Médico que operou jovem tem inquérito em aberto por morte de outra paciente
Segundo a Polícia Civil, se comprovado que o médico não
estava autorizado a realizar os procedimentos estéticos, ele poderá ser
condenado por homicídio culposo
Déborah Lima
LH
Luiz Henrique Campos*
Coletiva de imprensa da Polícia Civil realizada na tarde desta terça-feira (15)(foto: Juarez Rodrigues/ EM/ D.A. Press)
Coletiva de imprensa da Polícia Civil realizada na tarde
desta terça-feira (15)
(foto: Juarez Rodrigues/ EM/ D.A. Press)
A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) informou, na tarde
desta terça-feira (15), que o médico que realizou os procedimentos estéticos em
Edisa de Jesus Soloni, de 20 anos - que morreu no último sábado, horas depois
da cirurgia -, tem um inquérito em aberto referente a 2011. Na ocasião, o
médico, que é aspirante a membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica
(SBCP), foi o responsável pelo procedimento que levou uma funcionária pública a
óbito.
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Tags: #jovem #savassi #morte
O delegado Vinícius Dias, responsável pelas investigações, revelou que o inquérito do primeiro caso, instaurado em 2011, deve ser remetido à Justiça e se somará ao caso da morte de Edisa.
“O médico exercia a atividade profissional em outra clínica
que não é vinculada à Belíssima, mas que era de procedimentos estéticos também.
Ele também trabalhava na condição de aspirante para a SBCP. As provas do
inquérito anterior vão ser usadas nesse agora”, explicou.
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De acordo com o delegado Wagner Silva Sales, o caso da jovem Edisa trata-se de um fato complexo que demanda de uma investigação profunda e delicada, mas pode ter sido um homicídio culposo, que no linguajar popular é conhecido como erro médico.
“Para que isso seja comprovado é necessária a confirmação de
vários fatores: a ocorrência de culpa, verificação de modalidades da culpa,
possibilidade de negligência, imperícia, imprudência e nexo de causalidade”,
explicou.
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A Polícia Civil também informou que a clínica pode ser
suspensa caso as provas demonstrem que o médico não era habilitado para a
realização dos procedimentos.
A reportagem do Estado de Minas questionou a Polícia Civil
sobre qual o motivo da demora na conclusão do inquérito instaurado em 2011. Em
nota, a instituição se limitou a dizer que "ainda está em tramitação, pois
existem diligências em andamento. Assim que concluído, será remetido à
justiça."
Entenda o caso
A cabeleireira Edisa de Jesus Soloni, de 20 anos, morreu
após se submeter a cirurgias plásticas em Belo Horizonte. O óbito ocorreu em 11
de setembro, horas depois que ela realizou três procedimentos na clínica
Belíssima, situada na Savassi, Região Centro-Sul de Belo Horizonte.
Edisa desmaiou quatro horas após as cirurgias. O médico
chegou a encaminhá-la ao Hospital Felício Rocho, mas a cabeleireira morreu
pouco depois de dar entrada na instituição.
Parentes e amigos da jovem fizeram um protesto na porta do
estabelecimento nessa segunda-feira (14). Munido de faixas e cartazes, o grupo
acusou o médico, que é dono da clínica, de negligência.
De acordo com os familiares, o cirurgião teria convencido
Edisa a realizar três procedimentos simultaneamente: lipoabdominoplastia
(remoção de gordura e pele em excesso do abdômen), inserção da gordura retirada
da barriga nos glúteos e lipo na papada. Todas as intervenções teriam sido
feitas na própria clínica, já que o profissional avaliou que elas poderiam
prescindir da estrutura hospitalar. As operações, segundo a família, custaram
R$ 11 mil, pagos à vista.
* Estagiário sob supervisão
da subeditora Ellen Cristie.
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