Apresentação do funkeiro Kevinho foi paralisada no Vale do Anhangabaú, Centro de São Paulo, por orientação da prefeitura após repetidos episódios de violência durante show entre a noite de sábado (28) e madrugada de domingo (29).
Por Victor Farias, g1 SP e TV Globo — São Paulo
Renata Andrino reclama de violência policial durante Virada Cultural no Centro de São Paulo. — Foto: Victor Farias/g1
A madrugada da Virada Cultural de sábado (28) para domingo (29), em São Paulo, foi marcada por violência no palco principal do evento, no Vale do Anhangabaú, centro da capital. O g1 esteve no local e viu arrastões, roubos e furtos de celulares, agressões e a interrupção de um show por causa da confusão.
Parte do público criticou a atuação das forças de segurança e acusou policiais militares e guardas-civis metropolitanos de não agirem para impedir os crimes. A reportagem ainda presenciou o momento que agentes da Polícia Militar (PM) bateram com cassetete numa estudante, que ficou sangrando e precisou de atendimento médico. Outras pessoas também ficaram feridas após terem sido agredidas por grupos de 30 a 50 criminosos.
Guardas e policiais chegaram a dizer à reportagem que tiveram prisões de suspeitos de crimes na região. O g1 entrou em contato com a PM e Guarda Civil Metropolitana (GCM) para comentarem o assunto, mas os órgãos não tinham se posicionado até a última atualização desta matéria.
A violência fez com que o show de Kevinho, programado para as 23h de sábado, fosse paralisado antes do fim. O funkeiro afirmou que pessoas estavam "se machucando" e que a decisão era uma orientação da prefeitura. Durante o show dele, foi possível ver pessoas sendo levadas por bombeiros ao pronto-socorro, além de cenas de correria e de agressão. Em suas redes sociais, o cantor classificou a apresentação para o público no Anhangabaú como "incrível", sem mencionar a confusão.
Estabelecimentos que vendiam comida e bebida no local também interromperam o serviço antes do previsto devido à insegurança. Funcionárias das lanchonetes relataram medo de ir embora da região e diziam que não teriam aceitado o trabalho se soubessem que a noite seria daquela forma — sentimento reverberado por outros profissionais que trabalhavam no evento.
Marcas de sangue no Vale do Anhangabaú, na Virada Cultural — Foto: Victor Farias/g1
"Eles começaram a bater nele, e eu perguntei o que tava acontecendo. Aí eles falaram: "sai daqui, vagabunda". Eu fiquei, mano, por quê? Aí eles me bateram aqui, na minha cabeça", falou a estudante de psicologia Renata Andrino, mostrando as mãos e cabeça ensanguentadas, após policiais militares baterem nela com cassetete.
"Vamos ficar aqui até o pessoal vir tirar a gente, o segurança", disse a atendente Ingrid Rodrigues, de 24 anos, que estava junto dos demais funcionários presos em uma das lojas, como forma de proteção.
Revoltado, parte do público criticou a segurança da Virada Cultural. Fã de Kevinho, João Portela, de 26 anos, foi agredido durante o show do funkeiro ao lado de sua mãe. A reportagem encontrou ele com o rosto inchado e com marcas de sangue.
"Estamos ali na praça. No tempo que eu estou ali, já foram uns 15 arrastões. Não tem policiamento, ali não tem nada, é só bandido. Se eles não levam o que eles querem, eles te batem", comenta.
Kevinho interrompeu o show após orientação da prefeitura — Foto: Reprodução/Instagram
Logo após o fim intempestivo do show do funkeiro, João e um grupo de pessoas que tinha sido vítima de algum tipo de violência ou presenciado algum crime circundaram um carro da guarda municipal questionando a falta de segurança do evento.
Vinicius Vasconcelos, de 27 anos, era um dos mais exaltados no grupo. "Acontecem arrastões o tempo inteiro. Se a gente ficar parado aqui, a gente vai ver um grupo de pessoas se aproximando de alguém... Eles escolhem alguém e batem até pegar as coisas dessa pessoa", explica.
Ele afirmou que a mudança na organização do evento, que passou a ser mais concentrado no Vale neste ano, tornou o deslocamento entre palcos mais seguro, mas não houve "nenhuma melhora" na segurança além dessa. "A atuação da polícia é a mesma", disse.
João Portela foi agredido durante tentativa de assalto — Foto: Victor Farias/g1
Leticia Dias, de 22 anos, que também estava neste grupo junto com amigos, disse que estava em "pânico" na sua primeira Virada Cultural e que queria ir embora do local, mas tinha medo de ser assaltada no caminho. Ela foi ao Anhangabaú para ver Mamba Negra, mas pretendia ir embora antes disso.
"Não vai dar, simplesmente não tem condições de ficar aqui. Muita gente machucada, arrastão...", disse.
As gêmeas cearenses Nayara e Nayane Baldez, de 28 anos, se surpreenderam com a violência do evento e brincaram que "Fortaleza é fichinha na frente da Virada". "Não é muito boa a impressão", disse Nayara.
"É um evento bom, mas sem segurança", completou Nayane. Elas disseram que "pensariam bem" antes de voltar ao evento em uma outra edição.
Público curte mesmo assim
O sentimento de insegurança, mais presente no começo da madrugada, não foi suficiente para impedir que o público aproveitasse a primeira Virada Cultural presencial depois de dois anos. Além de jovens, crianças e famílias também participaram da festa.
Veterana de Virada Cultural, Marcia de Souza, de 56 anos, estava na grade do palco principal na madrugada ao lado de sua sobrinha Maria Eduarda, de 13 anos, que foi ao evento pela primeira vez. Ela disse que sempre vem ao evento e que estava tranquila em relação à segurança.
"Acho esse evento maravilhoso, tem que continuar, mas com mais segurança", afirmou, acrescentando que a primeira Virada Cultural é como "o primeiro sutiã: você nunca esquece"
A artista Lívia Casagrande, de 19 anos, que se classificou como uma "apaixonada pela Virada", disse que estava curtindo bastante a noite e que já "está acostumada" com a insegurança, mas criticou a estrutura do evento: "Cadê a polícia?"
As amigas Luiza Santos, de 30 anos, e Carolina Paiva, de 29 anos, também falaram do clima de insegurança, mas ressaltaram o sentimento positivo que é voltar à rua depois de 2 anos de pandemia.
"Eu comentei com a Luiza que estava muito feliz de sair sem medo da Covid-19 ", disse Carolina. As duas também reforçaram a importância da vacinação contra a doença.
Bebê de quase dois meses morre ao ser atirada da janela pelo
pai em MG
Isabel de Aguilar Loesch de 57 dias, caiu de uma altura de 5
metros, ela chegou a ser socorrida por vizinhos, mas morreu ao dar entrada na
UPA de Teófilo Otoni. Segundo a PM, o pai da criança discutia com a mãe da bebê
e aproveitou um momento de distração dela para cometer o crime.
Por Fran Ribeiro, g1 Vales de Minas Gerais — Governador
Valadares
29/05/2022 12h24
Atualizado há 2 dias
Isabel de Aguilar Loesch de 57 dias — Foto: Arquivo pessoal/Redes sociais
Uma menina de 57 dias de vida, morreu na noite deste sábado
(28), ao ser arremessada da janela de casa pelo pai, um jovem de 26 anos.
Isabel de Aguilar Loesch, caiu de uma altura de 5 metros, o crime aconteceu no
bairro Tabajaras em Teófilo Otoni.
Segundo a Polícia Militar, vizinhos contaram que os pais da
criança discutiam quando a menina foi arremessada. Ela foi socorrida pelos
moradores, mas morreu ao dar entrara na UPA da cidade.
A mãe da menina, uma mulher de 36 anos, disse aos policiais
que não convive com pai da filha, e que ele vem à residência para ver a
criança. Contou também que, no momento da discussão fazia um arroz doce, e
quando foi verificar a panela no fogão, voltou e viu a menina caída na rua. O
suspeito fugiu depois de cometer o crime.
De acordo com a PM, a avó da criança disse que, durante
gravidez, a filha tinha sido agredida com um soco na barriga, e que os
desentendimentos eram constantes entre eles.
Em choque, a mãe da vítima não conseguiu não dar mais
informações sobre os fatos.
Pouco depois da fuga, o suspeito ligou para a polícia
dizendo que queria se entregar e estava arrependido. Ele foi preso em flagrante
e não quis dar a sua versão.
Isabel completaria dois meses nesta segunda-feira (30). O
corpo dela foi levado para o IML de cidade. A causa da morte foi traumatismo
crânio encefálico.
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