruno, da dupla
com Marrone, e Gusttavo Lima foram envolvidos em polêmicas devido ao consumo de
álcool em suas transmissões e o próprio Sérgio deixa bem claro que todos eles
são “uma beleza de pessoa”, mas deixa um conselho:
A cachaça não combina com ninguém. Ela acaba. O Bruno foi
cantar e ficou bêbado. O Gusttavo Lima falou um monte de bobagem. Ele está na
casa dele e acha que pode tudo. Faltou um pouco de orientação pra ele, né? Que
ele é um menino bom. Gusttavo Lima é uma beleza de pessoa, todos eles. É uma
pena que o Bruno bebeu, não sei que diabo. Vou pegar na orelha deles qualquer
hora e falar: ‘Precisa beber, ô, idiota?’
Enfim, Sérgio Reis encerra a entrevista com uma espécie de
“retrospectiva” de sua vida, ressaltando que espera que o vírus não o atinja —
“porque se pegar, é mortal”:
O tempo foi passando, eu fui vivendo, fui trabalhando.
Trabalho até hoje. Tenho saúde, graças a Deus, me cuido, e eu tenho certeza que
vou durar bem mais. Tomara que esse vírus não me pegue, porque se pegar, é
mortal. Mas Deus tem que olhar por mim. Eu não faço mal a ninguém, sempre
cuidei dos meus amigos, nunca abandonei ninguém. Nunca, nunca, nunca.
https://www.tenhomaisdiscosqueamigos.com/2020/05/18/sergio-reis-ditadura-bolsonaro/
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